Desinibida: A Perdição do CEO

HANNAH NARRANDO É engraçado como tudo desmorona na sua cabeça do nada. Em um dia, você é a melhor advogada Nashville, conhecida por muitos artistas iniciantes, participa das melhores festas com as pessoas mais bonitas do país e se entrega à todos os tipos de prazeres que um ser humano pode imaginar... E de repente, tudo é tomado de você por um erro. Um maldito erro chamado Henry. Se eu soubesse tudo que aconteceria por me envolver com Henry, eu claramente teria desistido do meu emprego antes de me entregar ao meu vício com ele. Desde muito cedo, tenho desejos s3xuais intensos, e pensamentos er0ticos infindáveis e com todas as pessoas que eu acho atraentes. Quando eu comecei a trabalhar com Henry, foi inevitável não pensar nele de outra forma. Mantive a classe, mas me envolvi com ele três dias depois que ele chegou no escritório de advocacia. Resultado? A noiva dele descobriu e espalhou para meio mundo que eu era uma pr0stituta. Na real, eu entendo a noiva do Henry. Ela nos pegou transand0 na mesa do escritório dele, mas em minha defesa, eu não sabia que ele tinha uma noiva. Todos os meus clientes ficaram sabendo disso e apesar de não ser tão imoral ter um caso com um colega de trabalho, Natália era querida por todos e eu fui expulsa do escritório. As pessoas me olhavam torto, como se soubessem quem eu era e o que fiz. Natália ligava para todos os escritórios onde eu tentava trabalhar e me difamava, dizendo que eu era uma péssima advogada e de caráter duvidoso. Ela alegava que eu dormia com todos os meus clientes. Em partes, ela estava certa, mas eu não dormia com todos eles! Eu não sentia amor pelo Henry. Não sentia por ninguém, nunca fui capaz de sentir. Era só prazer, prazer e mais prazer. Estou no avião, indo para Nova Iorque começar uma vida nova. Consegui um trabalho em um escritório de advocacia bem bacana, fui indicada por uma amiga de profissão que decidiu me dar uma chance de provar que estou mudando. Eu estou fazendo terapia e tentando controlar meus instintos ninf0maníacos, e desde que toda essa confusão começou, eu consegui não dormir com ninguém. Estou literalmente na seca, e de propósito. E para isso acontecer, eu tive que começar a me esconder e mudar, desaparecer da minha vida antiga: Sem baladas, bares ou coisa do tipo. Até mesmo meu vestuário mudou. As saias lápis coladas, saltos agulha e as camisas sociais brancas provocantes foram substituídas por calças sociais mais largas, camisas folgadas e alpargatas. Pode ser que eu esteja mais elegante agora, mas eu gostava muito mais de mim antes. Eu era uma loba, pronta para devorar o homem que eu quisesse. "Atenção senhores passageiros, mantenham-se nos seus lugares e apertem os cintos, pois o avião iniciará o pouso." A aeromoça bastante educada sorriu ao terminar de falar, e colocou o interfone no lugar. Minhas memórias me atormentam. Eu já trans3i em todas as p0rras de lugares que alguém pode imaginar. Chegar em Nova Iorque foi fácil, e me estabelecer foi mais fácil ainda. Aqui, as pessoas não conhecem minha vida pessoal e quem eu fui. Eu me misturo na multidão e pareço uma advogada séria e respeitosa, por mais que seja uma cretina viciada em s3xo, que está em recuperação. Procurei um loft e consegui alugar um bem bacana. Ele fica no último andar de um prédio antigo de três andares, e eu não terei problemas com os moradores: Um casal de idosos e uma idosa que mora com vários gatos. Fiz questão de escolher esse lugar não por causa da aparência do local, mas porque a rua é pacata e não tem muita gente jovem morando. É um bairro de gente velha, perfeito para eu recomeçar sem ter nenhum homem g0stoso que me tire do meu propósito. Então, minha vida começou a andar. Dois meses se passaram desde que eu cheguei em Nova Iorque e comecei a trabalhar no escritório Delacroix Advogados, um escritório bem respeitável daqui. Meu chefe, William Delacroix, é um homem fantástico e idoso, na casa dos setenta anos, viúvo e muito respeitoso. Não sei nada sobre a vida dele, mas sempre que ele pode, me traz café e rosquinhas. Ele me acha simpática e sempre elogia minha elegância. Se ele soubesse... "Bom dia, senhor Delacroix." Eu sorri ao vê-lo entrar pela porta da frente. O nosso escritório fica no prédio comercial mais famoso de Nova Iorque. "Bom dia, minha pupila. Como você está hoje?" Ele entregou um café para mim, assim como faz todas as manhãs. "Trouxe seu latte sem açúcar." "Aposto que você faz isso com todas as novatas." Peguei o café e tomei um gole, sorrindo após fazer isso. "Só com as que vencem casos como você. Conseguimos a condenação daquela empresa que processamos. Eles desistiram de recorrer e aceitaram o acordo. O cliente está pulando de alegria." Era sempre assim. Tudo que eu tocava, eu dava o meu melhor e em noventa e três por cento dos casos, eu vencia. Era um índice alto, considerando o tipo de caso que eu pego. Empresas grandes não gostam de ser processadas publicamente, e geralmente pagam para abafar o caso. Conseguir uma condenação é quase impossível. "A gente arrasou." Brindamos com o café. "Ah, querida, eu gostaria que você almoçasse comigo hoje. Como você sabe, irei tirar umas férias em dois meses e esse é o momento perfeito para o meu filho começar a trabalhar. Ele chegou da Holanda ontem, está ansioso para conhecer você." Eu o olhei, bastante confusa. Me conhecer? Por que me conhecer? "Como assim, chefe? Por que ele quer me conhecer?" "Eu disse que temos uma advogada novata brilhante aqui no escritório, e ele vai precisar de ajuda com os casos. Meu filho é um advogado de excelência e estava em um intercâmbio aprendendo contabilidade, mas ele precisa de uma forcinha com relações públicas, se é que me entende." Ele suspirou, e então, continuou. "Meu filho é bravo e sério demais. Diferente de mim, está sempre carrancudo." "Tá falando sério? Pra quem ele puxou? O senhor é tão simpático e amável." Cruzei meus braços e fiquei imaginando como o filho do meu chefe poderia ser. "Puxou para a falecida mãe. Até hoje, não sei como me casei com ela e passei vinte anos ao lado dela. Ainda bem que quando ela morreu, eu ainda era jovem e pude casar de novo." Ele gargalhou ao dizer isso, e depois começou a tossir. "Deus do céu, preciso ir ao médico ver essa tosse." "Devia mesmo, chefe." Eu estava com uma pulga atrás da orelha. Queria saber quem era o filho do meu chefe, que seria meu novo colega de trabalho. Eu orei mentalmente pra que ele não fosse bonito ou um tarado como eu, porque depois de tanto tempo sem olhar pra um p4u, até o do meu chefe enrugado parece gostoso. Respirei fundo. Mandei uma mensagem de áudio para meu psicólogo, Henrique, e engoli seco. "Oi, Henrique. É a Hannah. Tudo bem? Bom, eu estou entrando em contato porque talvez eu precise, hm, de uma sessão extra essa semana. Tipo hoje. Hoje seria um excelente dia. Eu estou... Estou... Bom, estou daquele jeito, se é que você me entende. Eu não quero ceder, eu quero melhorar. Você pode me atender? Se puder, me manda uma mensagem, tá? É isso, abraços."