Hanna
Quando abri os olhos e percebi que via alguma coisa… mesmo que embaçado, mesmo que só borrões… meu coração quase não cabia no peito.
Eu tinha desistido, sabe? De verdade. Já fazia tanto tempo que tudo era escuridão… Eu tinha aprendido a ouvir mais, a tocar mais, a sentir mais. Mas enxergar? Não. Isso eu tinha deixado pra trás. Era um sonho antigo que eu já tinha enterrado lá no fundo da memória.
Então, quando a luz da janela bateu no meu rosto e eu percebi aquele clarão suave... quando consegui distinguir o vulto do Matteo andando de um lado pro outro no quarto... foi como se alguém tivesse me devolvido um pedaço de mim.
Ver borrões pode não parecer grande coisa pra muita gente. Mas pra mim... era tudo. Eu fiquei quieta. Absorvendo. Tinha medo até de piscar e perder aquilo.
Foi
