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Agatha
Hoje é o meu primeiro dia no posto da Rocinha, confesso que estou muito nervosa, é a primeira vez que eu piso em uma comunidade, mas eu infelizmente não consegui emprego em outro lugar, até porque as minhas unicas experincias são os estagios obrigatorios que eu fiz ao longo do curso.
Entro no metrô lotado e desço na estação de São Conrado, confesso que fiquei meia perdida no começo, a uns dias atrás nem metrô eu sabia que tinha aqui, subo o morro com medo de tudo, até porque no caminho tinham alguns homens armados!
Apesar de tudo aqui é muito movitado ainda mais nesse horario, em pessoas indo trabalhar, crianças indo para escola, e também tem os caras da boca que estão de fuzil e radio na mão, alguns deles me encararam, mas eu abaixei a cabeça e fingi que nem era comigo e segui o meu caminho até o posto.
- Tá perdida mina? - um deles fala vindo na minha direção.
- Eu estou procurando o posto, eu começo a trabalhar aqui hoje sou a nova enfermeira.
- p***a, deu até vontade de passar m*l aqui.
Fiquei sem graça, mas resolvi não responder eu não sabia quem aquele homem era, mas pela quantidade de cordões e de aneis de ouro certamente era do movimento.
- Vou te levar lá mina.
- Obrigada!
Fomos andando em silencio até o posto e no caminho varias pessoas foram me olhando, não sei se pra mim ou para o cara que estava me acompanhando para dizer a verdade.
- Tá entregue mina, ali é a recepção seja Bem-Vinda a Rocinha e se liga em atividade pra não virar saudade, aqui tu é muda, surda e cega, entendeu?
- Sim - falo e ele me deixa lá sozinha.
Vou até a recepção é a menina começa a me passar algumas informações, ela me leva até a sala de funcionarios e me da a chave de um armario e o meu uniforme, ganhei um crachá temporario, para ficar na emergencia.
Marcello: Olá, eu sou o Doutor Marcello, acho que nunca te vi por aqui antes.
Agatha: eu sou nova aqui, comecei hoje.
Marcello: seu nome é lindo, seja Bem-vinda a Rocinha
Agatha: Obrigada!
Marcello: vamos conhecer o posto?
Agatha: Sim
Ele foi me mostrando tudo e eu fiquei impressionada com a estrutura que eles tem aqui, parece até um hospital particular, tem todos os remedios e equipamentos necessarios tanto para um coisa boba, quando para uma coisa grave!
Eu estava super relaxada, achando que meu dia de trabalho seria calmo, até que começaram os fogos.
Agatha: o que é isso?
Marcello: tem alguém invadindo o morro, se prepara porque isso aqui vai virar o inferno!
Começaram a chegar varios bandidos feridos e os medicos começaram a correr de um lado para o outro e eu fui junto tentando ajudar o maximo que eu conseguia, mas alguns casos era muito graves.
Depois de algumas horas os tiros pararam e eu comecei a sentir um certo alivio, pelo menos não chegariam mais feridos.
Xxx: PRECISO DA p***a DE UM MEDICO AQUI, BORA p***a EU ESTOU COM PRESA TOMA NO CU.
- Você ai p***a, vem aqui ajudar o chefe nesse c*****o!
- Eu na não sou medica.
- f**a-se atende logo ai c*****o.
O homem estava sangrando muito, levamos ele para o quarto e o Marcello veio atender ele, a bala estava lojada e a anestesia tinha acabado.
Marcello: vou mandar buscar anestesia na associação.
Xxx: tira essa p***a c*****o ! Eu aguento.
Dei um pano para ele morder e o Marcello foi tirando a bala, quando ele terminou eu limpei o local com gases e soro, ele fez cara feia enquanto eu estava limpando e até xingou baixinho, a hemorragia parou depois de alguns minutos! então eu comecei a dar pontos.
Xxx: tu me salvou mina, qual é o teu nome?
Agatha: me chamo Agatha e quem te salvou foi o médico.
Xxx: eu me chamo DN.
Deixei ele na sala cheio de seguranças em volta, ele provavelmente vai apagar em alguns minutos por causa da medicação.
Como um traficante pode ser tão bonito e tão gostoso, eu nem sabia que tinha um homem assim aqui dentro, mas também eu me baseava nos bandidos do filme Cidade de Deus né? acho que estou desatualiazada.
- Menina você está bem ? pergunta a enfermeira que estava no mesmo plantão que eu.
- Estou sim, ele só queriam atendimento mesmo.
- Correu tudo bem ? - Jorge o diretor do posto me pergunta!
- Sim, Marcello tirou a bala e ele está reagindo bem.
- Depois da pressão de hoje, merecemos tomar uma você não acha?
- Pior que sou obrigada a concordar, pra onde vocês vão?
- Em um barzinho que fica em frente a praia.
- Eu vou com vocês.