Capitulo 47

2124 Palavras
— Você tem razão. — disse tristemente. Alguns minutos depois saiu de casa junto com Joshua, se despediram no estacionamento e ela foi buscar David. ¨¨¨¨ Ao chegar lá o pequeno já a esperava, dessa vez com Tomás que parecia conversar com ele animadamente. — MAMÃE! — o pequeno correu até ela. — Ei meu amor! — ela o pegou no colo e foi caminhando até Tomás. — Demorei? — Não, hoje você chegou na hora certa. — ele disse e a mãe lhe encheu de beijinhos. — Ah que bom meu bem! — ela sorriu. — Oi Tomás! — Oi Any. — ele sorriu e lhe deu um beijo no rosto. — Estava aqui conversando com esse garotão. — Espero que ele não tenha te dado muito trabalho. — Any disse sem jeito. — Não, eu gosto de conversar com ele. — ele sorriu para David. — É um garotinho muito esperto e inteligente. — Obrigada. — Mamãe, o bichinho ferrou você! — David disse, espantado. — Aonde meu filho? — ela perguntou preocupada. — Aqui no seu pescoço, tá roxo! — ele arregalou os olhinhos. Tomás prendeu o riso ao ver que se tratava de um chupão. Any não sabia onde enfiar a cara. — David... — Any disse entredentes, enquanto encarava Tomás sem jeito. Sabia que o menino não entendia nada, mas estava lhe deixando sem graça. — Tá doendo? — perguntou, apertando a marca roxa. — Não meu amor. — pegou a mãozinha dele e deu um beijo, o colocando no chão. — Não se preocupe com isso ok? — Tá bom, onde tá o meu papai? — olhando ao redor, e franzindo as sobrancelhas, enquanto procurava Josh. — Ele teve que ir trabalhar. — Any explicou e David fez um bico. — Mas ele ficou em casa dormindo! — disse confuso. — Eu pensei que ele viria me buscar e brincar comigo. — Oh meu bem. — ela se agachou. — Eu sinto muito, mas ele teve que ir. — tocou os cabelinhos alourados do pequeno. — Mas a mamãe tá aqui, não vale? — Vale. — ele balançou a cabecinha em afirmação. — Mas eu queria o papai. Any suspirou e Tomás cruzou os braços observando. Dava de ver que o pai de David não era um exemplo no quesito paternidade e também dava para notar a carência que o pequeno sentia pela figura paterna. — Não fique assim meu bem. — a mãe o pegou no colo. — Vamos almoçar juntos e depois podemos visitar a titia Miranda, o que você acha? — Tá bom, mas só se o tio Tomás almoçar comigo. — ele coçou o olhinho. Any olhou Tomás e o homem sorriu pra ela, também assustado com o pedido da criança. — Mas o Tomás deve ter coisas para fazer meu bem. — Any explicou. — Não tem não, ele disse que ia almoçar assim que você chegasse. — negou com a cabeça e Any sorriu. — Então ele pode almoçar com a gente, não pode mamãe? — Bem, se ele quiser sim. — Any olhou para Tomás. — Vamos tio Tomás! — David chamou, apoiando a cabecinha no ombro da mãe. — Vamos sim pequeno. — Tomás sorriu, sem resistir a carinha da criança. — Só preciso ir avisar que já estou saindo, me aguardem um instante ok? Os dois assentiram e Tomás se retirou. — Mamãe, você e o papai são namorados não são? — o pequeno perguntou enquanto enrolava o dedo no cabelo. — Somos sim meu bem. — ela sorriu, e arrumou os óculos. — Por quê? — Porque se você não fosse namorada do papai, eu queria que o tio Tomás fosse seu namorado. — ele disse inocentemente. Any arregalou os olhos. — Meu filho, não diga besteiras. — ela disse sem graça, imaginando o mico que pagaria se Tomás estivesse presente. — Não diga mais isso, ok? — beijou os cabelinhos dele. — Mas por quê? — Porque não. Alguns minutos depois Tomás regressa e vão juntos a um restaurante ali por perto do colégio de David. ¨¨¨¨ — Esse restaurante é ótimo, servem alguns pratos mexicanos. — Tomas comentou enquanto se acomodavam. — Eu nunca comi aqui. — Any disse, pegando o cardápio. — Hm, tacos. — ela fez uma carinha. — Que vontade que me deu. — sorriu. Tomás viu que seu sorriso era encantador e infantil. Dava pra ver que Any era uma mulher extremamente meiga e ele gostava disso. Era uma pena ela já ser comprometida com outro homem, caso contrário, investiria nela sem sombra de duvidas. — Os tacos daqui são os melhores. — ele acenou para o garçom. — Você não vai se arrepender de provar. Any sorriu. — Você faz o que na escola Tomás? Professor eu sei que você não é. — Na verdade eu sou professor sim. — ele coçou a nuca e Any ficou confusa. — Mas não das crianças, eu sou professor universitário. — Mas você é tão novo. — ela sorriu estonteante. — Sim, mas eu me formei muito cedo e meu foco sempre foi lecionar. — ele deu de ombros. — Por isso já dei um tiro certeiro. — E o que você leciona? — Letras. — o garçom se aproximou e eles fizeram os pedidos. — Mas respondendo a sua pergunta. — ele continuou depois que o garçom saiu. — Eu estou tomando conta da direção da escola, a minha irmã é a diretora, mas como ela estava viajando, eu estava no lugar dela, vou ficar mais essa semana e na próxima ela voltará a ocupar o cargo. — Sua irmã também seguiu o rumo da educação? — Any franziu a sobrancelha. — Que legal. — Pois é, quando nossos pais compraram a escola nós nos familiarizamos com esse ambiente, e eu me apaixonei, vi que era o que eu queria fazer por toda a minha vida. — Seus pais são os donos da escola? — Sim, agora só minha mãe, meu pai morreu quando eu tinha quinze anos. — ele suspirou. — Eu sinto muito. — Any franziu a sobrancelha. — Os meus pais também morreram, eu sei a dor que é perder as pessoas que amamos. Tomás sorriu de leve. — Meus alunos são uma parte importante de mim. — ele sorriu. — Eles me ajudaram a superar a perca do meu pai. Hoje em dia me sinto muito realizado. Any deu um sorriso triste. — O que houve? — ele perguntou, preocupado. — Eu disse algo de errado? — arregalou os olhos. — Oh não! — Any disse, de forma rápida. — Não é isso, é que eu estava pensando em como eu também queria me formar. — mordeu o lábio. O garçom chegou com os pedidos e Tomás a olhou de maneira confusa. Quando o garçom saiu ele perguntou: — E por que você não se forma? — Eu não teria tempo. — ela suspirou entristecida. — E também, o meu marido não concorda, diz que eu não preciso estudar. — ela pegou o prato do filho e começou a cortar o filé do pequeno, que estava entretido com sua musiquinha. Tomás negou com a cabeça, que homem mais egoísta. — Any, se você quiser estudar não pode permitir que ninguém interfira na sua vontade, nem mesmo seu marido. — Mesmo assim Tomás, como eu estudaria? — ela suspirou. — Eu tenho um filho pequeno, que precisa de mim. — Mas David estuda pela manhã, você pode estudar nesse horário também. — ele opinou e Any ergueu a sobrancelha, interessada. — A faculdade que eu trabalho tem um turno matutino. — Eu não sabia disso. — ela mordeu o lábio, com um fio de esperança. — Você poderia tentar. — Você acha que eu tenho chances de conseguir? — É claro que sim, no mês que vem vão começar as provas de vestibular para o próximo período. — Eu queria muito. — ela sorriu de forma sonhadora. — O que você gostaria de cursar? — Direito. — sorriu e ofereceu o suco para o filho. — Uma ótima escolha. — ele assentiu satisfeito. — O que é direito, mamãe? — David perguntou. — Um curso que as pessoas fazem pra se tornar advogados. — ela respondeu dando uma garfada. — Você vai ser divogada ? — ele perguntou. — Se Deus quiser, sim. — ela assentiu. No decorrer do almoço Tomás lhe deu diversas informações a respeito do vestibular, disse também que a ajudaria em tudo o que ela precisasse e que lhe daria todo o apoio possível. Any ficou super empolgada e esperançosa. ¨¨¨¨ À noite, Joshua chegou e viu que Any estava sentada no sofá com David no colo, já eram onze da noite, não imaginava que ele ainda estivesse acordado. — Olá. — ele disse colocando as chaves na mesinha de centro e deu um selinho na esposa, que acariciava os cabelinhos do pequeno, que coçava os olhos, com um biquinho de choro. — O que foi filho? — ele perguntou. — Porque ainda está acordado a essa hora? — Ele teve um pesadelo. — Any explicou. — Mas já passou, não é meu bem? — ela se perguntou e ele assentiu. — Eu quero dormir abraçadinho com a mamãe. — ele disse, se aconchegando no colo da mãe. — Daí o bicho papão não vai me pegar. — Dorme então. — Any sorriu. — Não quer mais o Nescau ? — ela perguntou mostrando o copinho com bico.  Ele negou com a cabeça. — Crianças... — Joshua negou com a cabeça e afrouxou a gravata. — Onde você estava a tarde? Liguei pra cá e você não atendeu, e seu celular parece que não existe Any, você vive esquecendo. — rolou os olhos. — Fui visitar minha tia. — ela suspirou. — Papai por que você foi trabalhar? — David perguntou, sonolento. — Porque eu preciso trabalhar David. — ele disse, simples. — Mas eu pensei que você iria ficar comigo. — Eu não disse que ficaria em casa o dia inteiro. — bufou. — Enfim, trate de dormir, que amanhã tem aula. — Mamãe e eu comemos no almoço com o tio Tomás, e foi legal, não é mamãe? — o pequeno bocejou. Joshua encarou a esposa. — Você almoçou com quem? — ele perguntou, fitando-a insatisfeito. — Quem é esse tal de Tomás? — grunhiu. — Meu amigo! — David disse. Any estava com medo do que Joshua diria. — Ah, o professorzinho? — ele debochou. David fez um biquinho, não gostando da forma que Josh falava de Tomás, afinal gostava do homem. — Não ri dele! — o pequeno disse, de forma brava.  Joshua riu alto, deixando David vermelhinho de raiva. — Josh. — Any ergueu a sobrancelha. — Não se troca com ele. Ele só tem três anos e gosta do Tomás. — disse acalmando o pequeno. — Dane-se. — ele rolou os olhos. — E depois a gente vai ter uma conversinha, a respeito de você sair por aí com esse tal de Tomás, ouviu? — ele disse, baixinho. — O tio Tomás é legal. — David voltou a apoiar a cabecinha nos s***s da mãe. — Ele vai fazer a mamãe virar divogada ! — Hã? — Joshua arregalou os olhos. Any engoliu o seco. — Divogada papai! — o pequeno repetiu. — Meu amor, fique quietinho meu filho. — ela pediu, um pouco nervosa enquanto o balançava no colo para que ele tratasse de dormir. — Que história é essa de virar advogada? — Joshua perguntou. — Já disse que eu não permito que você estude! — Podemos conversar sobre isso depois? — ela perguntou. — Ele precisa dormir. — se levantou com o filho. — Então faça com que ele durma de uma vez. — bufou e foi para o quarto. Any foi com David para o quartinho do pequeno, e ficou acariciando os cabelinhos dele, enquanto ele bocejava. — Mamãe, o papai ficou bravo por que eu disse que você vai virar divogada ? — ele perguntou curioso. — Se diz advogada meu amor. — ela corrigiu com um sorriso. — Com A?  A mãe assentiu. — E não, ele não ficou chateado. — ela mentiu dando de ombros. Sabia que cortaria um dobrado para convencer o marido que não tinha nada demais em estudar. — Ele só está cansado, agora durma sim? — ela acariciou as costinhas e lhe deu um selinho materno. — E se o monstro voltar? — arregalou os olhinhos. — Não tem nenhum monstro meu bem, a mamãe e o papai estão aqui, não tem por que você ter medo. — David sorriu.
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