📓 Narrado por Lobo Os dois ficaram quietos por um tempo longos segundos em que ninguém se mexeu, ninguém respirou alto, ninguém ousou encarar. Depois, Klinger e Paulo Luiz deram um passo pra trás, os olhos baixos, o orgulho mastigado. — Podem sair. — falei, voz seca, sem olhar de volta. — Vão esfriar a cabeça. Eles obedeceram. O som das botas arrastando ecoou pelo pátio e foi morrendo na escada, até o portão bater pesado atrás deles. A favela seguiu viva lá fora rádio estalando, galinha ciscando, o zunido distante das motos , mas ali dentro o ar ainda pesava como chumbo. Beto quebrou o silêncio primeiro, soprando um riso curto. — p**a merda, primo… tu viu a cara deles? — ele disse, balançando a cabeça, a caneta ainda rodando entre os dedos. — Parecia até que tavam voltando do pró

