📓 AMARA — CADERNO DE UMA MENINA QUEIMADA
Ele saiu.
A porta ainda tava vibrando do peso do corpo dele.
E eu?
Me joguei na cama.
Com o corpo quente, as pernas bambas, o peito em chamas.
Peguei o caderno.
Abri na folha nova.
Caneta na mão.
Coração cuspindo coisa que nem sei nomear.
E comecei a escrever.
> “Hoje foi a minha primeira vez.
E não foi como nos filmes.
Não teve música romântica, nem lençol branco voando.
Teve suor. Teve medo. Teve dor e depois… teve céu.”
Suspirei.
A pele ainda ardia. Mas não de dor.
De marca.
De verdade.
Continuei.
> “O nome dele é Nilo. O homem que disse que ia me proteger… e me ensinou a viver de novo.
Ele me tocou com a raiva do mundo e a calma de quem segura uma flor no meio do tiroteio.”
Fiquei olhando pra frase.
“Uma flor no meio
