BETINA Eu tava sozinha em casa, sentada no sofá, com o celular na mão, mas sem nem olhar pra tela. Minha cabeça tava um caos, como se tivesse mil vozes gritando ao mesmo tempo. O confronto com o Renan ainda tava fresco, como uma ferida que não para de latejar. A voz dele, grave, possessiva, dizendo que eu era dele, que não ia me dividir com ninguém. O jeito que ele se aproximou, o polegar roçando meus lábios, tão perto que eu senti o calor da boca dele quase encostando na minha. Meu coração disparou só de lembrar, e um calor subiu pelo meu peito, misturado com um frio na barriga que não explicava. Sim, eu queria ele, queria sentir aquele fogo de novo, mas ao mesmo tempo, sabia que era perigoso. Ele era perigoso. Não só por ser quem era — o Brutos, o cara que manda no morro — mas pelo je

