Vicente narrando Escutar a Jéssica falando daquele jeito comigo foi como levar um tapa de mão aberta no meio da cara. Não, pior. Foi como engolir vidro quebrado, sabendo que eu não podia cuspir nenhum caco. Ela me olhou como se eu fosse um estorvo. Como se tudo que eu tivesse feito fosse errado, inoportuno, exagerado. Eu, que tava tentando proteger, que tava me fodendo por ela. Que apanhei de um marginal por causa da filha dela. E mesmo assim, ela preferiu defender aquele bandido. Me colocar como o errado. E eu ali… em pé, escutando tudo, tomando sermão como se fosse um moleque. Engolindo cada palavra, cada olhar atravessado, cada acusação. Por dentro? Por dentro eu tremia de raiva. Um nó na garganta, o estômago virado, os dedos fechados com tanta força que as unhas cravaram na palma d

