Sarah Menezes
Abro meus olhos morrendo de ódio, sério que meu corpo está me forçando a isso?
São nove horas da manhã, mas o meu lindo corpinho por está acostumado a acordar cedo está me dando essa penitência.
Olho para a janela meio quebrada da minha casa e sorrio, mas um dia viva e tendo uma casa.
— Aí paizinho, eu reclamo mas eu sou grata demais! — Falo olhando para o céu através da minha janela. — Grata aos meus dois pais.
Como eu sei que não vou mais conseguir dormir eu me levanto me dando por vencida, suspiro morrendo de vontade de fica na cama, mas eu preciso estudar urgentemente.
Saio do meu pequeno quartinho e entro no meu banheiro, tiro o meu blusão e entro no chuveiro morrendo de frio, hoje em Santos tá um frio dos infernos, coisa de outro mundo real.
Tomo meu banho tomando cuidado pra não molhar meu cabelo, foi uma luta dos inferno pra conseguir arrumar ele ontem já que meu secador resolveu dá a louca e estava desligando sozinho.
Termino meu banho, me seco e vou pro meu quarto, visto um blusão e uma calça de moletom soltinha bem gostosa pra fica em casa, obviamente eu fico sem calcinha e sem sutiã, me diz quem é que usa sutiã e calcinha pra fica em casa hoje em dia?
Dou uma arrumada básica no meu quarto e já pego as roupas suja, saio do meu quarto e vou direto para a sala/cozinha.
Já que minha casa é cozinha americana onde a cozinha fica em frente a sala, deixo as roupas de lado faço um pão rapidinho coloco na misteira e vou com as roupas para a área de lavar roupa onde tem a máquina de lavar, coloco a roupa na máquina, coloco sabão em pó e ligo a máquina.
Volto para a cozinha, faço meu café e tiro o pão da misteira, quando eu termino tudo me sento no meu pequeno sofá e pego meu notebook, coloco um filme na sss que é uma das poucas coisas que eu consigo pagar e mesmo que eu não pague eles não cancela rápido.
Tomo meu café calmamente vendo minha série que eu estou maratonando, quando eu termino de comer o meu pão pego a minha xícara e bem na hora que eu ia tomar um homem de café a campainha toca, olho para o relógio na parede e vejo que são onze e pouca da tarde, quem será?
Ando até a porta, viro a chave e quando abro a porta quase caiu para trás ao ver Regina, meu irmão e uma menina de uns 5 anos me olhando sério, o que ela está fazendo aqui?
— Oi Regina. — Pergunto seria.
Olho para o menino que eu o vi a última vez quando tinha oito anos, ele está totalmente diferente, pelas minhas contas está com 17 anos e uma menina, pequenina aparenta ser novinha.
— Oi filha, não vai nos convidar para entrar? — Respiro fundo, tentando me manter calma, flashback da última vez que nos vimos passam pela minha cabeça e na mesma hora minha garganta fecha.
— Entra. — Falo e abro espaço.
Ela entra olhando tudo em volta, a menina se senta no meu sofá e fica olhando para o meu café como se estivesse com fome, meu irmão fica em pé me olhando sério, com uma marra que eu nunca vi.
Olho para a Regina esperando ela falar algo, mas ela se mantém afastada tentando não olhar nos meus olhos, respiro fundo.
— Mamãe. — Olho para a menina, sua voz é baixa e doce. — Tô com fome, posso tomar? — Ela pergunta apontando para o meu copo, meu coração fica apertado.
— Irei fazer pão e leite com chocolate, você quer? — Pergunto e então olho para o meu irmãos. — Vocês quererem?
— Quero! — É a única palavra que ele fala, confesso que sua voz grosa me deixou meio surpresa, quando eu saí de casa ele era só um menino, uma criança e agora tá…um homem.
— Ok, vou fazer! — Falo e vou para trás do meu balcão de cozinha americana.
Começo a preparar os sanduíches prestação atenção nas ações deles, a menina parece está morrendo de fome, meu irmão está ausente, parece tenso, nervoso e com a cabeça longe, agora a Regina está olhando tudo em volta, como se estivesse admirada.
É Regina, eu tive cabeça e não me tornei uma vagabunda, coisa que você queria que eu tivesse me tornado só pra ter o gostinho.
— AII. — Grito quando queimo meu dedo pegando a chaleira de leite quente.
— O que aconteceu filhinha? — Regina pergunta com um sorriso falso.
“Filhinha?” Sério Regina?
— Está tudo bem! — Falo seria, cortante.
Coloco o leite em xícaras, achocolatado e os pães em um prato, então vou até o sofá e coloco o prato no sofá, rapidamente a menina ataca e eu fico surpresa.
Troco o um desenho e ela fica vidrada e parece feliz.
Olho para Regina vejo ela me analisando com nojo, que p***a essa mulher tá fazendo aqui na minha casa?
— Regina, podemos conversar? — Pergunto seria.
— Claro filhinha. — Ela fala e eu assinto.
Ando até o corredor e escuto ela vindo atrás, paro no final do corredor e quando me viro vejo ela com a mesma cara de nojo, isso me dá tanta raiva, tristeza e nojo.
— O que vocês está fazendo aqui? — Pergunto seria, ela me olhou fingindo uma falsa indignação.
— Betão é assim que você vai tratar a sua mãezinha? — Ele pergunta indignada.
— Não, eu só quero saber o que você está fazendo aqui, faz anos que eu não te vejo, que você não me procura e se eu me lembro bem a última vez que você me viu você me expulsou da sua casa, me chamou de vagabunda e me humilhou então eu peguei minhas coisas com 17 anos e meti o pé da sua casa. — Falei.
— Seu pai morreu por sua causa! — Fala se alterando, então e isso? Ela veio aqui jogar isso na minha cara, não bastava todos os meus sonhos e minhas dores. — Não, não, me desculpa! Eu só… olha eu só preciso de um lugar pra ficar hoje a noite.
— Então e isso, você tá precisando de um teto? — Pergunto irônica.
— Tudo bem você me odiar, mas pensa nos seus irmãos. — Respiro fundo, olho em seus olhos e n**o. — Eu estou zerada, seu pai deixou tudo pra você e
— Mesquinha e ardilosa como sempre! — falo seria negando desacreditada. — Fique na minha casa eu não me importo. — Falo seria.— Agora alimente aquelas crianças, a menina parece que não come a anos… e de quem você está fugindo?
— De ninguém! — Ela fala seria. — Amanhã de manhã não estarei mas na sua casa, você nem vai me ouvir ir embora.
— Ok! — Falo e passo por ela indo em direção ao quarto
Ando pelo corredor novamente e vejo uma cena que me fez travar, Isaque está ajudando a menina a comer, ele está sério, tenso mas cuidando da menina com tanta calma e carinho.
Me aproximou e assim que ele me vê fica mais tenso ainda.
— Tudo bem? — Pergunto mas ele não responde, suspiro e olho para a menina. — Gosto do sanduíche anjo?
— Eu amei tia! — Ela fala me fazendo sorrir.
— Que bom meu anjo! — Falo e então sento ao lado dela, de canto de olho vejo que ela se aproximou. — Na verdade, sei que ninguém deve ter lhe contado mas eu sou sua irmã.
— Você é minha irmã? — Ela pergunta com os olhos brincando. — A irmã que o Isaque falava agora mim todos os dias, foi você que crio a história pra ele dos patinhos?
Olho para o Isaque e vejo ele me olhando sério, bem sério mesmo, me fazendo ter certeza que ele lembrada de tudo, será que de tudo mesmo?
— Essa mesmo, prazer meu nome é Sarah. — Falo e ela sorri mais ainda.
— Você é a princesa Sarah que conseguiu sair da vida triste e ser feliz? — Ela pergunta e eu a olho confusa. — O Isaque inventou essa história, ele fala pra mim que um dia eu iria conhecer essa princesa e agora eu sei que é você.
Sorrio e olho para o meu irmão que mantém a cara fechada e o semblante sério, então volto a olhar para a menina e suspiro.
— Sim meu anjo, sou eu! — Falo.
— Estou saindo! — Olho para o lado e vejo Regina toda arrumada.
— Pra onde você vai? — Isaque pergunta sério.
— Irei comprar algumas coisas para nossa viagem e a nossas passagens, amanhã de manhã partiremos! — Ela fala e me olha. — Você pode fica com eles hoje pra mim? Volto umas 3 horas.
— Ok! — Falo seria.
— Vê se volta! — Isaque fala sério e eu fico confusa, porque ela não voltaria?
— Tchau mamãe. — A menina fala mas ela nem quase dá o trabalho de responder, ligo no desenho e olho para o Isaque.— Acho que precisarmos conversa?
— Não, eu não acho! — Ele fala sério.
Me levanto do sofá e o puxo até um canto da sala, olho novamente para a criança e vejo que ela tá focada no desenho.
— O que aconteceu? Por que ela veio me procurar? — Pergunto seria.
Isaque cruza os braços e se afasta um poucos, sua postura é seria e prepotente, ele respira fundo e n**a.
— É tão r**m assim nos receber na tua casa? — Ele pergunta sério.
— Não é isso e você sabe muito bem. — Falo seria e ele n**a.
— Não, eu não sei de nada! — Ele fala.
— Você sabe que ela me odeia pelo o que aconteceu no passado e que eu tive que ir embora e ela…
— E aí você me abandonou lá? Né? — Quando ele fala isso eu fico confusa? Ele não lembra? — Olha eu acho que você…
— Sarah, faz o seguinte, tu fica na tua e eu na minha, quando ela conta nos vai mete o pé da tua casa e tu vai voltar a ter sossego. — Ele fala e sai andando de sentado do lado da menina.
— Irmão, eu não quero ir embora daqui. — Escuto a menina fala e isso me machuca o coração.
Isaque acariciava o rostinho dela e dá um beijo em sua cabeça a olhando com ternura, de repente eu me vejo em um redemoinho voltando ao passado, onde eu estava no lugar do Isaque e ele no lugar da menina.
— Mas temos que ir Ísis, sua vai volta e nós vamos viajar, tá bom? — Ele fala.
Ela fala um bico mas não discorda, me sento na cadeira da minha pequena mesa e fico ali, tentando enteder tudo que aconteceu nesse curso espaço de tempo.
*****
Já anoiteceu e nada da louça chegar, eu já tô começando a ficar preocupada, a menina dormiu no sofá, Isaque está a vendo dormi andando de um lado pro outro, ele tá tenso e nervoso eu tô tentando enteder o motivo.
De repente a porta se abre e ela entra com uma mochila gigante, Regina está eufórica e feliz, seu sorriso tá quase rasgando a bochecha dela.
— Cheguei, demorei mas cheguei. — Ela fala como se estivesse comemorando. — Trouxe lanches, pra todos nós e batatinha frita.
Isaque a olha desconfiado, então ela acorda a Isis e rapidamente a menina ataca o hambúrguer feliz da vida.
Fico observando como ela trata a menina e vejo que é uma coisa totalmente s*******o, ela no lugar pra menina, só tá no celular e o Isaque que está cuidando dela, ajudando a menina comer e tudo mais.
Até para da banho ele a ajudou, ele tá sendo realmente o pai da criança, eu tive vontade de perguntar onde estava aquele imprestável, o que ele estava fazendo que não estava cuidando dos filhos, mas fiquei na minha.
Jantei com eles e fui para o meu quarto dormi, mas só fiz isso depois de ter me certificado que ela e as crianças dormiriam bem.