Nunca achei que meu sangue serviria como isca. Mas ali estava eu, caída no chão frio do quarto, com o vestido manchado de vermelho e os olhos ardendo. As mãos tremiam, ainda segurando a lamina fina e ensanguentada. Fiz isso. Sozinha. Sem arrependimento. Era a única forma de chamar um médico sem levantar suspeitas. O plano era simples: sangrar o bastante para que Marlon, sempre tão diligente, viesse correndo. Quando o capitão da guarda entrasse junto, distraído... Eu pegaria as chaves. Mas não fui rápida o suficiente. Subjugada. Humilhada. Zephyr apareceu no quarto como uma tempestade. Não sei como ele soube. Talvez tenha corrido instintivamente. Estava pálido, ofegante, os olhos varrendo a cena: o médico amarrado, meus pulsos sangrando. Ele gritou, exigindo saber como aquilo havia aconte

