Monique Narrando
Cheguei em casa igual um trapo.
Destranquei a porta, joguei a bolsa no canto da sala e fui direto pro quarto, sem nem olhar pro resto.
Cada passo parecia pesar uma tonelada.
Sete dias presa.
Sete dias fedendo a cimento, suor e ódio.
Entrei no quarto, arranquei a camiseta suada, chutei a calça longe, puxei o coturno e joguei tudo dentro do cesto do banheiro, junto com o cinto, com a meia, com a dignidade toda esparramada.
Que se f**a.
Liguei o chuveiro no quente.
Deixei a água esquentar até quase derreter a pele.
Entrei embaixo dele como quem se enterra no próprio abrigo.
Fechei os olhos.
Deixei a água escorrer pelas costas, lavando o ranço, a sujeira, a raiva, o peso daquela semana inteira.
Esfreguei o cabelo, o rosto, o corpo todo como se pudesse apagar o ca
