DANTE NARRANDO Quando a Maya apareceu na subida do camarote, a música podia ter parado que eu nem ia notar. Tudo em volta virou borrão: luz roxa, fumaça, gargalhada de mina grudada no meu pescoço. Só enxerguei ela – saia de oncinha rasgando a coxa bronzeada, top que m*l cabia, bota de verniz brilhando. A menina que eu criei virou fogo de artifício em noite sem nuvem, e explodiu bem na minha cara. O peito bateu de um jeito que nem as guerras de morro fazem. Raiva misturada com t***o, culpa com orgulho i****a. E, no fundo, medo: medo de todo mundo ver o que eu via – que aquela onça me tinha na coleira e nem sabia. Quando ela jogou o “boa noite, papai” na frente da hiena de p*****a que eu tinha puxado pro camarote, senti o suco de Black travar na garganta. As mina arregalaram olho; Boyu mo

