PRÓLOGO

798 Palavras
Prólogo Dom é um superagente que, na infância, sofreu muito por causa do pai alcoólatra e viciado em jogos. Ele tem seis irmãos mais novos — três rapazes e três meninas — de quem cuidava a todo custo. Seu pai, obcecado por jogos, costumava trazer amigos para casa e fazia apostas enormes. Dom sempre ficava de olho na situação, escondido. Até que, um dia, ouviu seu pai desesperado por ter perdido todo o dinheiro e não ter como pagar a dívida. — Você tem três lindas meninas que podem pagar sua dívida. Basta deixá-las conosco. O que vocês acham, pessoal? — disse um dos homens. — Como posso entregar minhas meninas? Isso é loucura! Elas são apenas crianças. Por favor, peça outra coisa — respondeu Douglas, o pai de Dom. — Aceitamos os meninos também. Basta se decidir, meu amigo — replicou o homem. Douglas ficou calado e, depois, concordou. Dom, ao ouvir aquilo, correu para o quarto e fez os irmãos prometerem que não abririam a porta sob nenhuma circunstância até que ele chamasse. Os irmãos, mesmo sem entender, concordaram. Então, Dom saiu do quarto, trancou a porta e jogou a chave por baixo dela. Logo Douglas chegou: — Abra a porta e não me atrapalhe, ou prefira apanhar até a morte! Dom o enfrentou: — Eu vou no lugar deles. Sou o mais velho aqui, e eles ainda são muito pequenos. Você não pode fazer isso com eles! Além do mais, eu prometi à minha mãe que cuidaria deles e os protegeria. Então vou no lugar de todos e prometo não causar problemas. Douglas, surpreso, respondeu: — Você só pode estar louco! O que vão fazer com você vai te destruir. Dom foi firme: — Eu sei muito bem disso, mas não vou mudar de ideia. Posso suportar o que for por eles. Douglas então o levou e o apresentou aos amigos, que imediatamente o aceitaram. Os dias se passaram. Depois, meses. E então anos. O pesadelo de Dom continuava. Ele trabalhava para cuidar dos irmãos e nunca os deixava sozinhos com o pai. Levava-os à escola, buscava-os e os mantinha junto a ele no trabalho. Certa manhã, Dom acordou se sentindo muito m*l e se atrasou para sair com os irmãos. Douglas chegou bêbado, gritando e assustando as crianças. Dom, ao vê-los já arrumados, disse: — Só esperem um pouco. Ele se vestiu rapidamente e saiu com os irmãos. No caminho, as crianças começaram a reclamar que estavam com fome, pois não haviam tomado café da manhã. Dom deu-lhes dinheiro para que comessem na escola e seguiu para o trabalho, mesmo com muita dor de estômago e na coluna. Os anos se passaram. As crianças cresceram. Todos já estavam na faculdade, exceto a caçula, Meg, que ainda aguardava sua vez. Certo dia, Dom foi até Meg e disse: — Quero te pedir algo. Quero que me prometa, ou melhor, jure por sua vida que vai cumprir. Por favor. Meg o olhou, preocupada: — Claro que sim. Mas o que foi, Dom? Está doente? Está usando drogas? Meu Deus, o que houve? Dom respirou fundo e respondeu: — Eu me alistei nas Forças Armadas e passei nas provas. Lá, não poderei levar vocês, muito menos a Meg. E não quero que ela more com Douglas. Preciso que você cuide dela até que se forme ou complete a maioridade. Eu vou mandar dinheiro para as despesas e pagar as contas. Só quero ela longe do Douglas. Você, Mia e ela, todos longe dele. Meg, confusa, replicou: — Caramba, Dom! Do jeito que você fala do papai, ele até parece um monstro. Dom suspirou: — Só me promete isso, por favor. Meg segurou sua mão, sorrindo: — Já prometi. Mas, e se eu quiser te ver, meu irmão? O que faço? Dom sorriu: — Vocês podem até ir, mas apenas acompanhados pelo Dean, Declan ou Daniel. Somente se um deles estiver com vocês. Meg o encarou: — Mano, o que você esconde de nós? O que te fizeram? Por favor, confie em nós. Dom desviou o olhar: — Nada que eu não possa suportar. Tá legal? Vou partir em breve. Este é meu novo telefone. Ligue sempre que precisar. Juro vir o mais rápido possível, de onde quer que eu esteja. Meg sorriu ao pegar o número do celular: — Pode deixar comigo. Vou cuidar da nossa caçula. E você, aproveite sua vida, meu irmão lindo. Ela o abraçou. Dom respirou aliviado: — Então, adeus, minha irmã. Meg o olhou, triste: — Adeus? Achei que fosse voltar. Dom sorriu: — Vou voltar sim, mas, por ora, é adeus. E foi embora sem olhar para trás. Meg ficou parada, observando-o partir, esperando que, ao menos uma vez, ele olhasse para trás. Mas nada. Dom seguiu em frente, sem hesitar.
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