A mansão estava silenciosa, exceto pelo tique-taque distante de um relógio antigo e o som abafado dos nossos corpos juntos, ainda enroscados entre lençóis amarrotados. O cheiro do sexo pairava no ar, misturado ao perfume cítrico e amadeirado de Salvatore. Pela primeira vez, experimentei o gosto perigoso de uma felicidade clandestina, como se tivéssemos conseguido, de algum modo absurdo, criar um santuário temporário longe do resto do mundo. Salvatore acariciava minhas costas lentamente, a ponta dos dedos desenhando círculos preguiçosos em minha pele. Eu me sentia leve, vulnerável e viva, como se, depois de tantas noites sem dormir, pudesse finalmente descansar em paz. Mas essa ilusão não durou. O celular dele vibrou pela terceira vez em menos de meia hora. Salvatore já havia ignorado

