Matteo
O relógio da parede parecia zombar de mim a cada segundo que passava. Nenhuma notícia. Nenhuma ligação. Nada. Eu andava de um lado para o outro no quarto do hospital, sentindo o estômago revirar a cada passo. Onde estavam com a dona Ângela? Por que ninguém falava nada?
Olhei para Hanna, deitada na cama, com aquele jeitinho paciente que só ela tinha. Ela estava com a cabeça levemente virada para a janela, onde a luz suave do final da tarde entrava.
— Matteo...? — chamou com a voz suave.
Me aproximei na mesma hora.
— Tô aqui, minha pequena. — Segurei sua mão, apertando de leve.
— Minha mãe... ela tá demorando, né? — perguntou, franzindo a testa, com aquele jeito de quem sente o que não é dito.
Engoli em seco. A pior parte de tudo era isso. Ter que mentir... ou esconder a verdad
