Patrícia Narrando Acordei cedo como de costume, ainda com o barulho do despertador ecoando pela casa simples e abafada. A rotina me puxava da cama todos os dias, mesmo quando o corpo pedia pra ficar. Ser professora não é só profissão, é missão. Eu sabia que aquelas crianças dependiam de mim, não só para aprender a ler e escrever, mas também para ter alguém que acreditasse nelas. Coloquei uma calça de alfaiataria azul marinho e uma blusa social off white, no pé uma sapatilha, prendi o cabelo e saí com a bolsa cheia de cadernos e provas. O sol da manhã já castigava, e o caminho até a escola era cheio de rostos conhecidos, cada um com seu corre. Cheguei ao portão, cumprimentei a inspetora e fui direto pra sala do infantil. As crianças vinham correndo, sorridentes, algumas com o uniforme man

