SKYLAR
O ‘jantar’ era um prato grande e nada saudável de cheeseburgers e batatas fritas, compartilhado em nossos colos enquanto esperávamos os trailers começarem. Porque sim, estávamos comendo em um cinema.
“Novamente... o que exatamente nós vamos ver?”
“A b***a em Marte”, respondeu Forrest, passando-me dois daqueles copinhos de papel branco cheios de ketchup.
“b***a?” repeti. “Em M...”
“Confie em nós. Você vai adorar.”
Estávamos em um daqueles cinemas novos e chiques, com assentos eletrônicos reclináveis. Aqueles que serviam comida e bebida diretamente no seu assento numerado.
“E se eu não gostar da b***a em Marte?” perguntei por acaso.
“Então você vai esperar até o nosso próximo encontro”, disse Everett. Ele enfiou três batatas fritas na boca e simultaneamente piscou para mim. “Filme de ação desta vez, comédia romântica na próxima.”
Eu tinha que admirar a bravata deles. Ri, principalmente por dentro, quando me entregaram três canudos. Peguei um para mim e passei os outros dois adiante.
“Então esse é o tipo de mimos que eu deveria esperar tendo três namorados?”
Forrest olhou ao redor do cinema quase vazio e riu. “Baby, isso é só uma amostra grátis.”
A comida era muito melhor do que eu esperava, e o filme não era tão r**m. Não ganharia nenhum prêmio nem nada, mas era cheio de ação e humor o suficiente para deixar para lá.
Nesse meio tempo, passei grande parte do filme fazendo um balanço dos meus três ardentes pretendentes. Porque além de tão gostosos quanto pareciam em suas fotos de perfil, os caras eram ainda mais impressionantes e bonitos pessoalmente.
Caramba. Olhe só para eles!
Eu fiz exatamente isso, e às vezes minhas olhadas de r**o de olho também não eram o que eu poderia chamar de secretas. Troy era tão alto e maravilhosamente atraente quanto em nosso encontro no Face Time, mas seus amigos eram ainda maiores. Everett tinha pelo menos 1,85m. Ele ostentava o corpo esguio e robusto de um jogador de vôlei que sempre me atraiu, junto com as costas em forma de V e uma b***a tão redondinha que eu podia imaginá-la flexionando e penetrando, em algum lugar entre minhas pernas...
Skylar!
Era um pensamento obsceno, mas eu não estava nem aí. Eu queria ver tudo dele. Seu maxilar quadrado e a sombra da barba por fazer deram lugar a um sorriso caloroso, quase infantil. Imaginei como seria beijar aqueles lábios. Segurar seu rosto em minhas mãos enquanto eu montaria aquele corpo longo e magro e aproximaria minha boca da dele...
Puta merda, eu realmente precisava t*****r.
Em contraste, Forrest era mais baixo e mais forte. Ele ainda tinha mais de um metro e oitenta de altura, com ombros enormes e absurdamente largos e braços fortes como cabos de sustentação de ponte. Eu podia ver cada músculo extensor em seus antebraços maciçamente estriados, e seus deltoides pareciam duas ombreiras de armadura de ferro.
No entanto, atrás do seu físico intimidador, havia muito mais. A barba castanho-avermelhada de Forrest combinava com seus olhos castanhos, dando ao seu rosto a impressão de um guerreiro viking. Mesmo assim, era fácil dizer que ele tinha um lado mais suave e doce. Havia inteligência e compaixão por trás de sua expressão de aço, junto com um sorriso que poderia fazer uma garotinha corar.
Parecia um pouco louco, cobiçar esses homens enquanto a b***a em Marte se enfurecia pela tela tremulante. E eu estava gostando de ver seus rostos bonitos, iluminados pelo brilho espectral, enquanto mastigavam pipoca e tomavam refrigerantes. Quem quer que fossem esses homens em suas vidas diárias, não havia dúvida de que agora eles estavam se divertindo completamente.
“Você está pronta para dar o próximo passo?” Troy perguntou, enquanto os créditos passavam.
Enquanto os outros coletavam nossas bandejas e recipientes de comida, eu olhei para ele. “Hummm... certeza?”
“Ah, vamos lá.”
Cinco minutos depois estávamos em um daqueles lugares de cerveja e fliperama existentes em um dos muitos bares da região. Forrest serviu quatro copos a partir de uma grande jarra espumosa, enquanto dezenas de fliperamas e videogames piscavam e zumbiam ao nosso redor.
“Então, o que exatamente você faz, Skylar?” ele perguntou, colocando minha cerveja na minha frente. “Além de trollar sites de namoro com cenários de vários namorados.”
“A mesma coisa que vocês,” eu disse, avaliando-o.
“Você atira em caras maus?” Everett arriscou.
“Não,” sorri de volta para ele. “Mas eu praticamente moro na academia.”
Os rapazes não pareceram surpresos. Eu os peguei me olhando tanto quanto eu os estava cobiçando.
“Você é uma ‘personal trainer’?”
“Isso, e também nutricionista, treinadora e consultora de fitness. Dou aulas seis dias por semana, desde zumba e spin até hidroginástica. Publiquei algumas coisas por conta própria, que até fizeram sucesso. Agora estou ampliando o alcance com um livro de receitas saudáveis.” “Ah, então você cozinha!” Troy sorriu satisfeito.
“Se a ideia de uma mulher fazendo isso valer pontos para você, então com certeza. Eu cozinho.”
Ele sacudiu a mão para a minha resposta com desdém. “Não estou nem aí para pontos,” ele disse. “Eu apenas adoro cozinhar.”
Olhei para Troy como se o visse sob uma nova luz. Uma ideia me veio à mente.
“Você sabe alguma coisa sobre câmeras? Go Pros? Esse tipo de coisa?
Ele balançou sua linda cabeça loira. “Nem um pouco.”
“E quanto a mídias sociais?”
“Não, por quê?”
“Porque todos os editores com quem falei dizem que preciso de mais presença online”, respondi com um suspiro. “f*******:. Twitter. i********:. Eu só sei um pouco mais do que um usuário médio.”
“Então vai aprender, disse Forrest. “Afinal de contas, você é ‘inteligente demais para qualquer mente’. Lembra?”
Eu estava quase pensando em rosnar para ele por jogar meu perfil inventado na minha cara. Mas eu estava muito ocupada olhando os três, da cabeça aos pés.
“Hummm...” eu disse, tomando o próximo gole da minha cerveja.
“Hummm o quê?”
“Quando eu começar a filmar episódios do YouTube para acompanhar minhas receitas... pode ser bom fazer um episódio de ‘cozinhando com os fuzileiros’.”
Forrest sorriu. “Aposto que isso renderia ótimas avaliações.”
Eu dei de ombros. “Com as mulheres, sim. Provavelmente
conseguiria.”
“Nas trincheiras!” Everett falou de repente.
“O quê?”
“Isso é como que você chamaria seu episódio. ‘Nas trincheiras’, com os fuzileiros.”
Minha mente começou a funcionar a mil por hora, como sempre acontecia quando eu começava a fazer um brainstorming de ideias boas e utilizáveis. Se eu não as anotasse imediatamente, acabaria esquecendo algumas, o que sempre odiei. Se ao menos eu tivesse uma memória fotográfica...
“Tudo bem, chega de conversa”, disse Troy. “Você é boa em pinball?”
Meu brainstorming foi interrompido por uma mão deslizando na minha. Era grande e pesada e era surpreendentemente bom senti-la.
“Você leu meu perfil?” sorri. “Sou boa em tudo.”
“Sim, sim,” ele disse, me empurrando na direção de todos os novos ruídos. “Vamos conferir isso.”