Ângela
A dor latejava no meu braço, mas era pequena perto da angústia no peito. O chão frio do galpão parecia puxar minha alma para baixo, como se quisesse me enterrar ali. Vi os olhos da minha filha – da minha April – me encarando com raiva e confusão. Aquilo me despedaçava.
Robert estava ali, com aquele sorriso vitorioso, como se já tivesse vencido. Mas ele não sabia tudo. Ele não sabia o quanto eu suportei. O quanto escondi para protegê-la. E agora... agora tudo estava desmoronando.
Preciso contar para ela tudo o que aconteceu, porque só assim ela vai ver que tudo o que eu fiz foi para protegê-la e para o bem dela.
— April... — minha voz saiu trêmula, mas firme. — Ele não é quem diz ser. Ele não é seu pai. Ele me machucou... semanas antes do meu casamento com o Carlos. Ele me seque
