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1236 Palavras

Monique Narrando O rádio não parava de chiar. Desde a hora que cheguei no QG, a tensão tava no ar feito fumaça de pólvora depois de tiro. Coronel pra lá, coronel pra cá, telefone tocando sem parar, rádio estourando o tempo inteiro com informação cruzada, desencontrada, gritaria. Eu senti o peso no peito antes mesmo de saber o que era. Peguei meu colete, botei na cadeira e fui direto pro centro de operações. O clima lá dentro parecia cena de filme antes da bomba explodir. A galera toda em pé, falando ao mesmo tempo, o mapa do morro do Dendê projetado na parede. Olhei pro Antônio, ele me olhou de volta, com a cara fechada. — Que p***a tá acontecendo? — perguntei, séria. Ele não respondeu de primeira. Só apontou com o queixo pro coronel, que tava com o telefone na orelha e a mão na cintu

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