capítulo 96

949 Palavras

📓 Narrado por Lobo O relógio marcava quase três da manhã quando o motor da caminhonete roncou na subida do morro. O mundo dormia, mas o morro, não. O morro nunca dorme. A garoa ainda caía fina, prendendo o cheiro de barro e fumaça no ar. O farol varria as paredes pichadas, e o som dos cachorros latindo mais embaixo avisava que o chefe tinha voltado. Dina dirigia calada, o cigarro aceso tremendo no canto da boca. Quando a gente parou em frente à boca, ela desligou o motor, mas ficou com as mãos no volante. O silêncio entre nós tava mais pesado que a chuva que ficou pra trás. Desci primeiro. A lama puxava a bota, o ar cheirava a tensão. Parei, olhei pro alto as luzes do morro piscavam como se o próprio lugar respirasse no ritmo da guerra que a gente tava prestes a começar. Virei pr

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR