ISABELA
Dois anos passaram como se fossem duas vidas.
Eu terminei meu curso.
Voltei a ser eu.
E amei cada segundo — mesmo com a saudade queimando noite após noite.
Arthur estava em Los Angeles.
Professor premiado.
Artigos publicados.
Alunos que o respeitavam como um gênio.
E eu…
Eu assistia tudo de longe, com orgulho e dor misturados no peito.
A gente se via quando dava.
Pouco.
Mas o suficiente para manter o coração batendo.
E então hoje chegou.
Minha formatura.
Eu subi no palco com as mãos tremendo, procurando entre a multidão sem saber exatamente o que eu esperava.
Até ver.
Ele estava lá.
Arthur.
O terno escuro, o cabelo alinhado, a barba leve que sempre me deixava sem ar…
Mas não foi isso que me desmontou.
Foi a forma como ele me olhou.
Como se eu fosse a coisa mais bonita que ele já tinha visto.
Como se nada no mundo fosse mais importante do que aquele momento.
Meu coração caiu, se refazendo em pedaços novos.
Quando meu nome foi chamado, ouvi alguém assobiar.
Ele.
Claro que era ele.
Eu quase ri no palco.
Quase chorei também.
Depois da cerimônia, procurei por ele no meio da multidão — mas ele já estava me esperando.
Encostado no carro.
Mãos nos bolsos.
Sorriso pequeno, mas carregado de emoção.
Quando me aproximei, ele tirou as mãos dos bolsos e me puxou pela cintura antes que eu conseguisse dizer qualquer coisa.
— Eu sabia que você ia se formar — ele murmurou no meu ouvido. — Sempre soube.
Eu segurei o rosto dele com as duas mãos.
— Você veio…
— Eu viria de qualquer lugar do mundo — respondeu.
E então ele me beijou.
Um beijo lento, profundo, cheio de dois anos de saudade acumulada, cheio de tudo que a gente sobreviveu, cheio de promessa.
Quando se afastou, respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem.
— Isabela… tenho uma pergunta.
Meu coração bateu tão forte que eu precisei segurar o braço dele para não cair.
Arthur tirou algo do bolso.
Uma caixinha.
Meu mundo parou.
Ele abriu.
O anel brilhou, mas o brilho não chegava perto do olhar dele.
— Casa comigo.
Uma frase simples.
Mas a forma como ele disse…
Como se fosse entregar o próprio peito na minha mão…
— Sim — respondi sem pensar, sem respirar, sem dúvida alguma. — Sim, eu quero.
Ele fechou os olhos, aliviado, emocionado — e me beijou de novo, dessa vez com mais urgência, como se estivesse recuperando dois anos perdidos.
Quando chegamos na minha casa, nenhum dos dois conseguiu esperar.
⸻
A NOITE FINAL
A porta nem tinha fechado quando ele me puxou pela cintura e me prensou contra ela, a boca colada na minha.
O beijo começou romântico.
Virou fome.
As mãos dele percorriam minha cintura, minhas costas, meu rosto — como se estivesse redescobrindo cada parte minha que ficou longe tempo demais.
Eu joguei a beca no chão.
Ele riu contra minha boca.
— Você não mudou nada — provocou, rouco.
— E você continua me olhando como se fosse me devorar — respondi.
— Sou apenas sincero — murmurou, deslizando a boca pelo meu pescoço.
Arfei.
Ele me levantou pela cintura, e minhas pernas envolveram seu quadril como se meu corpo estivesse apenas… voltando para casa.
A cozinha foi o primeiro lugar.
Ele me colocou sentada no balcão, a boca na minha, as mãos me explorando com precisão e respeito e desejo — tudo ao mesmo tempo.
Beijo profundo, quente, delicioso.
Toques que falavam mais do que qualquer palavra.
Corpos colados, respirações misturadas, a intensidade crescendo até não caber mais dentro da gente.
A sala foi o segundo lugar.
Ele me deitou no sofá, ficou por cima de mim, beijando meu queixo, meu pescoço, a clavícula.
Eu puxava a camisa dele com urgência, sentindo o corpo quente contra o meu, sentindo o tremor leve nas mãos dele — não de nervoso, mas de necessidade.
No corredor, ele me encostou na parede, os beijos ficando mais lentos, mais profundos, mais íntimos.
A mão dele segurou meu rosto como se eu fosse algo precioso demais.
— Dois anos — ele sussurrou. — Dois anos sonhando com isso.
— Então realiza — respondi.
Ele sorriu contra minha boca.
O sorriso de um homem que finalmente tem o que sempre quis.
O quarto foi o terceiro lugar.
Ali, tudo ficou mais silencioso.
Mais emocional.
Mais carregado de amor do que desejo — e, ao mesmo tempo, tão quente que eu não conseguia pensar direito.
Ele me segurava como se estivesse com medo de me machucar.
Eu puxava ele como se estivesse com medo de perdê-lo.
E o banheiro…
O banho morno, as mãos dele no meu rosto, no meu cabelo, nos meus ombros.
A água escorrendo entre nós, deixando tudo mais lento, mais sensorial, mais íntimo.
Ele me beijou como se fosse a última vez.
Eu o beijei como se fosse a primeira.
E quando nossos corpos se encontraram — Ele colocou seu volume sobre aonde em mim estava a pulsar de prazer, e me possuiu ali mesmo , ele fazia movimentos com tanta força, que eu já tinha perdido a noção de quantas vezes tinha tido orgasmos— foi intenso, cheio de amor e entrega, completando algo que ficou em espera durante dois anos.
E mesmo já dentro de mim, não era suficiente para ele .
Ele parava e me sugava toda , ali com água escorrendo sobre o meu corpo - ele não se saciava - até que eu coloco as mãos na banheira e empino para trás , ele empurra como se tivesse em um rodeio e geme tão alto que eu com certeza irei guarda essa lembrança para sempre.
Quando terminamos, voltamos para a cama.
Eu deitei com a cabeça no peito dele, sentindo o calor, o cheiro, o coração acelerado.
Ele passou os dedos pelo meu cabelo, devagar.
— Eu não aguento mais a distância, Isabela.
Meu peito apertou.
— Eu também não.
Ele virou o rosto e beijou minha testa.
— Você aceitou casar comigo… agora aceita morar comigo?
— Em Los Angeles?
— Na minha casa. Na nossa casa.
Senti os olhos arderem.
— Eu aceito.
Ele sorriu como quem finalmente encontra paz.
— Então acabou a espera — disse. — Agora começa a nossa vida.
Fechei os olhos no peito dele, sentindo o amor preencher tudo que antes era dor.
E soube:
Esse era o meu para sempre.