🔥🩸 CAPÍTULO 1 — NASCIDO PRA GUERRA, JURADO PELO CV
Nilo Tavares. O Dono do Coroado. O homem que não nasceu, foi forjado.
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Meu nome é Nilo Tavares. Tenho 29 anos. E se tu me conhece, é porque alguém sussurrou meu nome com medo.
Mas não começa achando que eu fui criado no luxo, não.
Minha história não tem herança, não tem colo de mãe, nem conselho de pai.
Tem porrada, tiro e fome.
Tem morro. Tem grito. Tem caveira na porta.
Eu fui feito no calor da bala, esculpido no ferro do sofrimento.
Nasci na zona leste de Manaus. O inferno tem CEP.
Minha mãe morreu de overdose quando eu tinha nove.
Meu pai? Nunca conheci. Diziam que era ex-traficante, sumiu quando soube da gravidez.
Fiquei largado, feito cachorro de rua. Dormia entre entulho e promessa quebrada.
Aprendi cedo que quem chora… não come.
Aos 11, fui visto por um olheiro. Tinha matado um cara maior que eu por causa de uma marmita.
— “Esse moleque tem olho de quem já perdeu tudo.” — ele disse.
Me botaram de aviãozinho. Subia, descia, corria, entregava.
Aos 13, peguei meu primeiro ferro.
Era um .38, com o cabo rachado.
Foi amor à primeira mira.
Aos 15, virei segurança de carga. Já segurava fuzil com mais firmeza que muito homem formado.
Aos 17, perdi a inocência que ainda restava… quando vi um parceiro ser esquartejado por quebrar o silêncio do morro.
Não chorei.
Fiquei olhando.
Aprendi ali o peso da palavra “ordem”.
Com 19 anos, recebi o chamado.
Era o teste.
O batismo real.
Me levaram pro miolo da favela. Um casebre escuro, parede furada, cheiro de sangue e vela.
Na frente, três chefes da alta cúpula do Comando Vermelho.
Tropa do Terk.
Sem máscara. Sem disfarce.
A voz deles era lei. E quem recuava… morria.
— “Tu quer o quê, moleque?” — um deles cuspiu.
— “Quero ser soldado.”
— “Tu tá pronto pra morrer?”
— “Tô pronto pra matar.”
Mandaram eu executar um cara amarrado.
Traidor. Roubou carga.
Eu não hesitei.
Olhei no olho. Mirei entre as sobrancelhas.
PÁH.
A cabeça tombou. O corpo nem esperneou.
Silêncio. Só o som do sangue pingando.
— “Ajoelha.” — um deles disse.
Me ajoelhei no chão sujo, com a bota de um deles no meu ombro.
— “A partir de agora, tu é CV. Tu é Tropa. Tu é lei. Tu vai morrer por nós. Tu vai matar por nós. Tu vai viver sem nome, sem medo, sem fraqueza. Tu vai ser escudo da firma.”
Levantei com sangue na cara e fúria no peito.
Ali eu não era mais um favelado.
Eu era Comando.
Juramentado. Fechado. Selado.
Desde então, ninguém mais mandou em mim.
Só o rádio.
Só o Terk.
Depois que eu saí daquele casebre, com o juramento cravado no osso, minha alma virou propriedade do CV.
Eu não era mais só um homem.
Eu era parte da máquina.
Engrenagem da guerra.
Peça viva do crime.
Comando Vermelho não é só sigla.
É código.
É pacto.
É fé em forma de sangue.
E quando tu fecha com o CV… tu não vive, tu sobrevive.
A tropa do Terk me botou na linha.
Disciplina de quartel.
Zero emoção.
Zero perdão.
Dormia no chão.
Comia quando dava.
Treinava tiro, invasão, fuga, tortura, estratégia de rua.
Na moral?
Minha escola foi o inferno.
E eu me formei com honra.
“Se tu morre, morre calado.
Se tu mata, mata limpo.
Se tu cai, ninguém levanta.
Aqui é CV, porra.”
Foi com esse mantra que eu cresci dentro da firma.
Missão atrás de missão.
Cada bairro que eu passava, deixava um rastro de ordem.
Cada operação que eu liderava, voltava com lucro, respeito e silêncio.
Depois de jurar na faca e na bala, eu nunca mais dormi tranquilo.
E nem queria.
A paz é pros fraco.
Pra quem nunca sentou num colchão sujo com o dedo no gatilho e o cu trancado esperando o radinho chiar.
Eu virei cachorro bravo do Terk.
Aquele que eles soltam quando o morro tá frouxo.
O que não pergunta.
Só morde.
E morde pra arrancar pedaço.
Com 21 eu já era lenda no CV.
Executor.
Batedor de carga.
Instrutor de vapor novo.
Colecionava olho arregalado e corpo enterrado.
Mas o Coroado…
Ah, o Coroado era a p***a da joia suja.
Território farto. Carga de qualidade. Boca valendo mais que loja de ouro.
Só que tava largado.
Tava no comando um bosta chamado Sombra.
Chefe de fachada.
Ganhava porcentagem e usava dentro da base.
Tava tão doido que esqueceu que o Comando é irmão da disciplina.
E disciplina… eu tenho de sobra.
Terk me chamou numa ligação seca:
— “Ou tu toma essa p***a… ou vou mandar queimar tudo. Tô sem paciência pra fraco.”
Na semana seguinte eu tava lá.
Com sete.
Só os demônio.
Primeira noite, estouramos a p***a do portão da base.
Tava todo mundo chapado.
Dei tiro até a parede pedir arrego.
Segundo dia, amarrei o gerente na grade da escola.
Metade da quebrada viu ele morrer se mijando.
— “Aqui não tem mais brincadeira.
Aqui é comando.
Aqui é meu.”
Terceira noite fui buscar o Sombra.
Tava escondido num barraco de amante, pelado, com meia na piroca e pó na cara.
Entrei chutando porta.
Ele levantou a mão.
— “Calma, irmão…”
Irmão o c*****o.
Dei um tapa que ele caiu igual barata envenenada.
— “Tu vacilou com a firma. Tu vacilou comigo. Tu vai morrer igual rato.”
Botei ele de joelho, pelado mesmo.
Cuspi na cara dele.
Um tiro só.
Na boca.
Pra calar a merda que ele falava.
No outro dia, chamei geral.
Reuni todo mundo no campinho.
— “Agora é Nilo, p***a.
Agora quem rir, morre.
Quem debochar, desce.
Quem sonhar em vacilar, vai parar no tambor.”
Falei e mostrei.
Peguei um vapor que tava devendo.
Fiz ele cavar o próprio buraco.
Depois mandei o mais novo do bonde dar o tiro.
Pro moleque aprender o peso da lealdade.
O morro calou.
A vizinhança começou a fechar janela quando ouvia meu nome.
O Coroado virou meu.
Não na conversa.
Na porrada.
No fuzil.
No medo.
E desde então… eu mando.
E mando bonito.
DIAS ATUAIS
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A ligação veio num horário que ninguém ousa ligar.
03:12 da manhã.
O radinho chiou, curto:
— “Nilo… tem missão fora do Coroado. Terk quer tu em pessoa.”
Levantei da rede. Nem lavei o rosto.
Peguei a Glock. Peguei a caixa. Peguei o respeito.
Desci pro carro. Quatro comigo. Os firmados. Os que não tremem.
Destino: Compensa.
Terra de bandido afogado em ilusão.
Zona oeste.
Cheiro de podre e ego.
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O alvo era o Barroso.
Ex-CV. Rompeu com a firma.
Se achou patrão. Montou mini facção.
Estava vendendo droga do Comando… mas embolsando tudo.
Já tinham mandado recado.
Ele mandou de volta um vídeo mijando em cima da camisa do CV.
Assinou a sentença.
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Pegamos ele na casa da amante.
Ar-condicionado no talo, colchão de casal, música romântica e spray de lavanda no ar.
Invadimos de madrugada.
Ele ainda tava com o p*u mole na mão.
Amarramos ele na estrutura de ferro da cama.
Braços e pernas abertos.
Pelado. Suando. Rindo de nervoso.
— “Nilo… a gente era irmão…”
— “Era. Agora tu é prova. E prova… vira espetáculo.”
Tirei a caixa.
O silêncio virou cemitério.
Só o som do zíper sendo aberto já fez ele mijar.
Dentro:
— Estilete
— Alicate
— Maçarico
— Corrente
— Gilete
— Martelo pequeno
— Prego de três pontas
— Soda cáustica
— Saco de sal grosso
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Comecei pelos dentes.
Alicate no incisivo.
Torci. Arranquei.
Barulho de osso soltando. Grito falhado.
— “Cada dente… é uma mentira que tu contou pra firma.”
Depois veio o corte no abdômen.
Horizontal. Raso. Mas doído.
Joguei sal. Ele se contorceu até a corrente ameaçar arrebentar.
— “Aqui não tem morfina, não tem SAMU. Tem só castigo.”
Fiz ele engolir parte da camisa que ele tinha mijado em cima.
Depois costurei a boca com linha de nylon.
Sim. Costurei.
Furei a bochecha. Passei linha.
Furei o lábio. Dei nó.
Choro escorrendo, mas não gritava mais.
Nem podia.
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A próxima foi a honra.
O ego.
O símbolo de homem.
Quebrei os dedos da mão esquerda com o martelo. Um a um.
Devagar.
Entre os gritos abafados, ele tentava pedir perdão com os olhos.
Mas perdão… não nasce aqui.
Fui pra coxa.
Escrevi “CV” com gilete.
Letra por letra.
Com precisão de tatuador.
Depois despejei soda cáustica em cima.
O cheiro de carne podre subiu, grosso.
— “Isso aqui não é só tortura. É doutrina.”
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Ele apagou.
Trouxe de volta com tapa, água e grito no ouvido.
Peguei o maçarico.
Encostei devagar no peito.
Deixei o símbolo da firma marcado em fogo.
Agora ele era CV… na marra.
Antes de sair do barraco, com o Barroso destruído no chão, ensanguentado, costurado, marcado em fogo e vergonha…
eu ainda tinha um último recado.
A tortura serve pra punir.
Mas o medo?
O medo é carta.
Peguei um saco preto, amarrado. Dentro: um rato.
Mas não qualquer rato.
Era o rato que a amante do Barroso criava em gaiola.
Um bicho branco, gordinho, de olhinho preto brilhando.
Inofensivo. Fofo.
Irônico.
Abri a barriga do Barroso com estilete. Só o suficiente.
Uma a******a quente, viva.
Enfiei o rato lá dentro.
Fechei com fita.
O bicho começou a se debater.
— “Se ele sobreviver… o rato cava caminho pra sair.” — falei.
— “Se morrer… vira podridão de dois corpos.”
Depois disso, joguei o corpo dele dentro do porta-malas de um carro roubado.
Sem placa.
Sem registro.
Sem misericórdia.
Dirigi até o centro.
Estacionei na porta de um ponto do TCP.
Desci com calma. Cigarro na boca.
Tranquei o carro.
E deixei a chave no capô.
Pendurado no retrovisor, um papel, escrito à mão:
“Esse é o Barroso.
Dentro tem mais um morador.”
— CV, ass.: Nilo
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Dei meia-volta.
Nem olhei pra trás.
No radinho, o silêncio.
Na cidade, o sussurro.
No morro… respeito absoluto.
Porque o recado foi entregue.
O inimigo digerido.
E o medo?
O medo agora tinha nome.
Nilo Tavares.
O Dono do Coroado.
O que não fala. Só morde. E não solta.
E aí, meninas…
gostaram do primeiro capítulo?
Porque o que vem agora não é bonito, não é leve e não é justo.
É sujo, errado… e vicia.
Nilo Tavares é o dono do Coroado.
Executor do CV.
Criado na bala, forjado na dor.
Homem que nunca sentiu nada.
Até jogarem a Amara no colo dele.
Dívida da madrasta usuária.
Uma menina de dezessete, orgulhosa até o osso, que chegou no morro sem chorar, sem pedir… e sem abaixar a cabeça.
Era pra ele matar.
Só isso.
Era ordem.
Mas ele não conseguiu.
O tempo passou.
O morro cochichou.
O Comando avisou:
> “Resolve essa p***a, Nilo.
Ou a gente resolve por ti.”
E aí, meninas…
o que ele fez?
Ele puxou o gatilho.
Apontou pra Amara.
E...
📌 Dia 12 de julho, lança
"O Dono do Morro e a Vendida Indomável"
E tu só vai descobrir se ela morreu… ou se ele desobedeceu o CV, quando tu estiver no meio da lama junto com eles.
Essa história não é de amor.
É de instinto.
De caos.
De dois errados que se reconheceram tarde demais.
Adiciona na tua biblioteca.
E prepara teu coração.
Porque quando tu virar a última página…
ou tu vai odiar ele pra sempre…
ou vai perdoar por tudo.