MAYA NARRANDO
Assim que ele desceu e a porta bateu atrás dele, meu coração começou a acelerar.
Eu fiquei um tempo sentada ali no meio da cama, enrolada no lençol, com a bandeja do café ainda no colo, mas já nem conseguia comer mais nada. O estômago fechou. A cabeça começou a girar. A casa tava silenciosa, mas aquele tipo de silêncio que pesa. O tipo de silêncio que parece anunciar que alguma coisa tá pra acontecer.
Levantei devagar, ainda com as pernas meio moles, e fui direto pro banheiro. Me tranquei lá dentro, encostei na parede fria de azulejo e respirei fundo, tentando me acalmar. Mas não adiantava. A única coisa que eu conseguia pensar era: e se a Tânia me pega aqui?
Se ela subir? Se ela entra nesse quarto e me vê nua, escondida no banheiro do Dante?
Se ela entende tudo? Se ela
