capítulo 12

1218 Palavras

Narrado por Roberto Monteiro Albuquerque Saímos da delegacia sem olhar pra trás. O corredor ficou mudo, só o arrastar dos dois PMs desmoralizados ecoava. Abri caminho até a porta da frente como quem carrega granada sem pino. O ar da madrugada bateu no rosto das meninas. Lara manteve o queixo erguido, ainda com aquele sorriso torto de desafio. Ana só chorava baixo, como se o corpo dela tivesse desabado por dentro. Bati a porta da viatura e liguei o motor. O ronco do carro preencheu o silêncio. Dirigi sem falar nada, cada esquina cortada pelo farol parecia um soco na respiração. Deixei Ana primeiro. Parei na frente da casa simples dela, nem precisei explicar nada. Ela desceu com as mãos tremendo, mas ainda virou pro vidro e murmurou: — Obrigada, delegado. — E depois, pra Lara, num abraç

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR