Soco

676 Palavras
Outro dia Albucacys desceu da moto com o sangue fervendo. Nem esperou o ronco do motor parar, nem perguntou nada. Viu Fagner sentado na moto,ela ainda com a mão no guidão. O bar ali do lado parou, porque o ar pesou.. O som foi desligado, mas ninguém se meteu, sabiam que eram motoqueiros e quando motoqueiros brigavam, ninguém se metia. Partiu pra cima do outro. O soco veio seco, direto, no meio do rosto de Fagner, que caiu da moto com o impacto. Nem quis reagir, porquê Albucacys estava coberto de razão. E ainda no chão, levou um chute forte no abdômen que o fez enrolar o corpo, gemendo. — Se tocar na minha mulher de novo, eu m.ato você — Albucacys rosnou, sentia raiva, muita raiva. Fagner tossiu, cuspiu no chão, tentou se levantar. — Tá virando o quê, Fagner? Hein? — Foi m.al, Albucacys... foi ma.l mesmo... eu só... — Só o quê, porr.a? — Só... sou apaixonado por ela. Silêncio. Fagner encarou Albucacys de baixo, o olho já inchando. — Eu amo ela, cara. Amo de verdade, só isso, mas entendi que ela escolheu você... Albucacys parou, porque entendeu a dor do outro, mas ainda deu mais um chute, porque ele tinha tentado beijar Estela a força. Respirou fundo. — Nunca mais chega perto dela, esqueço quem é você se o fizer e o m@to. Fagner não respondeu. Ficou só quieto. Porque amor... nem sempre vence, mas respeito, no mundo dos MCs era lei. Albucacys voltou pra moto e pilotou. Ainda tinha alguns assuntos pra resolver: documentos do clube, coisas do hospital de Salomão e Callebe — era ele quem cuidava de tudo. Mais tarde, teria uma reunião com o pessoal da máfia brasileira. Era sobre prote.ção, e sobre o novo campo de treinamento, precisavam manter o local seguro...e longe de olhos curiosos. Mas antes, parou na casa de Salomão. Precisava ver Estela e também Corine. João estava na escola — estudava na escola que Augusto Balder montou.. Corine foi a primeira a aparecer. Veio com um sorriso e o abraçou com força, Corine era sua menininha, por isso queria ma.tar Guido Cavallari. — Só passei pra um abraço. Só isso, Corine estou na minha hora... Estela surgiiu, estava de biquíni, com o cabelo molhado, recém-saída do banho da piscina. Albucacys fechou os olhos por um segundo. Respirou fundo. Ela ia abraçá-lo. Albucacys levantou a mão, impediu de leve, sem grosseria. — Coloca uma saída de praia, Estela. O pres tá chegando e ele não pode te pegar colada em mim de biquíni. Estela parou. Não se ofendeu. Virou os olhos, meio rindo, meio contrariada. — Tá bom... Correu, pegou uma camisa que era do pai..jogou por cima e voltou. Abraçou ele com força. — Fica pro almoço? E depois passamos um tempo na piscina... — Não posso, Estelinha. Tenho muito o que fazer. Reuniões. Só passei pra um abraço. Ele beijou de leve a testa dela, queria beijar a boca, mas não era o momento... — Entendi... já vai? — Já.entre.. Eu amo você . Se despediramm. Ia dar partida na moto quando Salomão chegou...Ele ficou parado ...com um sorriso no rosto. __ Fagner está no hospital, parece que quebrou uma costela, não fiquei para ver.. Era o jeito de Salomão dizer que Albucacys tinha feito muito bem em ba.ter no outro. Fagner podia ir na ala médica que tinham no clube, mas provavelmente fugia do encontro com o seu presidente, uma coisa era encontrar Salomão usando jaleco, outra era encontrar o presidente em cima de uma moto e usando o patch como indumetária.. — O detetive chega hoje com os ciganos. Disse que ia fazer umas pesquisas em alguns bancos de dados governamentais. Talvez apareça alguma coisa… Albucacys respirou, não queria saber se tinha mais alguém, ou queria? Talvez tivesse mais algum irmão ou irmã , tias, mas o que queria mesmo era segurança para Corine e para Estela..Além do mais só esperava esse desfecho para para fazer de Estela sua senhora... ia enfrentar o seu presidente, mas era por amor...
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