Acordo com o som abafado da rua e a luz da tarde entrando tímida pelas frestas da cortina. Me espreguiço devagar, sentindo o corpo inteiro relaxado, meio mole ainda. O sofá tá amassado, quente, com o cheiro da gente impregnado nas almofadas. Flávio dorme pesado, uma das mãos ainda repousada na minha cintura, como se estivesse me vigiando até no sono.
Levanto devagar pra não acordar ele. Me alongo, respiro fundo, prendo o cabelo com um laço qualquer e vou direto pra cozinha. A casa tá em silêncio, só se ouve o barulho da cidade ao fundo. Abro a geladeira e dou uma olhada no que tem, dá pra montar alguma coisa. Puxo umas batatas, um peito de frango, começo a pensar num almoço simples, mas com carinho.
Tô cortando os temperos quando escuto passos arrastados vindo da sala. Ele aparece na por
