MAJU NARRANDO A garrafa de Império já tava suando na minha mão quando ele respondeu. E eu? Eu tava com aquele sorrisinho no canto da boca, mordendo o lábio e mexendo no celular como quem joga xadrez debaixo do edredom. Gadernal era intenso, acelerado, do tipo que quer tudo pra ontem. Mas eu não. Eu tinha aprendido a jogar devagar. Uma peça de cada vez. Uma resposta pensada, uma piscadinha escondida. Abri a conversa e lá estava ele, todo empolgado: — Qual foi, princesa? Tô te falando sério. Quero te ver, te ouvir de perto. Ver se tua voz é safada assim ao vivo também. Revirei os olhos e ri baixinho. Lorena me olhou de lado, mas nem perguntou nada. Peguei o celular e digitei com calma, sem pressa, querendo provocar do jeito certo: — Calma, bandido… uma hora a gente se tromba. Ele digit

