QUANDO TUDO COMEÇOU Acordo me sentindo especialmente mais leve esta manhã. Lá fora os pássaros cantam sobre as copas das árvores frutíferas, que se balançam ao vento, ao pé da janela do meu quarto. O sol brilha radiante e seus raios chegam a invadir o cômodo através das paredes de vidro, livres das cortinas blecaute. Me mexo da cama espaçosa e sinto o volume da caixa que ficou esquecida em cima do colchão e percebo que adormeci agarrado ao álbum que ganhei de presente da minha filha e agora ele está caído ao meu lado, largado de todo jeito. Com uma respiração profunda me sento no colchão macio, sentindo uma expectativa diferente cair sobre mim. Pela primeira vez em anos não sinto o rancor, amargura e nem toda aquela raiva que comandava a minha vida fria e solitária. Eu estou particularmen

