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O Entardecer da Esperança

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Sinopse

Esmeralda Santiago é uma mulher de 21 anos muito misteriosa que guarda muitos segredos - até de si mesma. Alguns dias após seu aniversário, ela recebe uma caixa misteriosa em sua casa que promete deixá-la maluca. Depois disso, ela começa a ver e ouvir coisas estranhas que possivelmente não são desse mundo e que também, acabam revelando coisas de seu passado que estavam enterradas dentro de suas próprias memórias.

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Capítulo 1 - A menina
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  Esmeralda estava na cozinha de sua casa preparando o jantar quando ouviu alguém na porta da frente. Ela pegou o pano de prato e secou suas mãos indo em direção à sala. Olhou pela porta de vidro e não viu ninguém. Quando estava voltando para a cozinha a campainha tocou mais uma vez.    - Quem é? – gritou, insegura. Mas ninguém respondeu.   Ela caminhou até a porta e a abriu, uma pequena caixa estava depositada no tapete de entrada com seu nome escrito em cima. Ela olhou de um lado para o outro do lado de fora e não viu ninguém.    - Olá? - perguntou. Nada. Ela pegou a caixa e entrou, ao abrir havia um CD com uma etiqueta grudada que dizia "Megan - 21/10/94".  - Isso só pode ser alguma piada. - disse rindo para si mesma. - Brian, pare de palhaçada.    Ao não ouvir nenhum som de retorno e um vento gelada a fazer tremer, ela fechou a porta com as sobrancelhas franzidas e um olhar desconfiada. Ela largou a caixa na mesa da sala e voltou para a cozinha para terminar de fazer seu jantar. Ela morava sozinha em uma rua não muito movimentada e as únicas pessoas que sabiam onde ela morava eram seus pais, sua melhor amiga Angela e seu namorado Brian. Após comer, Mel entrou para tomar um banho e se esqueceu completamente da caixa misteriosa, mas o som de vozes vindo da sala a fez sair do chuveiro às pressas.      "Quem diabos estava falando na minha casa?!" - pensou nervosa. Ela foi na ponta dos pés e se esgueirou para a sala enrolada em sua toalha cor de marfim.   - ... esta é a gravação de Megan Smith. Número um. Hoje é dia 21 de outubro do ano de 1994 e são exatamente dez horas da noite. Estamos no quarto de Megan, ela está em um sono profundo há alguns dias e eu vou tentar entrar em contato com ela...   - Mas que m***a?! - Xingou Esmeralda. Seu notebook estava aberto e reproduzindo o CD. Ela pausou o áudio e olhou ao redor. - Olá? Quem está aí? Brian isso não tem graça!    Ela foi até a porta e a mesma permanecia trancada. O abajur da sala piscou algumas vezes antes que a gravação começasse novamente - sozinha. Mel se sentou na cadeira, assustada e ouviu a reprodução, sem questionar.    - Megan? Pode me ouvir? Me chamo Michael.  - Um ruído causou uma pequena interferência na gravação antes que a voz de uma menina surgisse.    - Sim, posso te ouvir...   - Quantos anos você tem, Megan? - perguntava o homem. A menina parecia respirar pesadamente antes de responder.   - Eu tenho oito anos.    - E há quanto tempo está dormindo?   - Há muito tempo.    - Você está com medo? - uma interferência maior surgiu, mas parecia uma gargalhada infantil.    - Eles têm medo de mim.    - Eles quem? - indagou.    - Os que vivem no escuro.   Um chiado tomou conta da gravação e m*l se podia ouvir as vozes.   - E por que eles têm medo de você? - continuava o homem.   - Por que eu estou no mundo deles e posso ouvi-los.    O homem pareceu ficar em silêncio por alguns momentos e então pigarreou e voltou às suas perguntas à menina.   - Pode ouvi-los agora? O que dizem?   - Eles cantam uma música triste... - a voz da menina parecia um pouco triste, como se estivesse chorando.   - Uma música? Pode cantar ela para eu ouvir?    - "Uma brisa banha a manhã, dos seus dias/ E toda vez que fechar seus olhos para rezar, olhes onde pisa/Os cacos da desgraça de minha vida é apenas culpa minha/Mas os pesares de sua morte serão apenas a última flâmula da vida..."      Sons de móveis se arrastando e um grito estridente percorreram os minutos seguintes da gravação.      - Mary! - gritou Michael. - Corra!   - Ela achou que isso iria me deixar mais fraca, mas tudo o que fez foi me deixar com muita raiva. - gritava a menina no meio de muita interferência e mais sons de móveis se quebrando.   - Ela quem? - gritou o homem já aos prantos.    - Dalila.    Muitas vozes de mulheres juntas gritavam na gravação, mas não pareciam estar lá antes e a gravação se encerrou. Esmeralda ainda não conseguia se mexer, parecia em choque, m*l piscava seus olhos. O que tinha sido aquilo? Ela, que ainda estava enrolada em sua toalha, se levantou e foi para seu quarto, de onde não saiu o resto da noite.  - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -     - Mel, você precisa sair mais de casa, você anda muito escondida. - dizia Brian ao telefone. - Eu não preciso sair. Estou bem em casa. Além do mais eu estou de férias! Posso fazer o que eu quiser. - Exatamente! - ele bufou. - Vamos nos divertir! Dá uma chance pro seu namorado te levar pra dançar... Estou sabendo que o Dylan Prides vai fazer algo na casa dele esta noite, vem comigo. - Não acho uma boa ideia... - A Ângela vai estar lá. - a respiração de Esmeralda se acelerou e um suspiro lhe escapou dos lábios. - O que? - Ah, vamos! Eu sei que você quer ir. - Que horas vem me buscar? - falou meio animada. - Ah, moleque! Meia noite estarei na sua porta, gatinha! - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - A festa estava um tanto tumultuada, muitos adolescentes já bêbados caiam na piscina de roupa e tudo sendo empurrados por outros amigos bêbados. Mel e Brian foram até a cozinha e encontraram Dylan bebericando uma taça de vinho e rindo muito alto para uma menina loura que estava inclinada no balcão parecendo estar se insinuando com seu enorme traseiro branco. Dylan m*l pareceu perceber a presença deles até que Brian pegou a garrafa de vinho e pôs em duas taças. Ele sorriu para o casal. - Então, resolveram aparecer. - É, não somos fãs de pontualidade, sabe como é, é mais divertido chegar quando todo mundo já se embebedou! – disse Brian animado. Mel se encolheu. - Vou procurar a Ângela. – sussurrou no ouvido do namorado. Esmeralda passou pela porta da frente e contornou o jardim até os fundos da casa. Passou os olhos em cada pessoa ali e percebeu uma menina morena sentada no gramado rindo dos adolescentes que caiam na piscina. Seus olhos foram direto na amiga quando ela se aproximou, como se pudesse sentir sua presença. - Mel! – disse num pulo. – Que saudade! Ambas se abraçaram e riram juntas. Ângela estava com seu usual vestido azul de festa e seu salto 15 cm. Sua testa suava, sinal que estava começando a ficar bêbada também. - Você chegou que horas? - Agora pouco. Deixei Brian na cozinha com o Dylan. – a morena gargalhou. - Dylan está tentando ficar com o Gwen há umas duas horas lá dentro! A menina m*l olhava para ele até que ele pegou um vinho caro da mãe e abriu. Ela empinou aquele r**o dela e ficou lambendo o dedo que nem uma p**a, não vai demorar para o Brian ser abandonado lá! – ela parecia um tanto desajeitada e sem equilíbrio enquanto falava, sua língua se enrolava na boca e seus olhos reviravam um pouco. A música eletrônica que tocava alto no jardim, de repente parou e um silêncio mórbido varreu a casa inteira. Devagar alguns gemidos vindos do andar de cima se tornaram cada vez mais altos e todo mundo começou a rir e a zombar. - Aê, Dylan! Uuuuuh, safadão! – gritou um menino que m*l conseguia ficar em pé e que acabou caindo, mas rindo de se acabar. A música voltou a tocar. Brian apareceu logo atrás de Mel com um olhar meio assassino e sorriu para Ângela. - Vou roubar a minha namorada só um pouquinho! – e olhando para ela de novo, sussurrou. – Vamos dançar!  Ele pegou a taça da mão dela, a arrastou pelos braços e começou a dançar na sua frente. Ele já parecia um pouco bêbado, mas não ligava, estavam se divertindo. Passaram mais três músicas antes de Mel pedir uma pausa. Brian continuou se contorcendo lá sozinho e gritando a plenos pulmões, seus pés pareciam nunca se cansar! A menina se sentou ao lado de Ângela e sorriu, obviamente cansada. - E ai, cansou? - Só um pouquinho. – mentiu. – Onde está o David? – a menina franziu o cenho e olhou para os pés, abraçando os joelhos. - Nós terminamos. Ele estava ficando com a Hanna e eu descobri só há alguns dias. – Mel tinha um rosto amedrontado e culpado por não estar com a amiga quando ela precisara. - Por que não me contou? - Brian disse que você poderia estar em depressão, que não saia de casa há dias, não queria te preocupar. Mas diga, o que aconteceu com você nessa última semana?  Mel também não sabia dizer o que havia acontecido, não saberia explicar o porquê de uma gravação ter lhe dado tanto medo, ou o porquê a imaginou tocando sozinha em seu notebook. Ela poderia estar ficando louca, mas algo naquela noite a deixou apavorada. Tentou por dias entender o que tinha acontecido, mas continuou com nada menos do que nada. Não queria sair de casa, sentia sempre aquele peso no estômago, como se fosse vomitar a qualquer momento. Ela sorriu para a amiga ao seu lado que parecia um tanto preocupada e tirou algumas mexas castanho-amendoadas de seu rosto suado. - Eu acho que talvez tenha sido algum pesadelo medonho. Não lembro muito bem o motivo, eu só queria ficar sozinha um pouco. Ângela não pareceu acreditar 100% na desculpa da amiga ao lado, mas decidiu não fazer muitas perguntas. Mel não parecia muito confortável. - Adorei seu vestido, você sempre fica bem de preto. – seus olhos azuis se iluminaram com o elogio da amiga e sorriu para ela. - Obrigada, Ângela. É sempre bom conversar com você. - Também estava com saudades!     As duas riram e ficaram observando o desastre da festa. Brian estava caído em alguma parte do gramado e Dylan aparecera com um braço no ombro de Gwen, que ria muito. Bêbados de vinho caro, pelo visto. Esmeralda abraçou os joelhos também e se encolheu com um vento gelado que bateu em seu rosto. Ela pegou seus cabelos e os puxou para um lado, os deixando cair por sobre o ombro. Mel olhou para a piscina que estava agitada por causa dos bêbados que nadavam nela e percebeu um reflexo na água. Ao olhar para cima viu uma menina de cabelos dourados que a encarava com olhos profundamente obscuros por detrás de sua franja. Todo o seu corpo se arrepiou e ela cutucou Angela com o cotovelo, sem desviar os olhos da menininha.  - Está vendo aquela menina ali do outro lado da piscina? O que ela faz aqui? – a amiga sorriu. - Que menina? – os olhos de Mel voaram para a amiga, desesperados. - Você não a está vendo? Está em pé bem ali... – parou ao perceber que ela não estava mais lá. – Do outro lado. Ela estava bem ali. - Esmeralda Santiago. – ela sorriu. – Não tinha nenhuma menina ali. Você já está bêbada.     Ela ficou olhando para a borda da piscina, inconformada. Apoiou sua cabeça no ombro de sua amiga e bebericou seu vinho. A música de repente começou a ficar disforme e absurdamente h******l de se escutar, era como estar no inferno. Mel tampou seus ouvidos e fechou bem seus olhos, esperando aquele barulho todo passar. Agora estava muito frio e seu queixo tremia. Uma respiração ofegante começou perto de seu ombro direito e seu coração acelerou. Tirou as mãos dos ouvidos e devagar abriu seus olhos. Ao olhar para o lado, a menina que outrora estava do outro lado estava parada bem ali, olhava no fundo de seus olhos, com certa fúria. Esmeralda ficou com medo. A menina abaixou a cabeça e tocou o ombro dela. O toque queimava como brasa e ela então, desmaiou no gramado.   - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -  

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