Prólogo

1232 Palavras
Sarah — Detetive Ackles. - diz Richard quando me junto a ele na cozinha. — Detetive Camacho. - o imito e caímos na gargalhada logo em seguida. — O que vai fazer depois que sair daqui? - pergunto pegando a minha marmita dentro da geladeira e a levo até o micro-ondas para esquentar. Falta algumas horas para o nosso turno acabar, mas isso não quer dizer que Richard Camacho não tenha feito planos para uma sexta a noite, ele sempre tem planos para o final de semana. — Tenho um encontro com uma gata do Tinder. E você? - pergunta dando uma garfada no seu macarrão. Diferente do meu parceiro e melhor amigo, eu não costumo fazer planos para o final de semana, eu quase nem saio de casa e quando saio é porque sou obrigada a ir com ele em algum bar. Da última vez que saímos, fui deixada sozinha na mesa de um bar onde estava tento noite do karaokê, e tive que ouvir várias pessoas bêbadas cantando de uma forma totalmente desafinada. Richard reapareceu quase duas horas depois com o rosto todo borrado de batom e a camisa faltando alguns botões. Depois daquele dia resolvi dar um tempo nas saídas. Mas nem sem fui assim. É, teve uma época da minha vida em que eu gostava de sair. Frequentar festa era quase uma rotina. E eu adorava. Mas essa fase da minha vida já passou, sou uma mulher adulta e com responsabilidades agora, não posso ter a mesma vida de antes. — Vai ter maratona de Harry Potter, então vou aproveitar para assistir. - respondo. A contagem do micro-ondas termina e tiro minha marmita de lá de dentro. Pego um garfo e uma faca e me sento ao lado de Richard, que já está quase acabando seu macarrão. — Nossa, que programão, fiquei até com inveja. - diz com ironia. — Se quiser pode se juntar a mim. - dou de ombros. — Desculpe, mas eu passo. … Fecho o chuveiro e depois de me secar, visto meu pijama, ligo a televisão e vou até a cozinha preparar a pipoca antes que o filme comece. — Top down, feel the breeze Chillin with the homies and the bees. -canto enquanto carrego o pote de pipoca e o refrigerante pela casa, até meu quarto. Richard pode achar meu plano para o final de semana chatos, mas ainda prefiro mil vezes o sossego da minha casa e o conforto da minha cama, do que ficar horas em pé num lugar lotado de pessoas – a maioria mais louca que o batman – e com uma fila enorme para usar o banheiro. Sem contar os caras idiotas que não sabem nem fletar. Talvez eu seja uma i****a por gostar de homem me baseado nos livros que eu leio. Nunca na vida vou encontrar um Garrett Graham para chamar de meu. O filme finalmente começa, o que me faz colocar o celular no silencioso para que ninguém me interrompa. … — O que é isso? - pergunto pegando o envelope com meu nome escrito de caneta brilhante. Com cuidado, abro e me deparo com um convite. Leio o que está escrito e até me sento quando vejo do que se trata. — Isso só pode ser brincadeira. - digo com muita raiva. Ariana, minha irmã caçula vai se casar e ainda por cima com Erick, meu ex namorado. Os dois traidores vão se casar! E por que não estou surpresa? É claro que levar meu namorado para cama era só o primeiro passo de Ariana. Ela que sempre foi astuta para algumas coisas – principalmente pegar caras comprometidos – não deixaria Erick dando sopa depois que terminei com ele. Principalmente porque ele é o tipo de homem que ela gosta. Bonito e com dinheiro. O que me surpreende mesmo é ela ter me mandado o convite. Não somos amigas e ela estaria me fazendo um favor me deixando de fora da sua festa. Movida pela curiosidade, pego meu celular e ligo para a única pessoa que pode me explicar o porquê recebi o convite. — Sasá, que milagre você por aqui. Lembrou que tem celular? - diz meu pai assim que atende. — Oi pai! Como estão as coisas por aí? - pergunto olhando para o convite no meu colo. — Estão bem. E por aí? — Estão bem, também. - digo. — Pai, te liguei para perguntar uma coisa. — O que querida? — É verdade que Ariana e Erick vão se casar? — Como você soube? — Acabei de receber o convite. - respondo. — Pensei que era uma brincadeira e foi por isso que te liguei. Para confirmar. — Eu teria te contado antes que os dois estão juntos, mas você estava feliz ai em Los Angeles e achei que não valia a pena te fazer sofrer por alguém que não vale a pena. - diz e me seguro para não chorar. Meu pai sabe o quanto eu gostava de Erick e viu te perto o quanto eu sofri quando peguei ele e Ariana transando na minha cama. Fiquei tão enjoada, que além de precisar trocar de cama, fiquei um tempo sem entrar no meu quarto, pois toda vez em que eu entrava, a imagem deles dois juntos vinha com tudo na minha memória. — Ainda não entendi o porquê ele me mandaram o convite. Não falo com nenhum deles há anos. - digo a outra questão que estava na minha cabeça. — Você conhece a sua irmã, ela adora mostrar o quanto se deu bem. - diz. — Você virá? — Provavelmente não. Seria um prazeroso para os dois eu aparecer, principalmente para Ariana. Então acho que não ir é melhor. — Entendo. Mas se mudar de ideia, me avisa que mando arrumar o quarto de hóspede. — Ok. - a campainha toca. — Pai, preciso ir. Qualquer coisa eu te aviso. — Tudo bem. Se cuida. - desligo. … — E o que você vai fazer? - pergunta Richard me entregando a xícara de café, que ele mesmo preparou. Depois da minha breve conversa com o meu pai, eu achei que precisava conversar com alguém e Richard foi o meu escolhido. Contei a ele do convite e que meu pai confirmou tudo quando liguei para ele para perguntar. Richard sabe da história toda da traição, contei a ele quando me pegou chorando dias depois que nos conhecemos. Ele foi de grande ajuda ouvindo meu desabafo. É por isso que somos melhores amigos, gostamos de desabafar um com o outro as vezes. — Não sei. - dou um gole no café. — Ainda acho que Ariana fez isso para mostrar para mim que conseguiu ficar com Erick. — Sabe o que eu acho? - pergunto e n**o. — Acho que você deveria ir nesse casamento, mostrar para a sua irmã que você deu a volta por cima. E se quiser podemos ir juntos. — Você faria isso por mim? - pergunto já imaginando a inveja estampada na cara da Ariana quando me ver com o Richard. Ela vai ver que superei e que não dou a mínima para o casamento dela. — Claro! - diz me fazendo pular em seu colo. — Você sabe que eu não recuso uma comida grátis. — Eu sei. - digo rindo e ele me coloca no chão. — Muito obrigado! — Por nada.
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