Jack Parker.
— E aí? Como estou? — perguntei para Carl, dando uma voltinha para mostrar minha produção para o casamento com Dakota.
Estava de terno preto, camisa branca e gravata preta, uniforme típico dos noivos americanos.
— Não está grande coisa, não, mas dá para a Dakota aturar, pelo menos por hoje. — meu amigo brincou. — Aliás, onde será a cerimônia?
— Em um cartório aqui perto — respondi, ajeitando minha gravata em frente ao espelho do quarto. — A gravata está certinha, cara?
— Eu acho que sim, sei lá! Você sabe que não entendo nada de gravatas, as minhas ficam sempre tortas — Carl, que era loiro e tinha os olhos castanhos, explicou. — Mas e seu pai? Não me diga que você não avisou seu próprio pai que vai se casar com a Dakota? — perguntou espantado.
— Eu tentei, cara. Juro que tentei. Liguei para ele algumas vezes, deixei recado na caixa postal, mas não obtive resposta ainda. Pelo que sei, ele está em Mônaco trabalhando. Mas acho que foi melhor assim, você sabe. — suspirei. — Ele não ia gostar mesmo de saber o motivo do casamento. Mas e aí? Vamos?
— Como assim?
— Você vai ser meu padrinho, oras! Esqueci de te avisar, não é?!
— Exatamente, pensei que você ia escolher o Luke.
— Eu também, mas de última hora optei por você. Mas não dê tanta importância a isso, é só um casamento de mentira. — dei de ombros.
— Cara, nem sei o que dizer — Carl parecia emocionado.
Não imaginei que ele estivesse levando tudo isso tão a sério assim.
— Então não diga nada — dei um tapinha nas costas dele.
— Ok. Mas e você? Está pronto para a forca? — indagou, e eu engoli em seco.
— Para ser sincero, não. A ideia de ter uma mulher morando comigo me assusta tanto. Você sabe que não quero casar, mas, infelizmente, não tenho escolha. De qualquer forma, é melhor irmos logo antes que eu desista dessa maluquice toda de vez!
(...)
Chegamos ao cartório da cidade e entramos pelos fundos, para evitar que algum paparazzi nos registrasse. Chegando lá, além do juiz, estavam Jamie, Kristen e algumas testemunhas.
— Cara, não acredito que a Kristen está aqui — Carl murmurou, pondo as mãos no bolso. Kristen é ex-caso dele, e ambos não se davam nada bem até hoje.
— Provavelmente ela será madrinha da Dakota. Você sabe que elas são muito amigas. — cochichei.
— Que droga! — disse, se afastando de mim quando meu diretor, Jamie, veio falar comigo.
— Olá, Jack!
— Olá. Cadê a Dakota? Pra acabarmos logo com essa palhaçada toda — afrouxei minha gravata, que estava um tanto apertada.
— Ainda não chegou. Você sabe como é, noivas sempre se atrasam! — deu uma gargalhada e um tapinha nas minhas costas.
— Espero que ela chegue logo — cruzei os braços, entediado.
— Por quê? Está com medo de ser abandonado, Parker?
— Para de gracinha, Jamie. Foi você quem me meteu nessa roubada! Se arrependimento matasse...
— Não te obriguei a nada, Jack. Você sabe que tinha outras opções. — Jamie tentou se isentar da culpa na maior cara de p*u.
— Claro, o olho da rua e a miséria — ironizei.
— Não fale alto, Parker. Imagina se o juiz ouve você e espalha a fofoca do casamento de mentira por aí? Essa cerimônia é sigilosa, extremamente sigilosa. Só vamos deixar vazar para a imprensa na segunda-feira, quando vocês já estiverem em lua de mel — me lembrou baixinho.
— Ok, desculpe — pedi, emburrado.
(...)
Após alguns minutos, Dakota adentrou o local. Estava linda e extremamente sexy.
Usava um vestido branco e justo, que deixava as suas curvas em evidência. E que curvas. Além do mais, seu decote era profundo e provocante.
Definitivamente, era a noiva mais sexy que eu vi em toda a minha vida e olha que eu já estive em muitos casamentos.
Aliás, nunca tinha reparado no quanto Dakota era bonita. Pelo menos não até hoje. Seu rosto era lindo, seus olhos brilhantes e sua boca bem convidativa para um beijo. Acho que meu personagem está baixando no meu corpo, só pode. Eu não deveria estar pensando essas coisas, não com a Dakota.
Dakota então não disse nada para mim, apenas ficou ao meu lado e de frente para o juiz, que começou todo aquele blá, blá, blá.
(...)
De vez em quando, eu lançava alguns olhares para Dakota, mas acho que ela nem notou. Parece que ela não estava dando a mínima para mim. O juiz então fez a famosa pergunta, se eu aceitava me casar com a Dakota, e eu disse o tão famoso "sim".
Depois, foi a vez dela. A morena ficou calada, e o juiz perguntou de novo. E de novo. Ela olhou pra mim de novo e engoliu em seco. Não acredito que ela vai me fazer pagar o maior mico da minha vida, dizendo "não"!
O juiz, sem graça, repetiu a pergunta novamente:
— Dakota Smith Warney, aceita Jack Parker como seu legítimo esposo?