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1668 Palavras
Sarah Menezes Acordo atordoada ouvindo xingamentos, me levanto rapidamente e na hora escuto algo quebrar e um grito alto da Isis. Saio do meu quarto rapidamente e quando chego na sala vejo Isaque possesso andando e um lado para o outro bem bravo e a Isis chorando agarrada a um ursinho, Isaque segura uma carta em sua mão que está toda amassada. — O que aconteceu? — Pergunto séria, olho em volta vendo a bagunça que ele fez e só então percebo que está falando alguém. — Cadê a Regina? Isaque olha nos meus olhos e pela primeira vez desde que ele chegou eu vi lágrimas em seus olhos, raiva, arrependimento e algo que me dói, algo que eu vi a anos atrás. — Ela abandono nós! — Arregalo meus olhos chocada. — Que? tá maluco? Como assim abandono vocês? — Pergunto. Ele me estende o papel amassado em sua mão. Abro a carta e começo a ler sem acreditar em uma só palavra que aquela pilantra, safada e ordinária escreveu. Como que um ser humano desse anda tem filho? Teve coragem de falar que não podia continuar com eles porque eles impedindo ela de viver um sonho, impediam ela de ser feliz, eu tô com tanto ódio, mas tanto ódio dessa vagabunda. — Calma! — Falo olhando para ele. — Vocês não tão sozinhos, su tô com vocês. — O que é a mesma coisa que nada! — Ele fala sério, como que é? — Que? Do que você tá falando? — Pergunto seria. — Não se faz de sonsa! — n**o desacreditada. — Eu não sou obrigada a escutar nada disso, tu tá m*l… — Você me abandonou, me deixou sozinho com aquela doida, eu tive que crescer sozinho, sem amor e sem afeto, você simplicidade foi embora sem olhar para trás e sem pensar em mim. —n**o. — Na primeira oportunidade não pensou duas vezes no que aconteceria comigo, você foi egoísta e só pensou em você e pelo visto continua do mesmo jeito. — Ir embora daquela casa foi a coisa mais difícil que eu fiz, pois a única coisa que me prendia lá era você, mas me desculpa por não fica lá, sofrendo, sendo humilhada, passando fome e escutando que meu pai morreu por minha culpa só pra fica ao seu lado, ok? — Ele me olha confuso, ele não sabe de muita coisa e não deveria me julga desse jeito. — Todo dia eu acordava com ela me xingando, falando que eu tinha matando o meu pai e que eu era a praga que ela carregava nas costas, quando o advogado apareceu lá em casa falando que ele tinha me deixando dinheiro tudo piorou, graças a Deus o advogado deu um jeito ao vê minha situação e eu consegui pegar o dinheiro e mete o pé…pelo menos eu sabia que ela não iria te ferir, pelo menos era o que ela demonstrava, então eu te digo uma coisa, se eu fui egoísta por tentar ser feliz e sair de um lugar que a pessoa me desejava a morte, eu não posso fazer nada. — Eu não lembrava disso! — Ele fala e eu dou de ombros. — Óbvio que tu não lembrava, tu só tinha 7 anos— Falo e respiro fundo. — Enfim, se isso é sua preocupação, pode fica relaxado, vai lá acalmar a Ísis e pode ter certeza que eu não irei abandonar vocês, eu juro. Isaque me olha meio desconfiado, mas suspira e abaixa a cabeça relaxando a postura. — Depois que você foi embora, Ruan começou a aparecer com dinheiro e um dia eles tiveram uma briga grande mas logo depois tudo ficou bem. — Ele fala e vai até a Isis se senta e a abraça tentando fazer ela se acalmar.— Nos mudamos para uma casa maior, viagens e tudo perfeito, logo ela engravidou da Isis, então um dia eles brigaram e ele bateu nela, desde esse dia ele sempre batia nela, todo santo dia. — Ela se sujeitou a isso? — Pergunto chocada. — Sim, então de ontem pra hoje eles pegaram uma briga feia, ela no meio da noite pegou a Isis e meteu o pé, eu não ia deixar ela sozinha com a menina então eu vim atrás. — Você tá querendo me dizer que ela tá fugindo dele? — Pergunto. — Sim, ela tá fugindo dele. — Fala sério. — E tu acha que a intensão dela pegando a Ísis era — Sim, ela ia deixar a menina com você e mete o pé. — Respiro fundo, olho para a Isis que continua chorando, a pego no colo e coloco sua cabeça no meu ombro, solto meu ar aos poucos, suspiro e tento manter a calma. — Shi, fica calma! — Falo e então lembro dela vendo um desenho que eu amo. — Você quer que eu cante uma musica pra você? — Quero! — Ela fala fungando, sorrio. — Tantos dias olhando das janelas Tantos anos presa sem saber Tanto tempo nunca percebendo Como tentei não ver? Mas aqui, a luz das estrelas Bem aqui, vejo o meu lugar Sim, aqui consigo sentir Estou onde devo estar Vejo enfim a luz brilhar Já passou o nevoeiro Vejo enfim a luz brilhar Para o alto me conduz E ela pode transformar De uma vez o mundo inteiro Tudo é novo pois agora eu vejo É você a luz — Finalizo bem baixinho. Isis se acalma e quando eu vejo ela já está dormindo agarrada a mim, ando até meu quarto coloco ela na cama, saio e fecho a porta. Quando volto pra sala vejo o Isaque olhando pela janela bem sério, como se estivesse com medo de algo. — Me conta tudo, nos meninos detalhes, vou fazer um chá pra nós! — Falo e ele torce o nariz — Quer uma cerveja? — Tem vodka? — Olho pra ele seria, o menino só tem 17 anos c*****o. — Tenho! — Falo e ele assente. ***** Depois de umas doses Isaque relaxou, me contou como foi a vida dele, depois que eu fui embora. Me contou como tudo fico bom, mas que logo tudo piorou, ele não foi muito específico em nada mas eu tenho quase certeza que Ruan está envolvido com o crime e que ele sabe disso, mas não quis fala abertamente. Quando deu 6 da amanhã eu comecei a preparar o café e logo Isis acordou super calma, e por incrível que pareça não perguntou da Regina. Simplesmente veio até mim, se sentou no meu colo e me abraçou apertado, lhe dei o leite a ajudei a come do pão, depois ajudei ela a tomar banho, troquei a roupa dele a e coloquei lá na cama com o notebook para vê desenho. Quando voltei para a cozinha Isaque estava de banho tomado, tomando café e com uma cara de ressaca horrível — Bom dia. — Falei. — Isis já está arrumada, vou ter que ir para a Aula e quando eu volta eu trago o almoço, tudo bem? — Ok! — Ele fala e faz careta. Olho em seus olhos e vejo medo, vou até ele e o abraço, por ele ser bem maior, eu acabo ficando com a cabeça encostada em seu peito, nem parece que esse menino tem só 17 anos. — Eu vou volta! Não sou igual a Regina, quando eu volta iremos sentar e vê o que vamos fazer. — Falo. — Eu vou procurar um emprego! — Ele fala. — Tenho uma grana guardada e vou fazer compras com a Isis, compra os bagulho que ela gosta. — Quando eu chegamos podemos sair juntos, ok? — Ele assente. Inesperadamente ele beija a minha testa, pego a minha bolsa e saio de casa afinal eu não poso perder aula, subo na minha moto e vou dirigindo até a faculdade, quando chego estaciono e vou direto pra minha sala. Na aula inteira eu não estava conseguindo me concentrar e no meio da aula uma sensação horrível se apoderou do meu coração, sem pensar duas vezes eu peguei as minhas coisas e meti o pé pra casa. Assim que estacionei escutei um choro alto e algo quebrar, entrei na minha casa correndo e vi o Ruan em cima do Isaque lhe dando socos na cara Sem pensar duas vezes peguei o abajur da minha sala e bati na cabeça dele, fazendo ele cai em cima do Isaque e na mesma hora o sangue espirrar no meu rosto e no do Isaque também . Então o Isaque empurra ele para longe, ele se levanta, pega a Isis no colo e sai em direção ao quarto. —Aí meu Deus. — Falo quando percebo que ele não tá se mexendo e nem respirando. — Mexi em seu corpo mas não vi sua respiração, que c*****o. — Tu mato ele? — Pulo assustada e olho para o Isaque que anda até mim limpando o rosto. — Vamo arrumar as nossas coisas e mete o pé! — Falo seria. Isaque olha nos mus olhos e sem pensa duas vezes corre para o quarto e eu faço o mesmo, começo a pegar as minhas roupas, documentos e dinheiro, coisas importante e que de para vender. Quando passamos pela sala olho novamente para o corpo e n**o, pego a chave tranco a porta e chamo um Uber para a rodoviária, o caminho inteiro tentamos ser discretos e calmos. Quando chegamos na rodoviária compro uma passagem para o Rio de janeiro e graças a Deus não embaçaram em relação a Isis, quando finalmente entramos no ônibus olhei para o Isaque e o Isaque me olhou sério. O que eu fiz não tem volta, fiz e tá feito! Mas sabe de uma coisa? Eu não me arrependo, pelos meus irmãos eu faria qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Pelo meu jeito de me olhar eu sabia que ele estava pensando a mesma coisa que eu, agora mais do que nunca nós ficaríamos juntos para sempre.
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