Capítulo 06

1377 Palavras
― Não lembro de ver o rei de Margoth tão vaidoso. ― Murmurou Elisie para si mesma, parada na entrada do seu castelo, ao lado de Alex, aguardando a chegada do rei e da rainha de Margoth, ao longe já podiam ver as seis suntuosas carruagens aproximando-se. Olhando as carruagens do seu antigo reino, memórias más apoderaram-se dela, que somente voltou a si, quando Alex de um passo à frente. O rei desceu, em seguida a rainha. Sorriam como se tivessem sentido saudade da sua filha. ― Rei Hugo Allen, e rainha Elena Allen é um imenso prazer tê-los no meu reino. ― Não precisa de tanta formalidade, somos todos família, não é mesmo, minha querida filha? ― Hugo lançou um olhar tristonho para Elisie, que mantinha uma postura rígida. ― Bem-vindo, majestade, espero que me trate como rainha Elisie Leican. Não aprecio informalidades. ― Eli... ― Devem estar cansados, o meu mordomo os guiará até o seu quarto. Tenha um maravilhoso dia. ― Apressou-se em dizer, curvando-se e dando as costas para seus pais. Alex a alcançou. ― Pelos deuses, o que foi isso? Você não vê como o seu pai parece adoecido? Converse com ele, espere pela resposta que deseja ouvir. Fugir nunca ajuda em nada. ― Poupe-me dos seus sermões, majestade, não estou com paciência para ouvi-lo. ― Vá ao quarto deles, converse com ele e dê fim a suas dúvidas. De acordo? ― Percebendo que ela estava determinada a ignorá-lo, ele completou relutante: ― Pois não sabemos quanto tempo ficaremos... procurando pelos filhos deformados. ― Ela parou, ele bateu o seu corpo contra o dela. ― Um breve sorriso abriu-se, com a esperança. ― Isso quer disser que é verdade? É verdade então? ― Se aquela feiticeira disse, não podemos duvidar. ― O abraço o pegou de surpresa, Alex demorou tanto para criar coragem e envolver os seus braços ao redor dela, que quando tentou faze-lo, ela soltou-o e seguiu apressada para o quarto dos pais. ― Marido, acha que Elisie sabe? ― a voz de Elena aflita e chorosa fez Elise parar no meio do caminho, eles sussurravam no corredor. ― Como poderia? Sabe que matamos todos que sabiam desse segredo. ― Hugo, estou aflita, sonho com isso por várias noites. Devíamos ter contado, estou com um mau pressentimento. Elisie, segurou as suas lágrimas, o ódio queimou o peito girou nos calcanhares e seguiu para seu quarto. *** A música alta chegava até o quarto de Elise, que se arrumava na quase escuridão. ― Você fez o que eu pedi? ― sussurrou mesmo estando no seu quarto sozinha com a serva. ― Sim, majestade, porém, se permite que eu diga, isso é algo perigoso e... ― Eu sei o que faço, agora pode ir, terminarei de arrumar-me sozinha. Os cabelos de Elisie estava num coque simples, havia algumas joias entorno. Ela observou-se no espelho, a maquiagem forte ressaltou os seus olhos escuros, ela sorriu maldosamente, abriu a caixa de joias, iria por um colar que combinasse com o vestido verde de gola alta, como sempre usava. Seus dedos se enroscaram nos brincos de alma gêmeas. Ela colocou-os, levantou-se da cadeira, quando o silêncio foi roubado pela voz alta de alerta dos brincos, Elisie virou-se para porta a tempo de vislumbrar através da brecha uma silhueta correr para longe. Sua alma gêmea, sim, era isso que os brincos falavam, ela estava diante da sua alma gêmea. Tonta e ofegante Elisie tirou os brincos e os jogou para algum lugar do quarto. Só a ideia de uma alma gêmea a assustava. O salão estava vibrante, animado, havia muito vinho e comida. O rei Hugo estava perdido numa conversa calorosa com alguns dos seus conhecidos. Alex estava próximo ao trono, conversando com Bartram. Estava de costas, não viu Elisie aproximar-se ― Alex. ― Chamou ela, segurando no seu braço. ― Sim? O que houve? Parece pálida. ― Eu... ― A presença de Bartram fez Elisie mentir. ― Só estou cansada. Bartram, faz muito tempo que não o vejo, como vai o treino com os cavaleiros brancos? ― Majestade, fico um tanto constrangido ao dizer isso, porém, os cavaleiros brancos superaram as minhas expectativas. ― Porque a maioria é formada por mulheres? Não se preocupe, é um choque e tanto uma frente de batalha ter mulheres como cavaleiros. No entanto, achei necessário para mudar a visão sobre nós. ― Sim, majestade. A proposito... ― Bartram foi interrompido por gritos. O grupo de Hugo tornou-se ainda maior, todos em tornou de alguém que passava m*l. Os lábios de Elisie se curvaram num sorriso vingativo. Se aproximou, entretanto, para sua surpresa, não era Hugo quem estava largado no chão tossindo sangue. ― A... Alex? Pelos deuses, Alex, o que... porquê? ― Ela ajoelhou-se, segurando-o. Assim que o rei desmaiou, os guardas do castelo o carregaram para seu quarto. Vários médicos vieram, um dos bruxos também o examinou. A resposta foi a mesma, o rei havia sido envenenado. ― É mortal? ― Perguntou Elisie alterada. ― O que ele ingeriu não é mortal, causa desmaio, porém a reação foi mais intensa. Ele por acaso já sofreu algum envenenamento antes? ― Ele foi arranhado por um Mermyos. ― a expressão do médico foi o suficiente para fazer Elisie ter mais uma crise de choro. ― Majestade, por favor, acalme-se. Ele sobreviveu ao veneno do Mermyos, é certeza que sobreviverá a esse. Elisie adormeceu ao lado de Alex, estava preocupada, ansiosa. Não podia perder mais um da suas pessoas queridas. ― Desculpe, Alex, realmente, me desculpe. ― Fala como se fosse você quem tentou envenenar-me. ― sussurrou ele abrindo os olhos. ― Eu... Alex, não era você. ― Os olhos do rei arregalaram-se. ― Não, você não. Elisie, você não é covarde a esse ponto. Não acredito em você. Tentar m***r o próprio... isso. ― Ele tornou a desmaiar, Elisie soluçou, abraçando o corpo molenga. As batidas fortes do coração de Alex, despertou a rainha do seu sono conturbado. ― Seu coração bate tão rápido... ― Mesmo acordado, Alex não disse uma única palavra, e ela não se afastou, continuou abraçada ao peito do seu amigo, sentido as batidas aceleradas. ― Desculpe, eu sei que agi m*l. Sei que ultimamente eu só faço agir precipitadamente. ― Conversarei com o rei Hugo, direi que... eu e você precisamos prestar respeito aos deuses no templo das sacerdotisas. E pedirei ainda que fique por mais tempo em Darkeng. ― Ela afastou-se, um pouco mais aflita. ― Você pensa em deixar o reino nas mãos do meu pai? ― É somente por algum tempo... ― Não, deixe sobre as mãos de Ysdora, torne-a uma rainha regente. ― A ideia fez brilhar os olhos de Alex, ele jamais havia pensado em tal coisa. ― Ela aceitará com orgulho. ― respondeu Alex tentando se levantar. *** ― Que absurdo é esse? Majestade, já não basta uma rainha, agora haverá uma rainha regente? ― reclamou um dos ministros, olhando abismado para a rainha e o rei. ― Com a sua licença, sou o rei de Margoth, e parente de vossa majestade, o rei de Darkeng. Vejo que eu seria mais apto para governar durante a ausência de ambos. ― Intrometeu-se Hugo, Elena estava num canto, quieta, era a primeira vez que entrava na sala do trono durante uma reunião. ― Majestade, sabemos muito bem sobre os nossos laços com Margoth. Todavia, se temos no nosso reino uma das concubinas apita para governar, por qual razão não o faríamos? Ou ainda pensa que mulheres são inúteis para administrar? ― Hugo encolheu-se diante da pergunta de Elisie. ― Pois bem! Creio que todos devem estar curiosos para saber quem será a nossa primeira rainha regente. Entre, Ysdora Harvey Leican. A jovem garota, entrou, mantinha a cabeça erguida, porém por dentro tremia de medo. E teve mais medo sendo o alvo dos olhares cheios de ódio. Alex que se mantinha com dificuldade ereto no trono, sorriu para sua concubina e ergueu a mão para ela caminhar até ele. ― Como a minha primeira concubina, a torno rainha, para governar durante a minha ausência e a da minha rainha. ― Majestades, quando partirão? ― Tão logo o meu rei esteja saudável, seguiremos para o templo, implorar por um fim a esse inverno.
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