O sol nasceu cedo, espalhando uma luz quase c***l sobre a mansão Ricci, iluminando cada fresta do silêncio tenso que pairava nos corredores. Era o dia do meu casamento, e desde o primeiro suspiro soube que não havia mais espaço para esperança, só para sobrevivência. O relógio marcava seis da manhã quando acordei, o corpo já desperto antes do chamado das empregadas. Tentei dormir mais, fechar os olhos, voltar para um lugar onde tudo ainda era possível, mas o coração latejava, o estômago doía, os ossos pareciam mais pesados do que nunca. Levei um tempo para levantar. Olhei para o teto, para as cortinas brancas, para o vestido pendurado em um cabide especial no canto do quarto, envolto em plástico, como um cadáver à espera de enterro. Havia flores frescas espalhadas, perfumes sobre a pent

