Pov Lauren Jauregui
Haviam se passados algumas semanas desde que Camz e eu resolvemos adotar a pequena Alice. Ela continuava no hospital devido ao nascimento prematuro e também pelos problemas pulmonares, asma pra ser mais certa em palavras.
Descobrimos isso quando acidentalmente, uma das enfermeiras que cuidava dos berçários acabou esquecendo de limpar a encubadora antes de colocar Alice lá dentro e uma única poeira entrou pelo seu minúsculo nariz fazendo nossa pequena filha ter uma crise respiratória.
Eu me desesperei e mesmo negando Camila também.
Ela ainda continuava contra a ideia de uma humaninha - como ela mesma chamava - entre vampiros e transmorfos, embora eu soubesse que seu coração mesmo que morto sempre parecia saltar para fora do peito todas as vezes em que Alice estava em seus braços.
Camila sempre parecia mais linda com Alice no seu colo. Eu poderia passar a eternidade apreciando a cena. Se não fosse por Camila interromper essa maravilhosa fantasia para m***r a enfermeira que acabou colocando a vida da nossa pequena humaninha em risco.
Não vou negar, a ideia de m***r pessoas ainda me atormentava sempre. Camila continha argumentos excelentes para me provar de que humanos não valiam tanto à pena e que matando, ela estava apenas livrando a sociedade dessas pragas que atormentavam por aí. Eu sempre revirava os olhos e fingia esquecer todos eles, quando você passa tanto tempo casada com alguém, você já nem se importa com os defeitos do mesmo. Agora eu estava aqui, olhando para o vidro do berçário vendo minha humaninha ter um sono tranquilo e profundo. Até que senti o meu cheiro favorito se aproximar.
Olhei para o lado e vi Camila sorrir ao me mostrar uma pasta amarela em suas mãos. Seus olhos castanhos brilhavam, fiquei com medo disso.
— Não se alimentou da pessoa que fez a documentação pra você, não é ? — Camila sorriu com a língua entre os dentes daquele jeito sapeca que apenas ela conseguia fazer.
É, ela tinha feito isso.
— Não o matei, ainda iremos precisar dos serviços dele. Apenas me alimentei, mas em breve ele estará melhor. — Chegou perto de mim para tentar beijar minha boca, mas fui obrigada a para-la com minha mão em seu buço. Ela me olhou de forma estranha. — Algum problema?
— Você tomou banho depois que se alimentou? — Seu rosto confuso se tornou ameaçador.
— Eu não estou fedendo! — Eu ri.
— Eu sei que não, mas não quero beijar você sabendo que sua boca deve ter estado em pescoços alheios. — Expliquei e ela revisou os olhos.
— Quem você pensa que é? — Eu rir baixinho. — Lo, me beije agora ou eu te agarro aqui mesmo. — Ela cruzou os braços sobre o peito fazendo um biquinho em seus lábios. Camila parecia tão angelical emburrada, nem parecia o demônio disfarçado. — Eu não me alimento sempre mordendo o pescoço, também me alimento pelo pulso, eu me sinto um pouco estranha quando tenho a boca perto demais de um pescoço que não seja o seu. — Se explicou e eu não resisti.
Acabei cedendo. Eu sou trouxa demais por Camila Cabello.
Nos beijamos no final das contas, mas nada que fosse muito fogoso porque estávamos no hospital e o médico que cuidava de Lice ficava nos cercando à todos os instantes. Eu lia seus pensamentos sobre mim e eu sabia que isso irritava Camila, mas tenho certeza de que se ele soubesse o que eu carrego entre as pernas pensaria duas vezes antes me me olhar de uma forma estranha que ele julgava ser sensual.
— Me deixe ver esses documentos. — Puxei a pasta de suas mãos, Camila bufou. — Acha que Sofi e Taylor irão gostar da ideia de uma nova irmãzinha? — perguntei à ela pela primeira vez.
Eu abri o envelope vendo o registro de nascimento de Alice, o lugar onde ela havia nascido, prováveis documentos que iríamos precisar futuramente. Estava tudo ali dentro.
— Taylor adora crianças. E ela é tão doce e determinada que eu tenho certeza de que não haverá problema algum pra ela com Seth. Já Sofi é mais sentimental. — Camila disse pensando por um tempo. — Talvez tenha algum problema, mas nada do que uma conversa adulta sobre Alice que ela não entenda.
— Eu realmente espero que elas entendam. — Disse ouvindo os pensamentos dos médicos à nossa volta. Reconheci uma das vozes e eu sabia que se Camila estivesse ouvindo sobre aquilo provavelmente arrancaria a cabeça de alguém ali mesmo.
"Ela é muito linda e seus olhos são incríveis, a esposa dela também é linda. Acho que você vai gostar dela, mas a de olhos verdes é minha. Entendidos?"
Eu tranquei a mandíbula quando entendi sobre o que eles estavam falando. Logo, no corredor vi surgir o médico que era responsável pela Alice e um outro. Ouvi seus pensamentos e vi que ele havia achado minha esposa incrivelmente linda.
Camila logo notou que havia algo de errado comigo, então olhei de relance para ela deixando que ela lesse meus pensamentos e eu ouvi quando ela rugiu de maneira contida em direção aos dois humanos de sorrisos cínicos que vinham em nossa direção. Apenas me aproximei dela para que caso ela pensasse em fazer alguma coisa, eu estaria pronta para impedir. Ela não poderia m***r ninguém aqui dentro, tinha muitas vítimas.
— O que está pensando em fazer? — Perguntei muito baixo, sabia que nenhum humano seria capaz de ouvir.
— Arrancar cada pedaço do corpo de cada um com eles ainda vivos. — Fiz uma careta ao olhar para ela. — Eles não merecem nem que eu tome o seu sangue.
— Era com vocês mesmo que queríamos falar. — O médico que cuidava da nossa menina disse, eu não tinha feito questão de decorar o nome dele. — Esse é meu amigo Charles, ele é neurocirurgião aqui do hospital.
— Certo, mas e minha filha? — Camila logo o cortou, eles pareceram confusos.
— Está sob observação, está segura. Como disse pra vocês mais cedo. — Ele falava e olhava para mim, eu revirei os olhos sem me importar se eles estavam ali ou não.
Me virei para Camila e trouxe seu corpo para mais perto do meu.
— Vou ligar para o meu pai pra ver se está tudo certo pra nossa partida. — Beijei seus lábios. — No máximo em 12 horas estaremos em casa.
— Vocês já estão de partida? Eu ainda não assinei a alta de Alice. — O médico disse todo desconcertado.
— Sim, mas isso não é da sua conta. — Camila respondeu sorrindo com escárnio. Ela me soltou, mas eu não me importei e em passos lentos ela se aproximou dos dois médicos e eu ignorei os pensamentos um deles e quando Camila abriu a boca para responder eles, eu logo soube que ela estava usando seus dons. — Você vai fazer isso agora mesmo. Irá dar alta à minha filha e depois irá esquecer de que viu a minha mulher porque ela é só minha e se tem uma pessoa aqui que irá t*****r com ela a noite toda, será eu. Entendido?
Eles sentiram medo, eu não precisava do Troy para sentir isso. E eu quis rir, mas acabei me contendo. Nenhum dos dois disse mais nada e apenas saíram correndo dali o mais rápido que podiam.
— Eu te disse milhares de vezes que os humanos não valem o que comem. — Camila se virou para mim e eu acabei gargalhando. — É sério, é por isso que eu prefiro m***r do que deixar por aí pra dar dor de cabeça.
— Certo, agora... Nós realmente iremos t*****r a noite toda? — Perguntei de maneira sugestiva.
— Sério que você só prestou atenção nessa parte? — Ela chegou mais perto e eu a puxei para que ela sentisse que eu já estava excitada. — Não faz isso aqui, Lo...
"... Porque minha b****a já começa a se contrair sozinha." - ela disse e eu senti minha garganta secar.
— Vi um banheiro em uma porta ali. — Apontei na direção. — Nós temos tempo pra uma rapidinha.
Camila riu.
— Acredite, se você meter seu p*u em mim. Uma rapidinha será à última coisa que eu irei querer. — Camila mordeu o lábio inferior e eu a puxei para mim, mais uma vez.
Eu queria beijar ela, eu queria muito. Até que mais uma vez, para a minha infelicidade o telefone dela tocou. Eu senti vontade de jogar aquela porcaria na parede até que não restasse uma grama dele. Camila vendo minha cara de incrédula, apenas riu e atendeu ao telefone.
— Tive uma visão de vocês me ligando. Então poupei o trabalho de vocês e matei minha curiosidade.
Ally disse do outro lado da linha.
— Eu vou m***r você, sua mensageira do capeta de meio metro! — Eu disse olhando para os lados, minha calça justa havia deixado meu p*u marcado. Não queria que ninguém olhasse pra mim, mesmo não me importando com nada. O fogo ainda me consumia e eu mataria minha irmã por todas as interrupções. Ela iria se ver comigo.
— Mila, o que você viu na Lauren? Ela é tão rabugenta que ainda me espanto com o fato de você suportar ela. Mas à questão é, o que vocês estavam querendo de mim?
— Não tinha como você deixar que eu ligasse? Minha esposa e eu estávamos..
— Estavam nada, vocês iam. É diferente!
Minhas mãos se fecharam em punho e quando elas iriam se chocar contra uma das paredes de concreto, uma enfermeira entrou no berçário me fazendo olhar para minha filha e ver que ela estava com os olhinhos abertos. Então eu me toquei de que eu queria t*****r na frente dela.
Eu me senti uma mãe muito r**m. Logo já não me importava com Ally do outro lado da linha.
— Preciso que você deixe tudo em ordem, mas sem que ninguém saiba. Nossa casa ficou pronta? — Eu ainda ouvia Camila conversar com ela.
— Clara bateu o pé e disse que não permite que vocês construam uma casa. Ela quer todos por perto.
A enfermeira se aproximou da minha menininha e começou a mexer nela, eu olhava atentamente para cada movimento dela. Via o quão carinhosa ela era e eu queria aprender todos aqueles cuidados para que Alice ficasse bem.
— Ally, nós não podemos ficar com Clara e o resto. Nossa família aumentou significativamente com o tempo. Não é apenas Sofi e eu. Temos Taylor, Seth, Shawn, Leah, Nate, Chris e Claire... Agora Alice.
A enfermeira pegou Alice de dentro da encubadora e colocou sobre um lugar plano, entendi que aquilo era o trocador e quando ela começou a retirar a fralda usada pela minha filha, vi que ter um bebê daria mais trabalho do que eu havia imaginado.
— No máximo que ela aceitou, foi que Christopher e Claire construíssem uma casa para eles ao lado da nossa. Ou seja, eles irão ser nossos vizinhos e bem.. Talvez, mama tenha obrigado à todos a fazer uma reforma e eu tive que falar para ela com a ajuda de Mike sobre Alice.
Eu olhava ainda atentamente passo à passo a maneira de trocar a fralda de Alice enquanto o diálogo ocorria ao meu lado.
— Allyson! Era segredo. — Pelo tom de voz, Camila se irritou.
— Eu sei. Mas vi que vocês irão precisar da ajuda da minha mãe. Eu tive que falar, enquanto à Clara, ela foi arquiteta. É óbvio que ela arrancaria minha cabeça para fora do corpo se eu ousasse em pensar em construir qualquer coisa sem a ajuda dela. E tenho que confessar que o quarto de Alice ficou maravilhoso. Eu quero ver logo minha sobrinha, Milinha. Vocês precisam vir logo!
— Estamos partindo ainda hoje para Seattle. Apenas diga para que Mike mande Dinah deixar meu carro no aeroporto e voltar correndo. Ally, você precisa comprar uma cadeirinha de segurança.
Acabei ouvindo um gritinho eufórico e olhei para Camila que fazia uma careta. Foi Ally.
Estranha.
— Deixa comigo, Milinha. Eu faço questão de cuidar pessoalmente de tudo.
Eu parei de ouvir a conversa quando a enfermeira que cuidava de Alice chegou perto do vidro com ela em seus braços, ela estava perfeitamente arrumada. Seus olhinhos brilhavam olhando para todos os lados e se eu fosse humana, eu teria chorado quando ela pareceu me notar ali. Seus olhinhos me fitavam de maneira intensa e eu ouvi seu pequeno coração bater rapidamente, eu não sabia se ela podia me reconhecer, de todo esse tempo em que ela ficou ali, nós não podemos ficar muito tempo com ela em nossos braços, ela havia nascido com diversos problemas e era bastante delicada. Senti uma mão no meu ombro e nem ao menos me dei ao trabalho de olhar para saber que era Camila.
Meu sorriso era o maior possível quando Alice abriu a boca para bocejar formando assim um pequeno "o" que quase fez eu cair dura ali mesmo de quão fofa ela estava.
— Foi você quem escolheu aquele macacão? — Perguntei para Camila.
Alice vestia uma miniatura de um macacão de vaquinha. Pequenas luvas grossas em suas mãozinhas e sobre sua cabeça uma toca a parte da roupinha. Ela estava adorável com aquilo.
Eu suspirei.
— Foi sim. Vi em uma loja quando estava comprando os mantimentos que iremos precisar por hora. — Eu assenti com a cabeça. — Antes de falar com você, pedi para que uma das enfermeiras colocasse nela e eu estou apaixonada pela forma que ela ficou adorável. — Eu sorri. — Meu amor, você precisa se alimentar!
Olhei para Camila.
— Eu não quero ficar longe de vocês. — Disse diretamente.
— E você não vai, mas iremos passar tempo demais dentro de um avião e ela estará sob nosso cuidados, nós não podemos arriscar.
Eu sabia que ela tinha razão, fazia dois dias que eu havia me alimentado e a sede não incomodava ainda. Saber que eu teria que me afastar delas duas pelo menos três horas mínimas era um martírio cujo qual eu não queria ter que passar.
— Mas ela já terá alta. — insistir mais uma vez.
Camila bufou.
— Lo, não me faça entrar na sua cabeça e obrigar você a ter que fazer isso. — Fiz um biquinho e ela riu. — Depois diz que Sofi parece uma criança.
— Eu... Poderei ficar com ela nos meus braços, depois? — Camila concordou com a cabeça e eu beijei seus lábios. — Onde iremos nos encontrar?
— Vou passar o endereço para o seu celular. Iremos no meu jatinho e partiremos assim que você voltar.
Assenti com a cabeça mais uma vez.
— Certo. As coisas já estão prontas, mesmo.
Me despedi com mais algum beijos e em seguida me virei para ver onde minha pequena menina estava. Notei que agora ela era alimentada por uma mamadeira e fiz um pequeno aceno para ela mesmo que ela não percebesse. Sai às pressas do hospital e agradeci por ser inverno e o sol não estar no céu, caminhei por um tempo até que encontrei um beco escuro e fui para ele depois que tive certeza de que ninguém havia me notado ali, corri para fora da cidade apenas para não correr o risco de encontrar nenhum humano e me concentrei na minha caçada.
Pov Camila Cabello
Já fazia algumas horas em que havíamos pousado em Seattle, Lauren, Alice e eu tivemos um vôo tranquilo e rápido, sem nenhuma interferência. Essa era uma das vantagens em ser podre de rica, nós poderíamos ter o luxo de possuir coisas insignificantes como um jatinho, como dizia o meu tão humilde irmão.
Por falar nele, Ally me disse que Christopher estava desconfiado de que alguma coisa estava acontecendo. Uma vez que Clara, Mike e Ally sempre viviam aos cochichos e que Taylor também estava mais atenta à tudo em sua volta. Ela mesma até chegou a perguntar alguma coisa à Ally, mas a mesma logo tratou de desdobrar qualquer teoria que minha filha estivesse criando em sua cabeça. Isso não me deixou menos tranquila, uma vez que era só olhar para o lado - ainda durante o voo até Seattle - e ver Lauren morrer de amores para o pequeno bebê que dormia tranquilamente em seu colo. Uma coisa que nós havíamos notado, era que uma das principais funções da pequena Lice era comer, dormir e mudar fraldas.
Eu me perguntava como um ser daquele tamanho sujava tantas fraldas em questão de horas, mas então Lauren me respondeu que era devido a quantidade de leite que ela ingeria. Tudo o que entrava no seu pequeno corpo, uma hora ou outra deveria sair. Porém, eu comecei a ter um carinho em especial por Alice sempre que ela acabava vomitando na minha linda esposa - já que Lauren tomou se para si mesma a função de alimentar a humaninha por livre e espontânea vontade. - Eu sabia como era cuidar de uma criança, já tinha feito isso a quase... Bem, eu já tinha cuidado de uma humaninha à muito tempo atrás, mas percebi que desde lá até os tempos de hoje muita coisa havia mudado. Como por exemplo os cuidados especiais que nós deveríamos manter com Alice.
Por ela ser uma pequena asmática, Lauren - sendo uma neurótica nata - fez questão de obrigar Ally e Clara a fazerem uma super limpeza por toda a casa, devido as chuvas contentes em Forks teríamos alguns problemas com a umidade. Michael teve que explicar para a filha de que eles moravam no meio da floresta, na saída da cidade, e que o tráfego de carros ali era inexistente e que seria uma coisa boa para Alice respirar um ar mais puro.
Depois de entender o ponto de vista do seu pai, Lauren inventou que Mike precisava de uma pequena farmácia dentro da sua própria casa para ter sempre ao seu dispor qualquer medicamento que Alice viera a precisar com o tempo. Fora, que eu me perguntava como ninguém ali dentro havia desconfiado das compras recentemente feitas - sei porque Ally me certificou de que havia feito com Troy - dentro das dispensas, uma vez que a maioria delas eram alimentos para bebês e entre outros.
Saber dos cuidados que nossa família estava tomando para a chegada de um novo integrante me deixava radiante. Eu nunca tive dúvidas de que fiz a escolha certa ao ficar ao lado deles, eu sempre tinha certeza disso... Bastava olhar nos olhos de Lauren para sentir meu coração voltar a vida e pulsar dentro do meu peito.
Eu à amava muito, por isso, sempre acabava cedendo as suas vontades.
Eu era completamente louca por ela.
Enquanto ela dirigia o carro, Alice ainda permanecia em um sono profundo em meus braços. Sim, eu poderia muito bem por ela na cadeirinha de segurança que estava no banco traseiro, mas havia algo dentro de mim que me impedia de ficar longe dela por muito tempo, algo implorava para que eu à amasse e eu estava disposta a fazer isso.
Passei meu dedo polegar pelo seu rostinho pálido, ela franziu o cenho, mas nada que fizesse ela acordar. Horas antes ela havia tomado o leite que Lauren havia aprendido a fazer enquanto estávamos dentro do avião, quando ela acordasse provavelmente já estaríamos em casa e não teríamos problemas nenhum com a alimentação. Seus cabelinhos claros deixava o contraste perfeito com seus olhinhos verdes que viviam mudando constantemente de cor. Lauren e eu chegamos a um debate sobre a cor dele, logo desistimos ao entender que era cedo demais para ter uma certeza.
Olhei para fora da janela e vi uma movimentação estranha no meio da floresta escura, Lauren logo bufou do meu lado. Assim, tive certeza de que ela estava lendo os pensamentos da nossa estranha companhia.
"Seth está correndo na floresta. Use seus dons para esconder a presença de Alice antes que o linguarudo diga alguma coisa."
Revirei os olhos, mas logo fiz o que ela mandou.
"Ele está sozinho?"
Eu não queria arriscar se Taylor estivesse com ele. Lauren apenas acenou com a cabeça e acelerou. Se Seth estava por ali, era sinal de que estávamos próximas de casa.
Olhei mais uma vez para Alice em meus braços, com um dos braços livres, peguei a pequena malinha com um elefante branco estampado e tirei uma manta um pouco grossa enrolando minha humaninha com cuidado para que ela não sentisse frio. Acomodei sua toquinha felpuda e me certifiquei de que estava tudo bem com sua fralda.
Não queria que ela chegasse em casa toca cagada, mas se bem que eu ficaria muito feliz se ela fizesse xixi em Dinah ou Troy. Acabei gargalhando com essa possibilidade.
Lauren me olhou estranha, mas não disse nada. De repente, senti ela diminuir gradativamente a velocidade do carro e logo, avistei uma casa enorme com luzes para todos os lados.
— Nós chegamos. — Lauren disse parando o carro bem em frente.
Pelo cheiro, notei que a casa estava cheia.
— Vá na frente. Eu preciso de uns segundos! — Disse para ela e prontamente fui atendida.
Lauren abriu a porta do carro e pegou nossas malas e em sua super velocidade as deixou todas na porta da mansão. Quando ela se virou em minha direção, entendi que ela não entraria ali sem mim.
Com cuidado, fui saindo do carro bem lentamente e peguei a mala de Alice, ela sempre seria de boa utilidade. Quando já estávamos em frente a porta, ouvimos ela se abrir de uma baixinha saltitante parou em nossa frente. Ally parou de respirar por algum tempo, eu segurei a vontade de revirar os olhos sabendo que aquilo não era necessário.
— Ela é mais linda pessoalmente! — sussurrou e eu sorri em confirmação.
Ouvi outros cochichos dentro da casa e logo, agradeci por mais ninguém ir até nosso encontro. Ally pegou a mala de Alice e Lauren levou as nossas para dentro, por fim foram à frente me deixando um pouco atrás com Alice que estava bocejando em meu colo.
— Porque todo esse mistério? — Christopher como o ogro que era perguntou em voz alta.
— olha a boca, animal. — Ally disse me fazendo rir.
— Essa baixinha é afrontosa, ela. — Ele debochou, logo ouvi um barulho de t**a soar e percebi que meu irmão tinha apanhado.
— Frouxo. — Eu disse ainda caminhando em sua direção, eles ainda não me viram por causa das paredes que haviam naquele corredor, eu tinha visão apenas de uma escada e notei que eles estavam em uma sala.
— Vem falar de mim? — Ele perguntou. — Você tem quase uma coleira escrito "fui domada". – Revirei os olhos.
— Chega vocês dois! — Clara interveio.
Era sempre assim, quando Christopher e eu saíamos aos socos, ela sempre tinha que separar nós dois porque ninguém mais ali conseguiria. Quando estava próxima demais do fim da parede, Michael arranhou a garganta chamando a atenção para ele.
— Quero que vocês prestem atenção agora. — Pela mente da Lauren eu sabia que todos olhavam para ele, mas senti a falta de um certo casal no meio daquele pessoal todo. — Dêem boas vindas à chegada de uma nova integrante.
— O QUÊ? — Dinah berrou.
— Bem vinda ao lar, Alice Cabello Jauregui. — Clara disse assim que eu deixei que todos sentisse a presença da minha humaninha.
Logo, como uma avó babona que era, Clara já estava ao meu lado enchendo o rostinho do bebê de beijos. Eu não me importei quando ela pediu para que eu passasse Alice para ela. Apenas o fiz porque uma hora teria que o fazer, eu também precisava esclarecer algumas coisas.
— Como vocês conseguiram essa criança? — Dinah perguntou olhando incrédula para seus pais que paparicavam o bebê. — Mani, porque não temos uma criança?
Lauren e Ally riram da irmã.
— Kaki, você está brincando... Né? — Meu irmão peguntou preocupado.
Eu neguei.
— p**a m***a, eu tenho mais uma priminha pra cuidar. — Nate disse levantando do colo de Leah e indo até Alice. Logo, eles estavam se amontoando em cima da humaninha.
— Não fiquem muito em cima dela. Alice é sensível, eu não quero vocês muito próximos e nem ela passando de mão em mão, sem antes vocês as lavarem.. Ela não é um brinquedo, então se afastem! — Lauren disse quando viu seus irmãos se juntarem.
Eu quis rir do seu desespero.
— Onde está Sofi e Shawn? — Perguntei olhando em volta.
Vi apenas Taylor um pouco afastada com Seth em seu lado. Eu sabia que ela estava pensativa, mas que odiava tumultos. Então em algum momento ela iria se aproximar e Seth como seu devido parceiro, estaria sempre ao lado dela.
— Está chegando com o Shawn. Ela precisava caçar. — Claire explicou. — Ela é realmente uma criança muito linda.
Eu sorrir.
— Obrigada, mas como Lauren disse... — Apontei para onde Lauren estava, ela tentava à todos os custos tirar Alice dos braços enormes de Dinah com medo de nossa pequena filha ser esmagada pelo mostro que Dinah poderia ser. — Ela é sensível e temos que tomar alguns cuidados redobrados.
— Eu não sabia que você iria adotar. — Chris disse na minha direção.
— Nem eu. Foi totalmente inesperado. Quando percebi já tínhamos feito...
Ouvimos um rosnado do lado de fora da casa e isso parece chamar a atenção de todos nós. Alguém estava furioso e pelo tom de voz eu já sabia quem era.
— O que está acontecendo lá fora? — Ally perguntou e eu senti Troy ficar tenso.
— Sofi está tentando conter o Shawn! — Ele explicou. – Ele está furioso!
— Porquê? — Dinah perguntou.
— PORQUÊ SANGUESSUGAS NÃO PODEM PÔR A VIDA DE UMA CRIANÇA INOCENTE EM PERIGO. EU VOU LEVAR ELA PRA LONGE DE VOCÊS! — Ele usou sua voz de alfa para falar comigo.
Eu corri rapidamente para o lado de fora, tendo a total certeza de que Sofi tinha acabado de ficar viúva sem ao menos ter se casado. Porque com certeza, esse cachorro i****a estava querendo morrer.
Até logo... ?