Eu estava pensando em me esconder quando os vi.
Meu pai, Oleg e outros homens, que eu tinha visto algumas vezes, atirando em Antonio, Daniel e seu pai. Nenhum sinal dos
guarda-costas ou de Olivia, embora ela pudesse ouvi-la gritar.
A luz dos tiros era quase o único flash de luz que eu conseguia ver, só ouvia pessoas correndo e respirações cada vez mais perto de mim. Quando finalmente reagi eles já estavam muito próximos e tudo começou a acontecer muito rápido.
O meu pai e Antonio estavam mirando um no outro. Oleg e Daniel estavam fazendo o mesmo um com o outro e Alex estava mirando na minha cabeça, embora um dos homens do meu pai estivesse apontando sua arma diretamente para ele. Alguns guardas da casa também começaram a mirar. E eu congelei, incapaz de me mover, uma arma nunca havia sido apontada para mim. Procurei nos olhos de Oleg, mas eles estavam vazios como se ele não estivesse lá.
Eu nunca gostei ou desgostei de Alex, ele era frio e distante como o meu pai e havia milhares de histórias de Bratva sobre a sua crueldade, então eu não tinha certeza se ele atiraria em mim. Muitas pessoas afirmam que ele matou a esposa e a escondeu por anos, dizendo que ela estava num centro psiquiátrico do qual nunca mais voltou.
— Abaixe a arma, Ivan, ou vou matar a sua filha. Disse Alex a meu pai.
— Aquela prost*ituta?"Nunca tive a certeza absoluta de que ela é minha filha, sempre deixei os meus convidados fo*derem a minha mulher, você sabe disso. O meu disse com a sua crueldade habitual, sem sequer olhar para mim. — O que é certo é que ela é a filha digna da sua mãe va*dia, ela dorme com os seus filhos há anos. Eu nunca soube com qual dos três ela estava fo*dendo, talvez todos os três? Ele adicionou. — Nenhum de vocês vai sair daqui vivo. Alex Volkov estava de olho no meu pai quando disse isso.
— Mandei ela para te seduzir, que é a única coisa que ela vale. Acho que ela dormiu com o Daniel para conseguir as informações que eu precisava, pelo que ouvi ele é o cara fácil da família.
Daniel literalmente dormiu com todo mundo desde os 15 anos, eu me perguntei como o meu pai poderia saber, talvez Oleg tenha contado a ele?
Não pude deixar de procurar por Antonio, embora tenha ficado mortificada com as palavras do meu pai e isso desencadeou ainda mais a sua fúria.
— Eu estava brincando Nina, eu já sabia que você estava fod*endo com o Antonio, você sempre teve olhos só para ele e eu sempre tive espiões por toda parte. Você poderia ter fo*dido com Nikolai, pelo menos ele vai ser Dom. Antonio nunca terá nada, ele será o 'segundo melhor'. O meu pai me disse, embora, na verdade estivesse se dirigindo a todos os outros.
— Eu não... eu nunca. Eu tentei explicar, mas ele não me deixou terminar.
— Ivan, nem pense em tocá-la. Antonio disse a ele sem se virar.
A sua voz soava quase como um rugido.
— Você vai defendê-la afinal? O meu pai insistiu.
— Se você fizer alguma coisa com ela, vou torturar você por dias, vou quebrar até o último osso, partes do seu corpo que você não sabia que tinha vão doer. O meu namorado aparentemente parado gritou com ele de novo.
Eu queria ver o rosto de Antonio, acima de tudo os seus olhos, para ver se ele estava acreditando que era verdade, mas como o meu pai estava mirando nele, mesmo que ele quisesse se virar, não podia. Ou talvez ele nem quisesse mais olhar para mim. Nós não dormimos juntos, mas ele provavelmente estava pensando na mesma noite que eu, meu aniversário alguns anos atrás.
Procurando o fator surpresa e ajustando as forças, o meu pai atirou em mim. Antonio atirou na sua mão naquele momento desviando o tiro.
Oleg e Daniel me jogaram no chão, desistindo apenas para me salvar. A bala apenas raspou o meu braço, embora no momento parecesse ter sido arrancado, e não pude deixar de gritar.
Oleg me empurrou com força, até que fiquei presa no curral, com todos eles me cercando e sem conseguir parar de chorar. Eu só ouvi Antonio gritando o meu nome e me pedindo para ficar o mais longe possível, ele estava cercado e não conseguia chegar até mim.
— Por favor, Nina, eu preciso que você saia daqui. Ele disse, mas eu não conseguia me mexer.
Depois disso, o tiroteio continuou, embora ninguém mais tenha me alvejado novamente. Golpes, gritos, tiros e Oleg caindo no
chão, ao lado do meu pai. Os seus cachos loiros, como os meus, cobertos de sangue se tornaram as imagens que me assombram nos meus pesadelos.
— Nãããão! Gritei, para ninguém em particular, pensando apenas nele.
Eu não queria olhar para o meu pai, o meu mundo parou no momento em que o meu irmão foi ferido. Eu nem sabia quem tinha disparado o tiro. Enquanto eles estavam no chão, Alex Volkov continuou batendo e atirando na minha família.
Ele se virou e continuou gritando comigo e acenando com a arma perto de mim. Eu não conseguia ouvir o que eles falavam, então Antonio me sacudiu e me disse para ir embora, ir para a casa da minha avó e esperar por ele lá. Ele me disse para me esconder no sótão e não abrir para ninguém, a minha avó tinha um quarto do pânico.
Corri e corri, tentando não pensar em Oleg. Porque eu não tinha visto o seu rosto e isso significava que havia esperança, que talvez ele não estivesse morto. Quando voltei para casa, não havia ninguém, então, como Antonio me disse, eu me escondi. Apenas a minha mãe, Oleg e a minha avó sabiam o código do quarto do pânico, então consegui adormecer por algumas horas pensando que estava seguro e sem entender muito bem o que havia acontecido.
Será que os meus amigos realmente atiraram no meu irmão? Por que ele estava no meio da noite com o meu pai lá?