58. Daniela

1251 Palavras

A casa tá em silêncio. Um silêncio diferente, que gruda na pele. O tipo que aparece quando o coração já sabe que algo vai mudar, mesmo antes da mudança bater na porta. Flávio saiu cedo, avisou que ia resolver umas pendências rápidas. Disse que voltava até o almoço, e deixou um beijo na minha testa que demorou pra desgrudar. Agora tô aqui, sozinha, sentada no chão da sala com três malas abertas, sacolas espalhadas ao redor e um nó na garganta que não desce. Começo dobrando as roupas novas. Peças que nunca pensei em ter, cheirosas, com etiquetas ainda presas. Separo os presentes pros meus irmãos, coloco os tablets nas capinhas coloridas, embrulho com cuidado os vestidos da minha mãe e as camisas que Flávio escolheu pro meu pai. Me pego chorando, do nada. Nem sei por quê. Talvez seja pelo

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