Os dias seguintes se arrastaram numa sucessão de repetições incômodas, como se eu tivesse entrado num teatro do qual não conseguia escapar. Toda manhã começava igual: a luz invadindo meu quarto antes do despertador tocar, a voz da minha mãe batendo à porta com um convite disfarçado de ordem
— "Vamos, filha, temos uma agenda cheia hoje". Os vestidos, as provas de maquiagem, as degustações de doces e salgados. Cada atividade parecia parte de um roteiro cuidadosamente escrito, onde meu papel era apenas sorrir e acenar.
No café da manhã, a mesa estava sempre posta com frutas, pães, flores frescas. A mãe do Marco aparecia com listas, sugestões, ideias para tornar a festa "inesquecível".
Minha mãe tentava me animar falando sobre tradições, elogiando minha postura serena. Só eu sabia o esfor
