César narrando.
Sempre fui muleke esperto, n**o acha que pode tirar com a cara do ladrão, tô só observando as atitudes dos cuzão.
Depois que as negas saíram, guardei os colchões organizei o quarto de mãe, pq depois dona Lyane chega fazendo barulho por que ninguém arrumou a bagunça que fizemos.
Saio do quarto dela e vou pro meu, pego meu celular que estava carregando em cima da cama, desbloqueio e olho minhas notificações, tem 15 chamadas perdidas da Leticia.
Letícia é uma mina aqui do morro, que de primeira eu tinha certeza que ela era só mais uma menina interesseira que iria sentar para algum cara que tenha grana, e eu não estava errado, pois ela sentou para uns 5 amigos meus por grana.
Mas com as voltas que o mundo dá, eu acabei trombando ela por aí.
Conversa vêm, conversa vai, descobri o por quê dela t*****r com os outros por dinheiro, a coroa dela tá com câncer de mama, aí a coroa não pode trabalhar e Letícia só tem ela, ou seja uma tem a outra, porém precisa da grana e a Letícia é de menor a piveta tem 16 anos, eu comecei a ajudar elas em troca a Letícia trabalhava pra mim, e não era trasando não.
Ela arrumava minha casa três vezes por semana, e sim! Eu tenho uma casa mas não uso porque gosto da companhia da minha mãe, só vou lá quando fico com alguém que é pra ter aquela i********e.
Mas a alguns meses, mentira a umas 3 semanas, eu e a louca nos beijamos.
"Ah César, mas tu é muito v***o hein"
Não é isso, é que eu senti uma parada que eu nunca tinha sentido antes, um bagulho f**a mesmo.
Disco o número da dona e ligo pra ela
César: qual foi?
Letícia: César, me ajuda, minha mãe tá muito m*l_ouço os soluços dela e os gemidos da mãe no fundo.
César: tô chegando, aguenta aí.
Guardo o celular no bolso da bermuda cato uma blusa na cadeira pego a chave do carro e saio em direção a garagem, pego meu carro falo para os seguranças da casa fecharem ela e vou a quase voando em direção a casa da Letícia, chegando lá estaciono o carro todo atrapalhado e saio dele entrando na casa.
César: como ela tá?
Letícia: tem que ir pro hospital agora, não sei se ela vai conseguir muito tempo
César: calma, ela vai ficar bem_falo pegando a mãe dela no colo e saindo em direção ao meu carro, coloco ela deitada no bando do fundo com a cabeça no colo da filha, dou a volta no carro e desço o morro indo pra Sul na velocidade do raio.
Um caminho de 40 minutos eu fiz em 20, assim que chegamos no hospital chamo os enfermeiros que estavam perto da recepção.
Eles vêem com uma maca e levam ela.
Letícia: eu vou com ela, pode ir e obrigada Cs!
César: fico esperando, caso vocês precisem de alguma coisa
Letícia: eu dou um jeito
César: vai olhar tua mãe, nariguda.
Ela assente com a cabeça e some da minha vista
Xxx: com licença!?
César: sim?
Xxx: o senhor é parente da senhora que entrou aqui?
César: genro_minto.
Xxx: o senhor pode preencher esse formulário por favor!?
César: claro.
Sento numa cadeira e começo a preencher o formulário, quando chego na parte da conta desse hospital quase que eu tenho um troço, a dívida da mãe da Letícia, já ultrapassa 120 mil reais, olho de relance e vejo a Letícia se aproximando do balcão, acho que ela não me viu, observo a cena e ouço a conversa.
Letícia: com licença, você poderia me dar os dados da dívida da minha mãe por favor!?
Xxx: só um minuto_ela fica teclando uns bagulho lá no computador e alguns segundos depois a impressora atrás dela solta um papel, ela pega o papel e entrega nas mãos da Letícia
Xxx: lamento muito em te informar, mas hoje é a última vez que sua mãe poderá ser atendida, até que vocês pagem a dívida com o hospital.
Letícia: vocês não podem fazer isso!_ouço a voz dele já embargando com o choro
Xxx: sinto muito, mas são ordens da diretoria do hospital.
Se passou cerca de 30 minutos que a Letícia sentou em um banco e está chorando, vejo um enfermeiro chegando perto dela e a cutucando.
Ela assente com a cabeça e segue o enfermeiro.
Saio do hospital e vou para o meu carro, pego meu rádio e mando pro TH.
César: TH?
Thiago: fala tu
César: sabe a Letícia?
Thiago: dá rua 13? A gostosinha?
César: é, sabe onde é o barraco dela?
Thiago: sei, algum problema?
César: vai lá com alguns aviõezinhos, cata os bagulhos dela e dá mãe e leva pra minha casa.
Thiago: a casa branca?
César: não, a minha.
Thiago: beleza, é pra fazer isso agora?
César: pra ontem.
Desligo o rádio e estaciono o carro em frente ao hospital de novo e fico esperando as madames que em poucos segundos aparecem.
Letícia tá empurrando a mãe que está em uma cadeira de rodas, o semblante das duas é pura tristeza, dá até um nó no coração.
Saio do carro por que percebo que a pomba lesa não me viu.
Letícia: não chora mãe, a gente vai dar um jeito, a senhora tem que ser forte
Helena: eu tô tentando filha, mas como a gente vai dar conta disso tudo
Q Letícia se ajoelha na frente da mãe e olha no fundo dos olhos dela
Letícia: eu te prometo por tudo que é mais sagrado nesse mundo, que a gente vai pagar esse hospital e o seu tratamento inteiro!
Helena: sonhar é bom minha flor, a gente tá praticamente falidas Letícia, só se a gente ganhar na mega sena, e as chances disso são 0 em 1 milhão.
Letícia: eu vou conseguir, eu te prometo.
Me aproximo das duas chamando a atenção delas.
César: iae, como tu tá?
Helena: tô indo meu filho
Letícia: vc tá fazendo o que aqui?
César: vai ficar tudo bem
Helena: deixa de ser grossa Letícia!
César: falei que ia esperar, não falei?
Helena: a propósito, obrigada por o que você fez hoje meu filho.
César: sem pano tia, vamo!?
Helena: vamos
Empurro a cadeira de rodas até o carro e coloco a Helena sentada no banco da frente, coloco a cadeira no porta malas e entro no carro em seguida.
Dirijo em direção a um super mercado pra fazer umas compras pra elas e pra mim, TH me mandou uma mensagem me falando que no barraco do tinha água e um pão.
César: eu vou parar no mercado, vocês querem alguma coisa?
As duas dizem que não com a cabeça mas ouvi umas duas vezes no caminho a barriga delas roncando.
Entro e já vou logo na seção de carnes, falo pro açougueiro colocar, carne de boi, frango, peixe, linguiça e uns outros negócios lá.
Pego dois carrinhos e vou colocando as coisas dentro, arroz, feijão, macarrão, farinha, biscoito, bolacha, farinha de trigo, e outras coisas. Coloco umas pipocas de micro ondas nós carrinhos e pego duas garrafa de café por que eu quebrei a de lá de casa e na minha não tem.
Passo na seção de carnes e pego as coisas e vou pro caixa, passo tudo, pago e vou pro carro, lutei pra c*****o para colocar tudo dentro do porta malas, mas não coube por conta da cadeira de rodas, coloco algumas coisas no chão do banco traseiro onde a Letícia tava sentada.
Dou a volta entro no carro e pio pro morro, falo com o Th que tava na barreira, pego a chave da minha casa e subo o morro, passo na tia Maria e peço pra levarem um almoço completo para 3 pessoas lá minha casa, Letícia me encarou um pouco mas não disse nada.
Dirijo até a minha casa e acordo a tia Helena que tava dormindo já.
César: tia, chegamos!
Helena: obrigada meu filho_fala abrindo os olhos
Letícia: César?
César: hm?
Letícia: a gente não mora aqui, é na 13
César: desce garota.
Mesmo me chingando em pensamento ela desceu, abri o porta malas tirei a cadeira de rodas e falei prós seguranças da casa tirarem as compras e levarem pra dentro da casa.
Coloco a tia sentada na cadeira e empurro ela para dentro da minha casa.
Letícia: dá pra me explicar??
César: você é burra? Vocês vão ficar aqui!
Letícia: eu não te pedi isso!
Coloco a Helena deitada no sofá, já que a mesma tava dormindo sentada.
César: sobe as escadas, terceira porta a esquerda.
Ela me olha com uma interrogação na testa
César: minha filha, faça o que eu te falei.
Provavelmente ela tá desejando minha morte, mas sobe as escadas.
Falo com os meninos que estavam guardando as coisas.
VT: elas vão ficar aqui CS?
César: vão morar aqui, qualquer bagulho é pra vocês falarem diretamente a mim, sacas?
Ela assentem com a cabeça e ficam terminando de ajeitar as coisas, subo as escadas indo atrás daquela mula teimosa.
Entro no quarto onde ela ia ficar e ela tá sentada do lado das caixas que estavam as coisas dela.
Letícia: por que minhas coisas estão aqui? Cs você não pode me fazer de escrava só por que você comanda o TTK.
César: quê? Me passa o número do teu traficante que eu quero essa maconha também. Maluca, eu vi o tamanho da dívida do hospital, eu sei que não vai dá pra você pagar morando de aluguel, tendo que pagar água, luz, comida, e os remédios da tua mãe junto do hospital.
Letícia: eu vou dar um jeito nisso
César: sucega teu g***o, eu vou te dar umas opções, tu escolhe!
Letícia: prossiga!
César: você pode morar aqui e trabalhar pra mim, ou pode voltar pro teu barraco e ver sua mãe morrer e você morrer de fome, por que eu tô ligado que lá só tinha água e um pão dormido.
Letícia: Cs...
César: eu gosto da tua mãe nariguda, quero ajudar vocês, além do mais vocês são moradoras da minha favela, é dever meu ajudar vocês.
Letícia: eu não sei...
César: tem que saber p***a nenhuma, vai dar teu cu pro aí c*****o.
Letícia: idiota
César: amanhã eu passo aqui e te digo tudo que você vai fazer, é serviço simples, mas arriscado, é pro comando.
Letícia: eu posso morrer?
César: se te pegarem? Sim.
Letícia: eu não...
Não deu tempo dela terminar de falar por que o motoboy com o almoço chegou, desço as escadas, pego o almoço e pago.
Coloco as coisas na mesa e a Letícia tá me olhando de longe mas não fala nada, vejo ela dando o remédio para a mãe.
Letícia: aqui mãe
Helena: divide no meio, assim vai durar mais um pouco e vai fazer efeito tbm
Letícia: mãe, toma todo eu vou resolver essa situação.
A conversa delas é de partir o coração de qualquer um.
César: não se preocupe tia, tua filha e eu vamo dar um jeito nisso!
Ela toma o remédio e vem pra mesa, comemos em silêncio, Letícia né ajuda a lavar a louça, eu lavo e ela séc e guarda, pego a sacola que era minha e as chaves do carro e vou saindo da casa
Letícia: CS!
César: amanhã às 5:30 da manhã eu passo aqui pra te pegar , e te explico a parada toda!
Ela assente com a cabeça e fecha o portão e depois a porta.
Entro no carro olho no relógio e vejo que já são 8 e tanta, pio pra boca, passei o dia todo longe, pego platão.