MAIA NARRANDO A casa tava em silêncio. Pela primeira vez desde que a Tânia foi embora, o ar parecia pesado, como se o eco das palavras dela ainda estivesse grudado nas paredes. Levantei da cama com cuidado. Meus s***s ainda doíam, latejavam, e o curativo puxava a pele toda vez que eu me mexia. Fui pro banheiro no meu tempo, sem ninguém pra ajudar, sem Dante, sem Tânia, sem ninguém. Tirei o sutiã cirúrgico branco, coloquei de molho na pia e vesti o preto. Me olhei no espelho rápido. Tava inchada ainda, toda marcada, mas… era eu. Uma nova versão de mim. Cuidei dos curativos como a doutora tinha ensinado. Lavei, sequei, passei a pomada, ajeitei a compressa e fechei de novo. Depois fui pra cama, deitei de lado primeiro, mas doeu. Ajeitei várias almofadas, botei as pernas um pouco pra cima

