Episódio 6

1328 Palavras
A risada repentina do Sr. Winters e Dominick interrompe os meus movimentos de pânico. Eu olho para os dois como se fossem eles que beberam demais, mas o Sr. Winters ainda tem um olhar divertido quando os nossos olhos se encontram novamente. É Dominick quem me conta a parte que estava faltando na piada. — Nossa, irmãzinha, ninguém te contou? Este é um daqueles casamentos… Bem. Não é exatamente uma união de amor. Eu franzir a testa. Ok, obviamente eu sabia o suficiente para perceber isso, mas então, o que...? Sr. Winters estende a mão e agarra a minha. — Sua mãe e eu percebemos que poderíamos chegar a um acordo mutuamente benéfico se nos casássemos. Isso poderia dar a você e a ela alguma estabilidade financeira e eu poderia ter... outros benefícios. — Como quais? Eu franzo a testa. E então me lembro das pontas que amarrei antes. — Influência do meu avô. Sr. Winters olha para mim por um segundo e acena com a cabeça. — Exato. Sento-me na cabine da limusine do lado oposto ao deles. — Para que você precisa do vovô? O Sr. Winters relaxa os cotovelos sobre os joelhos e cruza as mãos sob o queixo. — Você conhece a influência que seu avô tem? Concordo com a cabeça, depois faço uma pausa e balanço a cabeça. — Não totalmente. — Bem, o departamento de oncologia do meu hospital está pensando em criar uma nova ala do hospital e estamos longe do nosso objetivo. Preciso do seu nome de família para abrir essas portas. Ok, então o mistério foi finalmente revelado. E eu começo a ter um dor de cabeça e minha boca parece... eca. Hora de ir para a cama. Porém, o dia*binho dentro de mim me leva a fazer uma última pergunta: então, você e a minha mãe... nunca... você sabe... Olho para o chão da limusine e juntei a fita de um dos meus tênis com a outra. — Não. A voz do Sr. Winters é firme. — E nunca o faremos. Não tenho a intenção de ofender, mas não tenho certeza de como… Ele olha ao redor da limusine como se estivesse procurando um termo politicamente correto. — Higiênico seria isso. Ele balança a cabeça e abaixa a boca, como se a simples ideia de tocar a minha mãe daquele jeito o enojasse. Uma onda absurda de alívio me percorre com as suas palavras. — Bem, embora esta discussão tenha sido bastante esclarecedora. Diz Dominick, abrindo a porta do seu lado da limusine. — Acho que a hora de dormir da minha irmã mais nova já passou há uma hora. Ele sorri para mim, mas é mais um sorriso desafiador. Estreito os olhos para ele, mas com toda a honestidade, não posso negar. Quando ele estende a mão, eu a seguro e permito que ele me mova pelo assento para me ajudar a sair pela porta. O pai dele está bem atrás de mim. Neste fim de semana os dois levarão todas as suas coisas para a casa em South End onde minha mãe e eu moramos. Está casa está na minha família há três gerações: é enorme e tenho certeza de que vale uma quantia incrível de dinheiro. Felizmente, o vovô ainda é o dono, então a mamãe não pode vendê-lo. Atrás de nós, o motorista traz duas grandes malas enquanto subimos as escadas. Acho que os caras vão conviver com isso até que o resto das coisas chegue em alguns dias. Felizmente eles me ajudam a subir as escadas até chegar à porta, porque os saltos estão me matando e ainda não me sinto firme. E finalmente entramos. Eu sobrevivi a este dia. Tiro os saltos no corredor e olho para a escadaria ornamentada. Não seria grande coisa se eu dormisse sozinha no sofá lá embaixo esta noite, certo? Tenho certeza de que não disse essa última parte em voz alta, mas como se pudesse ler minha mente, o Sr. Winters de repente me pega no colo. Ele me carrega em seus braços, estou falando sério. Ele coloca um dos braços sob os meus joelhos e o outro sob as minhas costas. Eu instintivamente envolvo os meus braços em volta do pescoço dele. Mais uma vez, o meu corpo está pressionado contra a lareira que é o corpo dele. Mas a minha cabeça está mais clara do que há algumas horas, então não relaxo nem descanso a cabeça em seu peito, por mais tentada que esteja. Além disso, Deus, estou ciente de como devo estar uma bagunça. Os meus olhos ficaram lacrimejantes quando eu estava vomitando, então a minha maquiagem deve estar estragada, e só posso imaginar como o meu cabelo deve estar ninho de rato, sem falar no meu hálito... Cerro a boca e me forço a respirar apenas pelo nariz até que o Sr. Winters me coloque no chão. Mas não preciso me preocupar por muito tempo. O Sr. Winters sobe as escadas como se não pesasse mais que um lenço. Eu sei que sou pequena, mas ainda assim. Ele está subindo as escadas correndo comigo no colo, basicamente. E quando ele chega ao meu quarto e me deixa na cama, ele ainda não derramou uma gota de suor. A teoria foi confirmada: ele é secretamente um deus viking se passando por administrador do departamento de oncologia de um hospital. Eu sabia. Dominick entra logo atrás dele. — Obrigado. Coro tão intensamente que tenho certeza de que posso senti-lo até as pontas de cada folículo capilar. Sento-me na beira da cama, meu feio vestido laranja farfalhando no silêncio repentino. Os dois homens não fazem nada além de olhar para mim. Dominick sorri para mim agradavelmente, mas o seu pai me observa com uma intensidade que me faz sentir... não sei, com calor, e ao mesmo tempo provoca leves arrepios na minha espinha. Ele não dorme com a minha mãe. O pensamento surge do nada, mas salta para todos os lados como um fliperama que enlouqueceu e acendeu pequenas luzes de néon na minha cabeça. Ele nunca dormiu com ela e, a julgar pela aparente expressão de desgosto em seu rosto quando falou sobre isso, Nunca dormirá. Eu olho para os meus pés. Fiz pedicure para o grande dia da mamãe, então, pela primeira vez, os meus pés estão lindos. Escondo um pé debaixo do outro e fico nervosa. De repente me sinto muito sóbria. — OK tudo bem. Acabo com o silêncio pesado. Talvez seja só eu quem acha isso desconfortável? Olho para cima e vejo os dois homens me observando como se eu fosse um canal de televisão intensamente fascinante. Vou me lavar e ir para a cama. Eu os dispenso com a mão rapidamente. Nossa, acabei de fazer o constrangimento atingir um novo nível. — Obrigado por tudo. Boa noite. — Tudo bem, doçura. Sr. Winters sorri para mim como se tudo fosse divertido, e então ele se inclina e dá um beijo na minha testa. Dominick faz o mesmo e me puxa para perto, colocando as mãos em meus ombros. Então ele me beija tão longe da bochecha que está quase na minha orelha. Também não é um beijo rápido e casto. É um movimento lento de pressão com os seus lábios carnudos e convidativos. — Durma bem, irmãzinha. Ele sussurra em meu ouvido e me beija novamente, ainda mais perto do lóbulo da minha orelha. No momento em que ele se afasta, estou praticamente tremendo, com os olhos bem abertos. A sensação que tive na parte inferior do estômago quando acordei com a cabeça no colo do seu pai voltou: é uma sensação de queda profunda que parece estar ligada às partes inferiores do meu corpo... O que está ocorrendo…? Mas ele e o pai têm os mesmos sorrisos de alguns momentos atrás. Como se tudo o que aconteceu esta noite tivesse sido perfeitamente normal. E então, sem dizer mais nada, Dominick sai pela porta e seu pai o segue.
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