3. Capitulo – Declaração silenciosa

4027 Palavras
O trânsito as segundas eram lentas e pesadas, e Camile sabia muito bem disso. Eram tantos carros que tinha que esperar o sinal abrir e fechar algumas vezes até conseguir seguir em frente. “Segunda poderia não existir, mas aí teríamos a terça, e caso a terça sumisse seria quarta... Então é melhor deixar como está”. Falou consigo rindo. Brendon tinha saído uma hora mais cedo, assim como fazia diariamente. Ele preferia assim, de modo a evitar congestionamento. Camile começou a cantarolar a música que tocava ao fundo, enquanto tamborilava o volante em acompanhamento. Queria muito se livrar daqueles pensamentos negativos que de nada lhe ajudaria. “Quanto tempo aquela mulher ficaria na cidade até receber um contrato, de preferência para o Alasca”. Ela demorou mais do que o normal para chegar no escritório. A sua assistente já lhe atualizava de tudo que estava acontecendo. Ela lia o pequeno relatório que lhe tinha sido entregue assim que saiu do elevador quando viu a porta da sua sala abrir, e o seu marido entrar, e pela sua cara parecia que as coisas não estavam a ir bem. Ele estava de terno slim, uma das coleções de Farfetch na qual era considerado cheio de estilo e sofisticação, um sapato italiano feito a mão, e uma camisa de algodão com gravata de seda, a personificação de um diretor-executivo. De terno, Brendon transmitia uma aura de poder e autoridade. - Presumo que não tenha vindo para me dar um bom dia. Brendon estendeu-lhe a revista que segurava, entregando para ela. - Vi hoje, na edição. Aquela não era uma revista comum, mas sim que tinha uma grande circulação mundial. Sendo que outras revistas iriam replicar a reportagem. A revista estava dobrada numa página onde tinha uma foto de Brendon e Pamela na praia. Ela leu a legenda, e controlou o enjoo que sentiu. "Pelo jeito a mídia não perdia tempo". Camile colocou a revista em cima da mesinha de centro, caminhando no seu salto alto com passos firmes em direção da sua cadeira. - E, você veio para... minimizar, poupar-me de algum embaraço futuro? Ela o encarou. – Ou é uma explicação? - A verdade. A voz calma dele, as vezes irritava Camile. - De que forma? - Camile. Os músculos da sua mandíbula contraíram-se. Era uma calma que ele não estava a sentir. – Já pedi para os meus advogados resolverem isso. - A discrição é totalmente a sua. Ela olhou para seu computador. Não queria olhar para ele, não ousaria fazer isso. Mas, também não esperava que ele fosse até ela, dando a volta a mesa, e a pegando pela mão. - Deixa eu lembrar-te uma coisa, aquela foto foi tirada há cinco, seis anos. A reportagem não é nada ética, quiseram apenas atingir a nossa relação, uma calúnia total. - Por que você a convidou para desfilar naquele leilão? Camile perguntou por fim, era algo que queria saber desde que tinham lhe mostrado o cronograma final no dia anterior. – E por que você está me dizendo isso? - Eu não a convidei. Ele respondeu, se afastando um pouco. – Ela se autoconvidou. - Então, vem conversando com ela há algum tempo... - Não. Ele respirou fundo. – Fiquei sabendo que Pamela estava pela cidade dois dias antes dela me procurar aqui no prédio, e sabendo do leilão quis contribuir. Então aceitei que ela desfilasse. - E pretendia me comunicar? - E porque sinto que você está querendo discutir comigo? - Eu sou a responsável pela fundação, tudo e qualquer coisa que for relacionado a ela, tem que passar pelas minhas mãos. Os olhos dele se contraíram. - Só quero que se a mídia vim atrás de você... -... Que eu minta. “O que estava acontecendo com ela?” Ele perguntou-se no último segundo. - Não se preocupe Brendon, você tem a minha lealdade. Camile respondeu com calma. – Mesmo que aparentemente eu não tenha a sua. - Você não tem motivos para duvidar de mim. - Obrigada por trazer a reportagem. O clima estava péssimo entre eles. Brendon sentia isso, e Camile esta incomodada com a aproximação de Pamela não lhe deixava feliz. E, o sinal de que ela queria que ele fosse embora foi quando o celular dela avisou que uma mensagem tinha chegado, e Camile praguejou algo como se quisesse ler a mensagem, mas não com ele ali. Brendon respirou fundo antes de ir em direção a porta. Havia algumas coisas que ele precisava esclarecer-lhe. Ainda demorou alguns segundos para que de fato ela lesse a mensagem, de um número que ela não conhecia. “Linda foto, não é? Adorei a legenda que eles colocaram embaixo”. - 9xxx23xxx. De quem é esse número? Ela se perguntou em voz audível só para si. “De quem? Quem mais enviaria uma mensagem assim?!”. Camile não se deixaria levar pela provocação. Assim como 2 + 2 era 4. Se era uma batalha que aquela loira queria, ela estaria pronta para o que viesse. Deixando de lado os pormenores daquela manhã, Camile tinha uma reunião mais tarde com a sua equipe para o próximo evento. Brendon se faria presente, ele agia ao lado dela, assim como ela. Fora a função dos dois na Empresa da família. A BC&D Empreendimentos, era responsável por grande parte dos movimentos relacionados ao mercado de produtos médicos. O seu esposo era um ótimo administrador, sendo posto a prova quando o irmão mais velho abriu mão do cargo máximo dando a Brendon a capacidade de mostrar a que veio. E os três primeiros trimestres consecutivos fora um sucesso financeiro na qual aumentou a confiança dos acionistas. Logo após a reunião, ela iria ter um café com um dos responsáveis pela área de produção, enquanto Brendon voltaria para a Empresa de modo a finalizar mais alguns trâmites. Os dois se encontrariam depois em casa para o jantar. E as conjeturas vinham na sua mente enquanto dirigia de volta para casa. A BMW do seu esposo já estava na vaga de costume, parando então ao seu lado. Entrando em casa, passou pela cozinha, onde encontrou Maria preparando o jantar. - Maria, tudo bem? Sendo recebida com um sorriso, por ela. - Tudo sim. Ela enxugou as suas mãos no avental. – Chegou uma encomenda para a senhora, coloquei na sua mesa. - Ah, obrigada. Camile sentiu o agradável cheiro vindo das panelas. – E o que teremos hoje? - Ensopado de cordeiro com molho de vinho. - Humm... - Pão de alho e uma saladinha para acompanhar. Camile agradeceu-lhe, em seguida, indo para as escadas. No banho, ela ficou a pensar como Pamela tinha conseguindo o seu número. E, se ela tinha o seu número, com certeza teria a de Brendon. Indo até o seu guarda-roupa, escolheu uma calça térmica para aquela noite fria, com uma blusa de cetim. Saindo do seu quarto, e passando pelo quarto de Brendon encostou-se a porta afim de tentar ouvir algo. Sendo pega de surpresa quando a porta se abriu e o seu marido a olhava curioso, apenas de calça moletom e torso nu. Precisou apenas de uma olhada, a masculinidade exalando nele, os músculos relaxados, poderoso, viril e perigoso. Era a definição que ela tinha dele. E... fechou os olhos. Abriu os olhos, e o fechou rapidamente. Como quem querendo que ele desaparecesse num passe de mágica. Mas, ele continuava ali avaliando de forma séria o que estava a acontecer. - Está tudo bem com você? Brendon perguntou com naturalidade. - Sim, eu passava e... - ... Quer entrar? “Hum, talvez não fosse uma ótima ideia”. E, ele agia tão tranquilamente que chegava a irritá-la. Camile olhou novamente para o torso nu do seu esposo, uma pequena pelugem cobria o seu corpo. Uma vontade de tocar no seu peito. Brendon se aproximou dela, fazendo Camile prender a respiração. - Não acha que está na hora de tentarmos algo... Ele sussurrou, tocando no rosto dela, levando uma mecha para atrás da sua orelha. – Nos damos tão bem, e você é tão linda. A voz dele era baixa, como se estivesse e******o. E, a certeza disso, era o volume que se formava na parte mais baixa da sua cintura. - Acho que não. Ela respondeu, tentando recuar, mas sentindo as suas costas se chocarem na parede atrás de si. E, só naquele momento Camile percebeu que tentava manter distância da aproximação dele, ao sentir a parede do outro lado do quarto. - Com medo, Cara mia? Ela levantou o queixo e o encarou. Ele olhava para a boca dela. Camile engoliu em seco, o que queria dizer. Os olhos castanhos esverdeados do seu marido, estavam escuros como a noite. Ele parecia tão s****l que ela poderia facilmente ceder aos avanços dele. Brendon continuou a observá-la com atenção. Nariz arrebitado, e uma boca sensualmente curvada. - Quando foi a última vez que a beijei de verdade? Ele perguntou, e o que viu antes dos seus lábios esmagarem os dela, foram os expressivos olhos verdes se arregalarem de espanto. Ela sabia que Brendon se referia ao fato de que só se beijavam e rapidamente na frente das câmeras. E, que nunca tinham trocado caricias como a que ocorria naquele momento mesmo depois de um ano. Camile teve de se apoiar nos ombros dele para não cair, pois os seus pés m*l tocavam o chão. Então, para o seu próprio espanto, deixou escapar um gemido. O seu coração acelerado parecia bater no mesmo ritmo frenético que ele. Não teve como ela se afastar daquele apelo sensual, tão másculo do homem que estava se tornando cada vez mais presente nos seus pensamentos mais íntimos. Ele se afastou um pouco, mas somente para ter certeza que aquele desejo estava tão evidente no semblante dela quanto no dele. Camile o olhava ainda ofegante, com os braços envolta do seu pescoço. Ela não reclamou quando o seu esposo insinuou a língua por entre os seus lábios, e começou a explorar a sua boca. As mãos deles apertaram as suas costas, acariciando-os de uma forma que aquecia os seus corpos. E, só se afastaram quando ouviram o sino que Maria usava para avisar de que o jantar estava pronto. Entretanto, Brendon se moveu tão devagar que foi quase como se não quisesse fazê-lo. Camile tentou se recompor, olhando para baixo e vendo o enorme volume entre as pernas de Brendon, o que deixou a sua face totalmente corada. “Seria tão fácil tomá-la ali mesmo no corredor”. Era o pensamento de Brendon afim de saciar a fome que sentia pela energia sensual de Camile. De fato, ele sabia que tinha que ser mais cauteloso, pois uma atitude mais ousada acabaria assustando-a. Entretanto, ele precisava de uns minutos para que o seu sangue deixasse de circular numa área que não precisava. - Vamos jantar? Disse a ela. - Jantar? Repetiu Camile, como se não estivesse ali. - Sim, jantar. Maria disse que ia preparar ensopado de cordeiro, seu favorito. - Favorito? Ela balançou a cabeça, precisava com urgência organizar os seus pensamentos. – Ah, sim, claro. Ela caminhou em direção as escadas, virando-se para Brendon que ainda permanecia parado. – Você não vem? - Sim. Um sorriso relutante curvou os lábios dele. – Vá à frente, já chego lá. Ela desceu as escadas, indo direto para a sala de jantar onde Maria terminava de colocar o restante das coisas. - Desculpa a demora Maria. - Tudo bem Sra. E Brendon não demorou a aparecer, ele usava uma calça jeans e uma camiseta polo, e mesmo vestido, ainda oferecia perigo. Havia algo nele que era praticamente impossível resistir. - Obrigado Maria. Ele agradeceu quando a copeira serviu-lhe uma taça de vinho, assim como depois para Camile. – Pode se retirar Maria. - Sim sr. Ela olhou para Camile. – Boa noite. - Boa noite. Aquilo foi uma surpresa desarmou toda a situação que Camile tinha desenhado na sua cabeça. - Você queria me falar alguma coisa? Ele perguntou, se servindo com a salada e passando-lhe a travessa. - Você quer dizer, antes de você me agarrar no corredor? O elemento surpresa, desarmou a situação temporariamente. Ele a encarou, bebendo um pouco do vinho. - Antes ou depois do jantar? - Antes. - Pamela. Ele adivinhou, colocando a sua taça de lado. - Como adivinhou? A voz dela era de um tom cínico. - Já percebi que ela tem o dom de tirar-lhe do sério. - Isso não é nada que eu possa controlar, exceto caso tenha cometido algo grave. - Tipo? Ele parecia pensativo. – Você acha que ela não vai vacilar? Brendon sabia que deveria ir direto ao assunto. - Ela tem o número do seu celular? Camile perguntou por fim. - Eu não dei. Respondeu, apertando os olhos. - Você não respondeu a minha pergunta. Sentindo seu estomago arder. “Maldita azia”. - Sim, ela tem. - Ela entrou em contato com você? - Por mensagem de texto. Ele não desviava o olhar em nenhum minuto. – Mas, não visualizei ou respondi. - E pretende responder? - Não. “Será que poderia acreditar? Ela tinha escolha?” Tirada dos seus pensamentos, ao sentir a mão dele lhe puxar para ficar de pé. - Algo mais? Ele perguntou. - Não neste momento. Ele envolveu o rosto dela com as mãos. - É isso? Ela deseja dizer algo mais, mas desistiu. - Por enquanto. - Então, vamos comer, certo? Ele sorria de forma terna para ela. – E conversar tranquilamente. “Como se não houvesse um fantasma chamado Pamela? Ah sim, vamos”. Pensou por um segundo. - Concordo. E aquilo fez bem para ambos, a comida estava excelente, e o vinho tinto que tomaram durante a refeição também. Brendon retirou a mesa, ligou a cafeteira enquanto Camile cuidava da louça. - Irei tomar o meu café no escritório, se não for incomodo. Ela queria ver alguns e-mails pessoais, sua agenda, antes de ir para a cama. Tinha lembrado do embrulho que Maria disse estar na sua mesa. - Tudo bem, vou dormir. Brendon respondeu, colocando a sua xícara na pia. – Amanhã bem cedo tenho uma reunião. - Bom descanso. Ele queria ir até ela, dar-lhe outro beijo como o de antes, e quem sabe levá-la para cama. Mas, recuou. Indo em direção das escadas. No seu escritório, Camile tinha recebido uma ligação inesperada da sua amiga Lisandra, onde as duas conversaram por alguns minutos e com ela falando do beijo que trocara com Brendon. “Você está me dizendo que vocês dois trocaram um beijo na qual você classificou como um beijo dado por um deus saído diretamente do sonho de toda mulher e estar a perder seu tempo comigo, em vez de estar a gemer de prazer nos braços desse deus?”. Ela ria consigo ao lembrar do que a sua amiga dizia. Mas, como explicar que nunca tinha passado disso, que nunca tinha ido para cama com um homem? Não tinha sido seu primeiro beijo, tirando a vez que no colegial quando fora beijada e o rapaz com quem estava, tinha se resfriado e ignorando isso, acabou ficando resfriada também. E os beijos castos que trocava com ele nos eventos, nunca tinha chegado naquele ponto. Pensando no beijo, sentiu aquele calor anteriormente se espalhando pelo seu corpo... respirando fundo, foi ao banheiro. Saindo do banho, olhou para o relógio, ainda não era nem dez da noite. Eles tinham o habito de jantar assim que chegavam, e se ocupavam com alguma coisa até a hora de dormir, mas ela não estava com sono ainda. Havia conversado com Lisandra e até esquecido o pacote na sua mesa, depois com calma olharia. Até que ouviu o familiar e agradável som do sax, ele ainda estava acordado. “O que aconteceria se eu batesse a porta dele e pedisse para ouvir mais de perto?” se perguntou, mastigando o pedaço de unha que tinha quebrado, precisava de uma lixa de unha agora. Compenetrado nos seus pensamentos, ele tocava com maestria seu sax. Quando ouviu batidas na sua porta. Colocando o seu instrumento de lado, Brendon caminhou até a porta. E o motivo na qual o levava a tocar daquela forma estava na sua porta, usando uma camisola preta manga ¾ com renda acima dos joelhos e uma camisa social aberta. - Te acordei? Ele perguntou, levantando uma das sobrancelhas de forma curiosa. Camile olhava para ele, parecia sem jeito. Afinal de contas ela não esperava que ele fosse abrir a porta usando apenas um short para dormir de seda. Os cabelos negros estavam bagunçados, e o rosto com uma expressão de perigo. Os olhos castanhos esverdeados estavam fixos nela. - Não, não me acordou. - Quer entrar? Ele perguntou, abrindo a porta e dando espaço para ela passar. Brendon era um homem vigorosamente atraente nos seus trinta anos. - Só queria ouvir você tocando. - Camarote? Perguntou de forma divertida, fechando a porta logo após ela passar. Camile caminhava até a poltrona que tinha no quarto dele. Dando visão das suas curvas total a ele. Ela ia falar algo, mas limpou a garganta ao notar o brilho de sedução nos olhos do seu esposo. - Terá de parar com isso. Ela conseguiu falar, se sentindo sem graça. - Com o que? - De fazer-me sentir como se eu estivesse nua. Ele arqueou uma sobrancelha, indo até ela. - É errado desejar a minha mulher? Brendon segurou-lhe o pulso, antes que ela pudesse se afastar dele. - Ainda estou nua? - Você quer estar? Camile reconheceu os sinais, as batidas aceleradas do seu coração, o insistente calor pelo corpo acumulando-se deliciosamente entre as suas pernas. - Não exatamente. Respondeu ela, sentindo a pulsação acelerada. - Está querendo me provocar? Brendon estreitou o olhar, se aproximando perigosamente e beijou-a nos lábios. - Eu... Sem dar ouvidos ao que ela queria dizer, Brendon se inclinou mais uma vez e a beijou nos lábios. Ele capturou o lábio inferior de Camile delicadamente entre os dentes, a provocando com sensualidade. Queria tê-la para si. Algo que nem mesmo ele esperava sentir. - Quero você, Camile. Disse, com a voz rouca. Roçando os lábios sobre a curva sensível do pescoço delicado, acrescentou. – Gosto do sabor da sua pele... “Quem eu queria enganar? Ouvi-lo mais de perto?” A provocação mais cedo com o beijo apenas estava a alimentar o desejo entre eles. - Não! Aquela era última coisa que esperava dizer. Principalmente com as mãos de Brendon passeando por seu corpo, a levando a desejar ir além. – Não, espere... O seu marido a olhou com os olhos enevoados de desejo, ofegante, ainda segurando a sua cintura. - Por quê? Perguntou com a voz entrecortada. - Eu... Camile se atrapalhou com um gemido que surgiu dos seus lábios, ao sentir a mão dele acariciar um dos seus s***s. - Eu te quero. Sussurrou ele, junto ao ouvido dela. – Sei que você me quer... Camile suspirou. Brendon estava muito perto, observando as feições do rosto do seu marido. Tão bonito, perto demais. Ele afastou-se, dando um passo para trás, parecendo recobrar o controle. - Você pode ir, prometo tocar para você em outra ocasião. Ela ainda estava tremula, excitada. “Há quanto tempo ele esperava por isso ou ela em segredo esperava que os dois pelo menos compartilhassem a cama, mesmo que não houvesse amor entre eles?” Ela se perguntava enquanto ia para a porta, e ele continuava imóvel próximo a cama. “Atração havia, isso não tinha como negar. Será que dava para ocorrer assim dessa forma? Ir para cama com ele, sem machucar o seu coração por ele não a amar?”. “Pelo menos ele não procuraria Pamela, pois teria em casa o que supostamente poderia ter com ela lá fora?” Ela era muito ciente da i********e que dividiam, quando ela podia agora se entregar para ele totalmente, e nada mais importar. - Quer me tocar Brendon? Camile ainda de costas próximo à porta, perguntou com a voz tremula. E o seu coração acelerou de uma forma inesperada ao sentir o corpo do seu esposo atrás de si. - Quero que me toque Camile. Um arrepio tomou conta do seu corpo ao ouvir a voz baixa e sexy de Brendon, tão próxima a seu ouvido. Ela se virou, olhando para ele timidamente. - Você sabe que eu não... -... Quero que relaxe, e confie em mim. Fitando-a nos olhos. – Você confia? - Confio. Ela gemeu quando Brendon tocou com a ponta dos dedos a alça da sua camisola, deixando cair de lado. E, a boca dele foi direto aonde tocava com o dedo, mordiscando com cuidado subindo pelo pescoço, indo até o seu queixo, deixando-a sedenta por um beijo. Era uma sedução, quente e sensual. - Me beije. - Vou beijar. Respondeu, roçando com a ponta da língua o canto da sua boca. Brendon conseguia fazê-la perder o juízo, esquecer tudo a sua volta. Tudo. As mãos dela foram para seu torso nu. Eram tímidas, e curiosas simultaneamente. O cheiro que exalava do corpo dele, aquele perfume másculo, o toque sensual do seu marido, o calor, a paixão. Ela perdeu o fôlego quando a suas bocas se tocaram num beijo capaz de fazê-la perder o sentido. Porque era isso que aquele beijo lhe causava agora. Deu um grito quando ele a levantou nos braços de repente. Via o reflexo dos dois no espelho do quarto. Uma visão perfeita. Excitante. E, só agora naquele momento percebeu que ambos estavam completamente nus. Era tão inebriante o contato dos seus corpos que esquecia totalmente o que estava a ocorrer ali. Camile gemia a cada gesto, observava os movimentos das mãos de Brendon indo até os seus s***s, a sua boca explorando cada parte do seu corpo, quando ele a deitou na cama. A cama dele, com o cheiro dele. Era um doce tortura que ocorria ali, e quando achou que a deliciosa tortura tinha sido suficiente, sentiu a sua boca descer pelo seu corpo indo até a sua parte mais íntima, com a suas mãos abrindo as suas pernas e apertando, mordiscando, lambendo. Era como o seu doce favorito. Foi quando ele voltou a beijá-la, insinuando a língua entre os seus lábios. Ela enlouquecia-o, e Brendon pretendia revidar aquilo até o último instante. - Brendon, por favor... Enquanto a beijava a mão dele ia para cima e para baixo, sentindo a umidade entre as suas pernas. - Diga que quer mais... -...Oh! ... Eu quero mais, mais... Camile sentia a sua vista embaraçada pelo desejo, conseguindo falar com um gemido ofegante. Naquele momento, Camile notou que o brilho do desejo nos olhos dele se tornaram quase selvagem. E, percebeu ser realmente isso que queria. No momento em que ambos finalmente se uniram num abraço intimo, durante o qual Brendon a possuiu por completo, o orgasmo não demorou a chegar. O ritmo, o movimento dos seus corpos nus foi se tornando cada mais vez intenso, até Camile arquear o corpo num espasmo mais prolongado. Seduzido pelo prazer de vê-la sentir prazer, Brendon se sentiu livre para se entregar, e quando o seu orgasmo veio, o prazer o atingiu como uma tempestade e logo depois a calmaria. Nada disseram. Os dois permaneceram deitados naquele abraço intimo por um longo tempo, até que adormeceram. Alguns minutos depois, ela acordou, sentando-se na cama, passou as mãos pelos cabelos totalmente desalinhados. Olhou para o homem que dormia profundamente ao seu lado, ele respirava fundo. Quando acordou, sabia que não deveria se importar com o fato de Brendon não lhe ter dito nada. Sabia disso. Nada de palavras de carinho ou atitudes que pudessem os unir. Ela tinha perdido o controle, e pelo jeito seu coração. - Você pensa demais... Ele sussurrou, sonolento. Brendon a puxou para junto de si, num abraço carinhoso. Com ele, acariciando as suas costas. Em poucos minutos, ela adormeceu e nem sentiu o leve beijo que ele lhe dera na testa. Também não percebeu que ele ainda ficou acordado um bom tempo.
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