Monique narrando Antes de fugir, eu fiquei ali. Deitada. Com o corpo exausto, mole, suado, marcado. E ele… dormia do meu lado. Zangado. O inimigo. O homem que eu devia odiar com cada célula da minha alma. O homem que representa tudo o que eu jurei combater. Mas naquele momento, deitado ali, o rosto meio virado pro travesseiro, o cabelo bagunçado, o braço tatuado estendido como se ainda me procurasse mesmo dormindo… ele parecia tão humano, tão real, tão meu… que doeu. Doía ver ele assim. Porque eu sabia que aquilo não podia ser meu. Porque eu sabia que eu não devia estar ali. Porque cada segundo que eu permanecia ao lado dele, era mais um passo pra fora de tudo que eu construí. Da farda. Da minha honra. Do Reinaldo. De mim. Me sentei devagar na beirada da cama. O quarto ainda

