Capítulo 5 - Narrador
Madeline e Rafael ainda compartilhavam do mesmo céu. Maddie em seus pensamentos que a levavam para sua imaginação fértil, enquanto ele ainda estava sentado na mesma pensando no que acabará de acontecer.
Mesmo em lugares diferentes, ambos tiveram a mesma respiração ofegante desejando um pouco mais daquele momento. Não seria possível que eles romantizaram a noite em suas cabeças.
Madeline ouve um senhor de cabelos grisalhos baixinho - Senhora ? - Seus olhos azuis se abrem e ela retorna a sua realidade. Vira o rosto de encontro ao homem.
- Aqui está sua chave. - Ele estava posicionado em frente ao seu carro segurando o chaveiro de coração.
Maddie segue até ele, pega sua chave e entra no carro indo direto para casa.
Segundos depois, Rafael desce a escadas com pressa, atravessa a enorme porta de vidro e olha para todos os lados do vasto jardim com um longo caminho de pedras que dava para a avenida. Ela já não estava mais lá.
Tarde demais.
E foi a sua vez de entrar no carro e ir direto para sua cobertura no centro. Seu coração, assim como o de Maddie, parecia querer sair pela boca e suas mãos pareciam ter saído de um balde cheio água.
Rafael sofria de ansiedade e se recusava a pedir por ajuda.
Ele demora mais que o previsto para chegar em seu apartamento, abre a porta de madeira e deita no sofá de couro sintético branco mais caro que o dinheiro poderia comprar. A sala de jantar aberta deixava o lugar com um aspecto maior, a cozinha era em frente a sala e de modelo Americana com a divisão era de mármore azul e cadeiras de vidro.
Rafael se encontrava mais uma noite sozinho, ele nunca havia se incomodado com isso, mas diferente de outros dias, hoje isso estava o deixando inquieto. Pega seu celular e procura o primeiro número de sua infinita lista de contatos, a mulher do outro lado da linha atende e confirma presença em sua cama hoje.
Do outro lado do centro, uma mãe cansada e pensativa se encontra cobrindo sua pequena dorminhoca, deposita um beijo em sua testa e segue para seu quarto. Joga suas roupas pelo chão e se afunda na banheira de água quente durante no mínimo uma hora.
- Um bem necessário. - Madeline sussurra.
Algo estava a queimando, e não era a água. Suas bochechas estavam vermelhas e seu pescoço necessitava por algo que ela não conseguia explicar. Os braços estavam cruzados apertando sua cintura e as pernas esticadas. Madeline encosta sua cabeça na ponta da banheira branca enquanto sua mão desce por todo seu corpo. Seus olhos fechados dão a******a para suas aventuras sexuais a noite, mas dessa vez era diferente, ela tinha um único pensamento em um único alguém.
Um gemido abafado sai de seus lábios rosados enquanto ela se estimula, mesmo sentido a quentura embaixo, sua pele estava arrepiada pelo frio externo do banheiro. Maddie se levanta ainda sem terminar, enxuga todo o corpo e nua deita - se na cama com o objetivo de conseguir ter um o*****o naquela noite, ainda que, sozinha.
A convidada de Rafael havia chegado, ele estava a esperando em seu quarto. A morena magra com p****s pontudos e b***a redonda adentra o local, tira seu vestido e se mantém nua sentando com uma perna de cada lado da cintura em cima dele.
Rafael tinha uma mulher incrível sentando e gemendo a sua frente mas sua mente desejava uma antiga mulher, ou melhor, uma antiga garota que ele nunca havia esquecido e nem esqueceria. Não depois de hoje.
- Isso Marina, senta para mim. - Ele geme o nome da morena mesmo sentindo que outro nome deveria sair de sua boca. A garota contorce o pescoço pra trás e continua a fazer movimentos rápido. Rafael põe suas duas mãos na cintura de Marina e a ajuda sentar com mais força.
Maddie
Abro meus olhos com dificuldade, a luz do sol já entrava no quarto e eu usava isso como despertador, me sento rapidamente na cama e isso me deixa tonta. Talvez eu tenha bebido demais, ao menos eu estou em casa e vestida, ponto pra mim. Vou ao banheiro e me olho no espelho. - d***a. - Sussurro descontente com minha aparência. Demoro mais que o normal para me arrumar e vou até o quarto de Amália e ela já está posta de pé e pronta.
- Vamos comer? - Dou dois toques em sua porta e ela me olha emburrada. - Muito tarde?
- Muito. - Ela tem seus dois bracinhos em sua cintura me olhando com seus olhos azuis idênticos aos meus, sua pequena boca rosa estava contraída no maior bico que ela conseguia fazer e seus pezinhos batendo no chão.
- Tudo bem, prometo chegar cedo hoje está bem? - Amália assenti e sorri. - Estou na cozinha te esperando.
- Mamãe, mamãe. - O serzinho mais lindo do mundo corre atrás de mim com um laço nas mãos. Amália tem grande paixão por laços e quanto maior, melhor. - Põe pra mim por favor.
- Claro. - Coloco sua franja para o lado e a prendo no laço vermelho. - Parecendo uma princesa. - Beijo a ponta de seu nariz e me viro para a geladeira.
Deixo Amália na escola e sigo para minha rotina.
Estava sentada em minha cadeira, olhando todo o movimento da empresa, todos andando para lá e para cá com imensas montanhas de papeis nas mãos se equilibrando para não cair. Mas a minha mente estava vagando para algum lugar no passado.
- Eu nunca vou te deixar. - Foi o que ele disse pra mim dias antes de fazer o que prometeu não fazer, ir embora. Eu não entendo por que razão nossas mentes trazem lembranças junto a sensações, ou por que ela insiste em se manter no passado, eu poderia fugir agora mesmo e ainda assim o passado viria atrás de mim. Talvez seja minha culpa por não conseguir superar e muito menos perdoar.
A hora do almoço chega e eu saio me esquivando de todos que tentam falar comigo. Entro no elevador e viro para ver todos parados me olhando, aperto o botão e as portas se fecham. Dentro do carro procuro por algum lugar onde eu possa ficar em paz.
Depois de um longo tempo dirigindo, acho um pequeno restaurante caseiro e aconchegante próximo a uma vila. Desço do carro e entro no local, dentro dele havia mesas de madeira cobertas por um pequeno pano florido, o lugar era todo colorido, coberto por quadros em todas as paredes. Sento-me próximo a janela e logo vem alguém me atender, a moça de cabelos cacheados me entrega o cardápio e me sorri simpática.
- Vocês têm alguma indicação? É a minha primeira vez aqui. - A garota olha para traz e logo abre um enorme sorriso.
- Eu já volto. - Assinto com a cabeça, tiro meu celular da bolsa e vejo se tem alguma mensagem de Estela.
Estela: Aqui está tudo bem, estou indo buscar Amália e levar no Balé.
Maddie: Ok, cuida da minha filha.
Estela: Não esqueça de comer algo.
Maddie: Pode deixar.
Alguns minutos depois a garota põe em minha mesa dois potes um com guacamole e outro com chilli, um prato com totilhas e outro com Pozole.
- Nós temos o melhor chilli da cidade, prove e me diga o que acha. O guacamole é muito gostoso e se você misturar as tortilhas com o guacamole ou com o chilli fica divino. - A menina tem brilho nos olhos a cada palavra.
- Pode deixar, vou comer tudo o que você me trouxe e vou confiar no que disse.
Ela estava certa, os sabores se misturavam em minha boca e ainda assim eu conseguia diferenciar cada ingrediente, era maravilhoso. A chamo depois de comer e agradeço por toda comida.
- Só um momento. - Ela corre para a cozinha e eu olho para o meu relógio, estava bem atrasada.
- É que eu preci...
- Maddie? - Uma voz ecoa o lugar e eu a reconhecia de algum lugar, meus olhos sobem até o rosto e eu levo um grande susto.
- O que a senhora faz aqui? - Digo nervosa.