Capítulo 2: O Encontro Inesperado

1420 Palavras
Capítulo 2: O Encontro Inesperado Era uma sexta-feira à noite, e a lanchonete estava mais cheia do que o habitual. Clara, já exausta, m*l conseguia manter o ritmo enquanto equilibrava bandejas e anotava pedidos. — Mesa sete, Clara! — gritou o Sr. Augusto da cozinha. — Um cliente novo, parece exigente. Capriche no atendimento. Clara revirou os olhos, respirando fundo para manter a compostura. Pegou o bloco de notas e foi até a mesa indicada. Sentado sozinho, havia um homem de terno impecável, de aparência marcante. Seu cabelo escuro estava perfeitamente penteado, e os olhos dele, intensos e atentos, pareciam examinar cada detalhe ao redor. — Boa noite, senhor. — Clara sorriu profissionalmente, segurando o cansaço na voz. — O que vai querer? Ele ergueu o olhar, e por um breve momento, Clara sentiu algo estranho, como se aqueles olhos penetrantes pudessem enxergar além da sua fachada. — Boa noite. — A voz dele era grave e educada. — Estou indeciso. O que você recomenda? Clara arqueou uma sobrancelha. Clientes indecisos eram sempre os mais complicados, mas algo nele a deixava intrigada. — Bom, depende. Está com fome ou só quer matar o tempo? Ele sorriu, surpreso pela resposta espontânea. — Acho que um pouco dos dois. Clara soltou um pequeno riso. — Então recomendo o sanduíche da casa. É rápido e não vai te deixar decepcionado. — Vou confiar na sua sugestão. — Ele fechou o cardápio e o entregou a ela. Clara fez a anotação e estava prestes a sair quando ele falou novamente: — Trabalha aqui há muito tempo? Ela parou por um segundo, surpresa pela pergunta. — Não tem um ano. Mas é o suficiente para conhecer todo tipo de cliente. — E qual tipo eu sou? — Ele parecia genuinamente curioso, mas o tom tinha um leve toque de brincadeira. Clara o encarou, como se o analisasse. — Alguém que não costuma vir a lugares como este. Ele deu um sorriso discreto, balançando a cabeça. — Acertou. Ela não quis prolongar a conversa, sentindo-se desconfortável com o olhar intenso dele, e voltou para a cozinha. A interação que a intriga Enquanto preparava a bebida para o pedido, Clara não conseguia tirar o cliente da cabeça. Ele parecia deslocado ali, com aquele terno caro e a postura confiante. Era diferente de qualquer outra pessoa que já tinha atendido. Quando voltou à mesa com o pedido, ele agradeceu com um leve aceno de cabeça. — Então, você é boa em recomendações. Vamos ver se o mesmo vale para o gosto. — Ele deu uma mordida no sanduíche e fez uma pausa. — Confesso que estou impressionado. Clara sorriu, cruzando os braços por um momento. — Talvez eu devesse pedir uma comissão por cada cliente satisfeito. Ele riu, e por um momento o ambiente ruidoso da lanchonete pareceu se dissipar. Mas Clara logo se lembrou de onde estava. — Se precisar de mais alguma coisa, só chamar. — E se afastou. A revelação silenciosa Rafael ficou observando Clara enquanto ela atendia outras mesas. Sua postura confiante, a maneira como se movia apesar do cansaço evidente, e aquele brilho de determinação nos olhos... havia algo nela que o intrigava profundamente. Ele havia decidido parar ali por acaso, um momento raro de descontração após um dia exaustivo no escritório. Não fazia ideia de que encontraria alguém como Clara. Enquanto terminava o sanduíche, ele pegou o celular para verificar e-mails. Na tela, havia uma notificação do concurso publicitário que sua empresa estava promovendo. Sem saber, ele estava prestes a se conectar ainda mais à jovem garçonete que acabara de conhecer. Rafael permaneceu sentado, observando o ambiente ao seu redor. A lanchonete tinha um charme simples, mas aconchegante, o tipo de lugar que ele raramente frequentava. Para ele, os dias eram preenchidos por reuniões intermináveis, estratégias agressivas e a busca constante por resultados. Era curioso como algo tão corriqueiro, como sentar-se em uma lanchonete comum, podia trazer uma sensação de leveza. E então, havia ela. A garçonete — Clara, como ele viu no crachá preso ao avental — era diferente. Não apenas pela maneira eficiente de lidar com o caos ao redor, mas pela energia que transmitia, mesmo carregando visivelmente o peso do cansaço. Ele a viu se esforçando para limpar uma mesa enquanto carregava uma bandeja cheia. Um cliente impaciente esbarrou nela sem sequer pedir desculpas, mas Clara apenas respirou fundo, mantendo a calma. Rafael se pegou admirando a resiliência dela, algo que ele sabia reconhecer. Quando ela voltou à sua mesa para recolher o prato vazio, ele decidiu puxar mais conversa. — Obrigado pela recomendação Clara. Você estava certa, foi uma boa escolha. Clara deu um leve sorriso, recolhendo o prato. — Fico feliz que tenha gostado. Se precisar de mais alguma coisa, posso trazer. Mas como sabe meu nome? Ele abriu um sorriso enorme e malicioso que a afetou de tal maneira que ela corou na hora. - Eu sei ler crachás e a propósito eu me chamo Rafael. Ela ficou ainda mais vermelha e muito envergonhada. Ele a observou por um momento, avaliando a oportunidade de saber mais sobre ela. — Esse é o seu único trabalho ou você divide seu tempo com outra coisa? Clara hesitou. Por que ele queria saber tanto? — Estudo publicidade na universidade pela manhã. Isso aqui é para pagar as contas... e outras coisas. Rafael ergueu as sobrancelhas, surpreso. — Publicidade? Interessante. É uma área que precisa de muita criatividade. — E paciência — ela respondeu rapidamente, com um pequeno sorriso. — Os trabalhos acadêmicos nem sempre respeitam o tempo que a gente tem. Rafael riu, genuinamente impressionado com a sinceridade dela. — Você gosta do que faz? Clara parou por um segundo, olhando para ele. — Gosto. É a única coisa que faço por mim. A resposta a atingiu de forma inesperada. Ele reconhecia o tom na voz dela, aquele equilíbrio entre paixão e sacrifício. Era algo com o qual ele se identificava. Visão dele Enquanto Clara se afastava para atender outra mesa, Rafael sentiu-se intrigado como há muito não ficava com alguém. Não era apenas a conversa ou a aparência dela. Era a forma como ela parecia carregar o mundo nos ombros, mas ainda assim encontrava espaço para sorrir. Ele pegou o celular novamente, vendo a lista dos finalistas do concurso publicitário da sua empresa. O nome "Clara Alves" estava no topo, seguido por uma pequena descrição de suas conquistas acadêmicas. “Clara Alves…” O nome parecia familiar, mas ele não conectou os pontos. Ele supôs que fosse apenas coincidência. Quando o movimento diminuiu um pouco, Clara parou ao balcão para descansar por um minuto, massageando as têmporas. Rafael aproveitou o momento para se aproximar. — Parece que a noite está puxada. Ela se virou, surpresa ao vê-lo parado ali. — Sempre é. Mas nada que um dia seguinte não conserte. Ele deu um sorriso. — Você trabalha duro. É admirável. Clara riu, incrédula. — Duvido que tenha algo de admirável em servir mesas e limpar pratos. — Não é o trabalho em si — ele respondeu calmamente. — É a dedicação. Nem todo mundo tem. Ela o encarou por um instante, sem saber o que responder. Rafael tinha uma maneira de falar que fazia parecer que ele entendia mais do que dizia, mas, ao mesmo tempo, não era invasivo. — Bom, é o que dá pra fazer, né? A vida não espera a gente se organizar. — Às vezes, a vida nos empurra para o lugar certo, mesmo que não pareça na hora. — Ele a observou atentamente. — Talvez o seu esforço agora abra portas que você nem imagina. Clara sentiu um estranho calor no peito com aquelas palavras. — Tomara que esteja certo. Antes que ela pudesse dizer algo mais, um cliente chamou por ela, e Clara teve que voltar ao trabalho. Rafael sai da lanchonete Ao sair, Rafael deu uma última olhada para Clara, que corria entre as mesas. Ele não sabia por que aquela jovem o intrigava tanto. Talvez fosse o contraste entre a simplicidade dela e a complexidade do mundo em que ele vivia. No entanto, ele sabia que queria vê-la de novo. Enquanto caminhava pela calçada em direção ao carro, ele pensou no concurso publicitário. Seria interessante conhecer os candidatos pessoalmente, sem a formalidade de títulos ou hierarquias. “Clara Alves”, ele pensou mais uma vez, sem perceber que a conexão já estava sendo feita. PRA ME AJUDAR: COMENTE MUITO VOTE NO BILHETE LUNAR SIGA MEU PERFIL DREAME INSTA: CRISFER_AUTORA
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