Narrado por Lobo A fumaça ainda pairava no ar quando levantei do meio-fio. Cada passo meu era sentença batendo no cimento da viela. Dina ficou em pé também, garrafa d’água ainda na mão, mas o olho duro como sempre. Beto vinha atrás, rindo nervoso, rodando a p***a da caneta como se fosse espada. — Bora pra boca. — soltei, arrastado, sem olhar pros dois. Descemos os becos, o som das nossas botas ecoando no silêncio da madrugada. O morro parecia respirar junto, cada janela fechada escondendo ouvido atento. No caminho, os vapores que tavam na contenção se ajeitaram rápido, baixaram a cabeça quando passei. Respeito pesa mais que fuzil. Chegamos na boca. O pátio ainda fervia com soldado revisando arma, rádio chiando código, cheiro de pólvora misturado com suor. Olhei em volta devagar, tragan

