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O Dono do Morro x Um amor de infância?

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Sinopse

Fabiana cresceu no morro, mas foi embora ainda nova com a mãe. O pai e o irmão ficaram — dois nomes fortes dentro do comando. Anos depois, depois de perder a mãe e viver um relacionamento abusivo com um delegado que parecia perfeito, Fabiana foge e volta pro único lugar onde se sente segura: o morro.

De volta às raízes, ela reencontra Yuri, seu amor de infância, e conhece Nem, o novo dono da favela — perigoso, misterioso e irresistível. O que ela não esperava era viver entre os dois... dois homens completamente diferentes, mas com algo em comum: o sangue. Yuri e Nem são irmãos por parte de pai, mas se odeiam — e a presença de Fabiana só vai piorar esse fogo cruzado.

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1
Capítulo: Fabiana narrando Hoje era para ser um dia especial. Dois anos de casamento com Felipe. Dois anos tentando acreditar que aquela história de amor ainda existia, que tudo poderia voltar a ser como era no início, quando os olhos dele brilhavam ao me ver, quando o toque dele era suave e me fazia sentir segura. Dois anos que pareceram um ciclo de esperanças desfeitas e tentativas frustradas de manter um lar que já estava desmoronando. Mesmo assim, eu queria tentar. Eu precisava tentar. Passei a tarde inteira arrumando a casa. A mesa estava posta com capricho. Escolhi uma toalha branca rendada, pratos que só usávamos em ocasiões especiais, taças de vinho que ganhamos no casamento. Comprei flores e velas perfumadas de baunilha e canela – minhas favoritas. Cozinhei nosso prato preferido, coloquei uma música suave de fundo e me convenci de que tudo daria certo. Era o nosso aniversário de casamento. Isso devia significar algo, não é? Antes dele chegar, fui até o banheiro e encarei meu reflexo. Havia uma marca roxa perto da clavícula, outra no canto do rosto, levemente disfarçada por maquiagem. Não era a primeira vez. E o pior é que, mesmo vendo aquilo, meu coração ainda procurava uma desculpa para o que ele tinha feito. Ele estava estressado, cansado. Isso não define quem ele é de verdade, eu pensava. Naquela noite, há uma semana, ele tinha chegado transtornado. Jogou meu celular contra a parede sem motivo algum e gritou por horas. Disse que compraria outro, e de fato comprou – um modelo inferior, como se aquilo fosse me punir por algo que eu nem sabia o que tinha feito. Era assim. Sempre foi assim nos últimos tempos. Uma sucessão de momentos bons interrompidos por explosões de raiva, seguidas de pedidos de desculpas vazios. Conheci Felipe quando fui fazer estágio na delegacia. Eu era secretária, ele delegado. Me encantei de cara com o jeito sério e protetor dele. Ele parecia tão firme, tão seguro. Me senti vista, acolhida. Em pouco tempo, começamos a namorar. Ele era atencioso, carinhoso, sempre dizendo que me amava, que eu era o amor da vida dele. Fomos morar juntos, depois noivamos, casamos. Ele estava ao meu lado quando minha mãe morreu, me segurando firme quando eu achava que não suportaria a dor. Por isso, custava tanto acreditar que aquele mesmo homem agora era o responsável por tantas das minhas lágrimas. No começo, ele só se exaltava verbalmente. Um tom de voz mais alto aqui, um comentário c***l ali. Depois, vieram os empurrões, os apertos no braço, os olhos que não demonstravam mais amor, mas uma raiva fria, calculada. Mesmo assim, eu ficava. Porque ainda tinha na memória o homem que me fazia rir, que me abraçava à noite, que prometeu cuidar de mim para sempre. Naquele dia, meu coração acelerou ao ouvir o barulho da chave girando na porta. Respirei fundo e fui recebê-lo com um sorriso, tentando esconder o medo que já era automático. — Boa noite — ele disse ao entrar, a voz carregada de cansaço. — Boa noite, meu amor — respondi, tentando soar animada. Vi seus olhos percorrerem a mesa posta. — Eu já jantei — disse seco. — Pode desarrumar tudo isso. Você sabe que eu não suporto o cheiro dessas velas perfumadas e insiste em usar. — Mas eu só quis arrumar porque hoje... — tentei explicar. — Fabiana, eu já mandei você desarrumar a porcaria dessa mesa e apagar essas velas! — ele esbravejou, seus olhos fixos nos meus como se eu tivesse cometido um crime. — Eu só quis fazer uma surpresa... — continuei, a voz trêmula. — Eu odeio surpresas! — ele gritou, puxando a toalha com violência. Tudo caiu no chão: pratos, copos, flores, comida. O som do vidro quebrando ecoou na sala silenciosa. — Eu estou pouco me importando se isso tudo era uma surpresa! Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu me sentia ridícula, humilhada. Tudo que eu tinha feito por nós, para tentar reacender algo, foi pisoteado em segundos. — Por que você está fazendo isso? Me tratando desse jeito? — perguntei com dificuldade, tentando segurar o choro. — Eu estou te tratando bem, não estou entendendo o que você está falando — ele disse se aproximando. — Você acha mesmo que eu estou te tratando m*l? Instintivamente, dei alguns passos para trás, até minhas costas encostarem na parede. Senti um arrepio percorrer minha espinha. — Para, por favor — pedi. — Eu nem fiz nada — ele respondeu, mas suas mãos vieram até meu pescoço. — A Angélica me disse que você contou para ela que eu bati em você. — Ela perguntou das marcas... — tentei justificar. — Eu mandei você não sair de casa! — ele gritou, apertando mais forte. — Eu te avisei! — Para, por favor! — supliquei, já chorando. — Você quer acabar com a minha carreira? — ele disse com ódio nos olhos. — Ou esqueceu que a Angélica é policial e me odeia lá dentro? Quer me ver preso? O aperto aumentou. Eu comecei a perder o fôlego, meus olhos se arregalando em desespero. Tentei empurrá-lo, mas ele era mais forte. Meu corpo já fraquejava quando, num impulso, ergui o joelho e chutei com força entre as pernas dele. Ele gritou e se curvou, me soltando. Cambaleei até conseguir correr, mas ele me agarrou pelos cabelos e me puxou com força, me fazendo cair. Minha cabeça bateu com violência no chão e senti o gosto do sangue na boca. Um filete quente escorreu pela minha testa. — Eu mandei você ficar quieta, sua desgraçada! — ele rosnou. — Ela veio aqui, não tinha como eu esconder... — falei entre lágrimas, com dificuldade. — Eu vou te dar uma lição que você nunca mais vai esquecer! — ele gritou, desferindo dois tapas fortes no meu rosto. Minha visão ficou turva. Tentei empurrá-lo, mas meus braços pareciam não ter força. Ele voltou a apertar meu pescoço, com fúria. — Eu vou te matar, Fabiana. Depois, vou atrás do seu irmão. Eu vou acabar com ele também! Aquelas palavras despertaram algo em mim. Um grito mudo de desespero, uma última faísca de sobrevivência. Tateando o chão, meus dedos encontraram um vaso de cerâmica quebrado. Com o que me restava de força, lancei-o contra a cabeça dele. O som do impacto foi seco. Felipe caiu sobre mim, desmaiado, e o sangue começou a escorrer da sua cabeça. Fiquei ali, imóvel por segundos que pareceram eternos. O corpo dele pesava sobre o meu. Quando consegui empurrá-lo para o lado, me arrastei até um canto da sala e o encarei, o peito subindo e descendo com dificuldade. O que eu tinha feito? O que eu faria agora? ---

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