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1289 Palavras

Zangado narrando Fiquei parado na beira da laje, com o olho fixo nela. Monique descendo a favela com as crianças em fila, uma por uma, do jeitinho que ela mandou. Os moleque tudo obedecendo, mesmo tremendo de medo, mesmo sem entender direito o que tavam fazendo no meio do Dendê. Mas obedecendo. Porque ela tinha pulso. Porque ela tinha voz. E porque, mesmo desarmada, ela metia mais respeito que muito fuzil por aí. Desci da laje devagar, sentindo o coração batendo lento, estranho. Cada passo ecoando pela viela estreita, cada segundo me arrancando um pedaço. Passei pela porta onde a gente se beijou, a parede ainda quente de memória, e segui andando até ver o Neno. Ele tava ali, na mesma posição, ainda com o fuzil apontado, olho vidrado no caveirão parado lá embaixo. — Pode baixar essa p**

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