JK
Subi de volta e fui no posto ver o estado da moradora, cheguei e logo me olharam com cara de enterro, sinto o medo no olhar de cada um, mas dessa vez vim tranquilão, pelo menos por enquanto. Me aproximei da mesa batendo as mãos nela só pra não perder o costume.
– Coé cheirosa, cadê a moradora que o menó trouxe pra cá.
– Tá lá dentro sob observação. -vi o sorriso fácil da malvada de orelha a orelha, loka pra cair de boca no pai aqui, mais naum to aqui pra isso.
– Dá pra sair do jazigo e me leva lá oh tá difícil.
– Claro, me acompanhe por favor. -ninguém ali ousava a fala não pra nóis, não tinha louco pra isso, eles podem ser lerdos mais tem amor a vida.
A malvada andava na minha frente rebolando aquela raba pra lá e pra cá, e eu viajando na anca dela, não podia deixar de olhar aquele rebolado, deu até v****************a batidinha de leve no pé do saco.
Assim que meu pé foi plantado na pequena sala, a mulher que tava sentada na cama me olhou como se eu fosse seu pior inimigo, será que a vacilona não tem medo do d***o não? Aquela ali não me abria o semblante de jeito nenhum, parecia até minha versão em saia.
– Ai vacilona, tu tá bein?
– O médico tá aí, pergunta direto pra ele. -será que tem marra essa guria? Vim pessoalmente ver a dona e ela mall olha na minha cara e ainda me da uma resposta dessa, tô veaco com essa guria aí.
– Sim, ela já está bem, só está de observação por precaução, o tiro foi de raspão. -o doutô souto essa fala aí.
– Não precisa preocupar, estou bem. -a mina fala de cabeça baixa.
– Jaé na moral, não gosto do teu jeito não, tu não sabe olha no zói. -ela falava comigo sem ao menos me olhar e isso já tava me bolando, tem umas ideia aí que não tava de acordo.
– Só não quero atenção, obrigada. -ela fecha o semblante na mesma hora, essa guria aprontou alguma? Que p***a de mulher é essa? De onde saiu essa p***a com língua solta. p**a que pariu, já tava bolado com aquela dona, mais deixei passar essa parada aí, outra hora a gente se vê e vou cobrar essa marra, deve ta no tal do estado de choque, só tem essa explicação pra tanta marra, mina maluca, parece que não sabe com quem ta falando.
– Falô mete o pé rapidinho aê, me deixa com a maluca. - olhei pro doutô e a gostosa que me acompanhou até aqui. Ninguém questiona, eles saem e fecham a porta, só vejo o olhar da guria me fitando de cima abaixo, cheguei acha que tava interessada, mas tô boladão com o jeito dela, não to curtindo toda essa marra.
Abaixo o olhar pra falar com ela, não deixando de encarar a guria que me encarou de igual pra igual, agora me olhou no fundo do zoi.
– Porque disso tudo? Já disse que não quero atenção. -ela solto essa com semblante fechado. Olhando agora bem o seu rosto ela é bem do tipo que o pai gosta, só que viajei mesmo foi naquele olho verde e na boca delineada.
– qual foi guria, me importo com os moradores do meu morro, e você disse que é moradora.
– Eu sou moradora.
– E qual é o teu nome? - vi ela respira fundo, não disfarçava o desgosto da minha presença e isso começou a ficar interessante.
– Me chamo Diana, moro aqui faz 2 meses.
– Aham, sei Diana. Então, Leidy, tu pediu permissão?
– Do que você me chamou?
– Diana teu nome né, então pra mim é Leidy demorô. Se você não curti, posso te chamar de vacilona.
– Vacilona é o carallho.
– Tu é marrenta e isso tá me grilando as ideias, mas vamo ao que interessa Leidy, tu pediu permissão pra fazer morada no meu morro?
– Claro, como todo mundo, pare de me colocar apelidos.
– tendi, e tu trabalha no asfalto.
– Sim, quer que eu passe toda ficha também?
– Baixa a bola carai, tô na boa com tu.
– Também estou, só que acabei de levar um tiro e ainda estou me recuperando do susto, e eu não curto toda essa atenção.
– Parada difícil aê Leidy, já ganhou fama. - falei metendo o pé dali, a bicha revoltada fico lá com cara de brava que ela tem, nem disfarça e eu num tô custumado com esse tipo naum, pra mim é sim sim, num tem mais ou menos naum, essa guria ganho fama no meu álbum pelo simples fato de naum tenta sentar no colo do pai assim que me deu vista.
Aqui é assim, é eu chegar e n**a já vem querendo sentar no colo, querer dar agrado de tudo quanto é jeito. Mas naum vai pensando que é só por dar naum, sempre querem algo em troca.
Subi na motorizada e voltei pra boca pra desenrolar as parada por lá.
Diana Alcântara
Era para ser só mais um dia comum, eu subia a viela como todos os dias, estava na vigia pois já era do meu conhecimento que o morro estava sobre ataque, mas de repente me vi sem forças, senti algo queimar na minha coxa – Porcaria fui atingida nessa p***a. - olhei o sangue escorrendo pela minha calça, pressionei com a mão enquanto me encostava na parede já sem forças, me sentei ao chão devagar.
Ouvi alguns passos, tentei ficar calada mas já era tarde, alguém havia notado minha presença, e foi assim que me vi diante do homem que era minha missão, vigiar seus passos discretamente de longe tentando não chamar atenção para mim, merdaa.
Ele se aproximou me olhando e tudo que eu queria era não estar diante dele naquele momento, minha vontade era de virar mutante e sair das vistas daquele brutamontes o quanto antes.
Deveria passar por uma simples e comum moradora mas a minha boca não deixou, senti aquele homem pegar em meu braço com força e ali pensei que seria meu fim, acreditei que tinha sido descoberta naquele momento, mas não, ele estava só tirando suas dúvidas e assim que o respondi ele me ajudou.
Nem de longe eu me parecia com aquelas cocotas do morro, sou de altura média com meus 1.67 de altura, cabelos castanhos escuro liso com suas ondulações, olhos verdes pele bronzeada, chamo atenção não só pelos olhos mais também pelo corpo delineado, apesar disso tenho cara de poucos amigos, tenho um dos meus braços todo fechado em tatuagens, o fiz depois da morte dos meus pais, acabou sendo uma terapia pra mim, parecia que sentir aquela dor me fazia viver, me tirava do desgosto de perder a única família que eu tinha, cada tatuagem que tenho é um sinal das perdas bruscas que tive em minha vida.
O dono do morro me ajudou e pediu para um daqueles que ele chama de "menor'' me levar até o posto, e eu não sentia mais tanta dor com o tiro que levei, estava mesmo era temendo ser descoberta por algum deles, essa adrenalina fez minha mente esquecer a dor que sentia no meu corpo.
Me chamo Diana sou investigadora da polícia civil no 27°DP, desde pequena tinha o sonho de ser policial, convivi a vida toda com policiais ao meu redor, isso porque o meu pai também era policial, mas diferente de mim ele era um militar.
Infelizmente ele perdeu a vida em uma troca de tiros na tentativa de uma pacificação no morro do alemão, os marginais não tiveram piedade dele e eu escolhi ser policial para buscar justiça pela morte do meu pai, fui enviada a essa missão, no mesmo morro que meu pai foi assassinado, agora aqui estou eu, cumprindo a missão de me infiltrar no morro do temido JK.
Muito fui chamada de louca, alguns colegas de profissão me diziam que era uma missão suicida, mas pouco me importei, entrei de cabeça nessa missão e quero fechar ela com chave de ouro.
Tenho todos os motivos do mundo pra ser uma pessoa r**m e amarga, a vida me tirou a única coisa que eu tinha de valor, minha família, minha mãe morreu doente após 5 meses da morte do meu pai seu grande amor, quem disse que não se morre por amor não conhece a história dos meus pais, não que eles fossem perfeitos jamais, mais eu tinha uma família, uma família que se amavam sim independente de qualquer problema que surgisse pela frente.
Mesmo com todo sofrimento ainda sim tento sorrir pra vida que vive me dando tapas na cara e tombos pra qualquer um desistir, vivo uma vida solitária, sinto falta de ter a minha família ao meu lado.
Quando pensei que estava livre daquele meliante o vi novamente, agora no posto, ele veio saber da minha pessoa, sério mesmo?
Eu pouco acreditava, ele veio até a mim com toda a sua brutalidade, com um fuzil nas costas e como sempre com a cara amarrada, só esperando alguém o mall dizer para conseguir uma desculpa para matar, e para o meu desgosto ele deixou claro que ganhei a sua atenção.
TO PERDIDA MESMO!