O sol já tá alto quando acordo, mas ninguém me chama. A casa tá em silêncio, aquele silêncio típico de manhã de sábado, quando ninguém tem hora pra nada. Passo a mão no rosto, respiro fundo e me levanto devagar. Lá fora, o cheiro de pão esquentando na chapa e leite fervendo já anuncia que alguém acordou antes de mim.
Na cozinha, Caio tá sentado na mesa, cortando o pão com cuidado, e Dudu tenta espalhar manteiga numa fatia quente, mas o pão se rasga todo. Milena vem da área com o cabelo bagunçado e a cara de quem dormiu sorrindo.
— Bom dia, dorminhoca. — Dudu fala com a boca cheia.
Sorrio, puxando uma cadeira.
— Bom dia, seus pestinhas. Acordaram antes de mim?
— A gente deixou tu dormir porque tu tava com cara de cansada ontem. — Milena diz, com uma inocência que me quebra por dentro.
